A
minha sensibilidade diante do mundo vivido é apurada. O que escrevia sobre as
minhas observações e sensações a respeito das relações humanas me faziam muito
bem, eu externava a partir de poemas. Em formato de poema, pois me era mais
fácil aconchegar palavras linha após linha. Agora percebo que eram “insights”.
Observando
e lendo o mundo agora, com minhas lentes aprimoradas para ver melhor, o que
tenho perto e também, o que posso ver ao longe, retrocedo no tempo e busco os
textos que escrevi a mais ou menos 30 anos atrás.
Aqueles
sentimentos que eu coloquei para fora do meu peito, estrangulando a dor, hoje estão
escancarados na sociedade em que vivemos. O preconceito continua. Eu sou
solidária às dores dos outros e fico imaginando como deve doer a falta de
aceitação de ser o que é.
A
sociedade se modificou e precisa se adaptar às novas formas de viver. Precisamos
superar o preconceito individualmente para fortalecer o coletivo. Pois mesmo
não sendo homossexual, basta estar um pouco fora dos padrões normais, para
sentir o preconceito dos outros em relação ao que você é.
Aprenda a me
conhecer e me respeitar como pessoa, que passarás a me admirar como mulher.
(Lapidar o ser, p.11)