segunda-feira, 9 de maio de 2022

O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

 

                                                                              


Os trabalhos apresentados na obra O gosto por aprender e ensinar mostram a trajetória acadêmica da autora, desde a graduação até o mestrado. É possível perceber nas abordagens teórico metodológicas da autora, no lugar de sua fala e nos objetos de estudo, as tendências descritas na BNCC para esse século, segundo o MEC. Para demonstrar o caminho percorrido e os desafios enfrentados foram incluídos textos da vivência profissional. Por que isso? Porque a sociedade contemporânea impõe um outro olhar no que se refere a educação, levando em consideração o que, e para que aprender, e, o como ensinar e avaliar o aprendizado.

O objetivo da BNCC é garantir a formação integral dos indivíduos a partir de algumas competências que dizem respeito a formar cidadãos mais críticos, com capacidades diversas, do tipo: aprender a aprender, resolver problemas, autonomia para tomada de decisões, capazes de trabalhar em equipe, respeitar o outro, o pluralismo de ideias, que tenham a capacidade e argumentar e defender seu ponto de vista.

    Para o século XXI a proposta é formação de cidadãos críticos, criativos, participativos e responsáveis, capazes de se comunicar, lidar com as próprias emoções e propor soluções para problemas e desafios. Dentre as 10 competências que serviram de referência para estruturação de toda a Base, desde a Educação Infantil até o fim do Ensino Médio destaco a seguir quatro delas: 1. Conhecimento 3.Repertório Cultural 5. Cultura Digital 6. Trabalho e Projeto de Vida.

1). Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

3). Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e participar de práticas diversificadas da produção artístico cultural.

5). Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6). Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

As competências gerais da BNCC previstas na nova versão da Base são consideradas fundamentais para os estudantes. Se é importante para os estudantes, os envolvidos no campo da educação, precisam estar atentos, estudar, analisar, refletir e colocar em prática nas escolas.

Mais um tema importante para o campo da educação é a formação de professores que atuam na educação básica. Nos artigos 62 e 63 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº 9.394/1996, há a garantia da formação de professores em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação. Outro documento assegura que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior é a Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE).

Além dos documentos citados que buscam atender as demandas da sociedade atual, é preciso ir além. Se o objetivo, deste século, é a formação de cidadãos críticos, criativos, participativos e responsáveis, capazes de se comunicar, lidar com as próprias emoções e propor soluções para problemas e desafios, todos que atuam na educação precisam se atualizar.

Assim como a BNCC propõe as competências para desenvolver capacidades diversas em estudantes da educação básica, os profissionais da educação precisam entrar no mesmo movimento. Precisam de cursos atualizados, da graduação (licenciaturas) ao doutorado e formação continuada. Para que isso aconteça os professores precisam ser valorizados e motivados a buscar o autodesenvolvimento profissional.

quarta-feira, 30 de março de 2022

GRATIDÃO (30.09.2021)



Ao Hospital Regional de Araranguá e em especial à equipe da UTI Covid

Nossa imensa e eterna gratidão por cuidarem da paciente Raquel Marmentini. Gratidão aos médicos (as), em especial Dra. Marcela, Dra. Maria Luiza, Dr. Vitor e Dr. Alexandre, que conduziram com excelência o tratamento para que ela vencesse o vírus da covid-19. Gratidão aos enfermeiros (as) e Técnicos (as) de Enfermagem, em especial a querida Gisele, que, com tanto carinho, cuidaram dela 24h por dia. Gratidão aos fisioterapeutas que, com as sessões de fisioterapia respiratória, devolveram o ar ao pulmão da Raquel. Tenham certeza que todos foram essenciais em sua recuperação. Gratidão a todos os profissionais que exercem sua profissão com amor, pois isso faz a diferença.

Nós ficamos tranquilos em deixar ela nas mãos de uma equipe tão competente. E estamos muito felizes em ve-la recuperada. Mais uma vez, muito obrigada a todos que fizeram isso acontecer! Que Deus, na sua infinita bondade, abençoe a vida de cada um e lhes dê em dobro tudo que fizeram para salvar a vida da nossa querida Raquel Marmentini.

No dia 08 de setembro, depois de 39 dias internada na UTI Covid, ela teve alta e foi encaminhada para um quarto na clínica cirúrgica. Ali pode contar com o atendimento de excelência de toda equipe. Dr. Bruno, fisioterapeutas, fonoaudióloga, enfermeiras, técnicas de enfermagem, camareiras, higienização, sempre tratando com muito carinho, não só a paciente Raquel, mas os familiares acompanhantes. Eterna Gratidão.

Só gratidão ao hospital Regional de Araranguá e toda equipe, desde a portaria até a UTI Covid de onde Raquel Marmentini saiu, no dia 22 de setembro, depois de 52 dias internada, para voltar ao seio da família e continuar a sua vida tão preciosa para Deus.



quarta-feira, 2 de março de 2022

CULTURA E SOCIEDADE. (27.07.2021)

         Considerando que a sociedade humana é constituída de pessoas; e que a cultura se manifesta pelo comportamento das pessoas, pode-se então, entender que a cultura se modifica pelo acréscimo de invenções e com a alteração ou substituição de métodos antigos. A cultura individual se modifica e cresce pela aceitação de invenções criadas pelos membros de sua própria sociedade ou pela aceitação de novos métodos inventados em outra parte e levados à atenção de seus membros através da difusão e do empréstimo de ideias e comportamentos. “O ser humano é um animal que cria a cultura e está preso a uma cultura”. (HOEBEL e FROST, 1976, p. 4).

A antropologia está em todos os campos possíveis do conhecimento, onde se inspira. Tem em seu desenvolvimento um conceito de cultura: “Cultura é o sistema integrado de padrões de comportamento aprendidos de uma sociedade e não o resultado de uma herança biológica” (HOEBEL e FROST, 1976, p. 4).

Na transferência cultural, uma característica ou complexo serão avaliados e rejeitados, ou aceitos ou modificados em termos da significação que têm para o povo que os recebe. Traços que têm significação positiva numa cultura podem ser bloqueados na sua difusão, porque suas formas ficam associadas com usos, significações ou funções de conotação negativa nas culturas em que vivem os potenciais receptores. Os preconceitos preexistentes dos membros de uma sociedade receptora facilitam ou bloqueiam a aceitação ou o empréstimo de uma nova possibilidade cultural. Uma coisa ou uma ideia podem ser vistas ou encontradas e, contudo, não serem percebidas, adaptadas ou mesmo desejadas. Podem não satisfazer a necessidade de um povo; ou a sua utilidade não é percebida por ele; não lhe dizem nada pois seu interesse está em outras coisas, em outras ideias.

Aculturação é quando uma sociedade empreende uma mudança cultural drástica sob a influência de uma cultura e de uma sociedade dominantes com as quais ela entra em contato. Na sociedade em que ocorre a aculturação, mesmo modificada, fica, contudo, a sua identidade discreta. Aculturação diferencial é um desvio das normas consuetudinárias anteriores e ocorre primeiro no comportamento individual. Estas mudanças podem ser recebidas com entusiasmo, desprezando, desaprovando, tacitamente, ou sancionando levianamente, ou rejeitando inteiramente. De qualquer maneira nunca acontece instantaneamente em nenhuma sociedade. “Os membros de uma sociedade nunca exibem todos os comportamentos dos quais [...] os seres humanos são capazes.” ((HOEBEL e FROST, 1976, p. 19). O comércio e a aliança são os maiores difusores das mudanças culturais.

Quando um sistema de valores está muito desarticulado, fora da realidade do momento, pode ocorrer uma crise cultural, gerando assim movimentos reativos. As revoluções culturais se estendem através dos séculos e décadas. Elas são o produto crescente da mudança cultural que orientou tecnologias de sociedades numa determinada direção que dificilmente pode ser percebida enquanto a mudança está sendo operada.

Na história da cultura humana vê-se que a primeira mudança revolucionária foi o desenvolvimento da cultura paleolítica, quando os seres humanos aprenderam a fabricar instrumentos, controlaram o uso do fogo e desenvolveram a fala juntamente com a crença e os sistemas simbólicos, organizando novos padrões de vida social. A segunda revolução cultural dessa espécie foi iniciada na Idade Mesolítica, quando a humanidade abandonou a caça, a colheita, pela forragem intensiva. Foi estabelecida na revolução urbana neolítica e no surgimento da civilização.

Está atualmente sendo concluída à medida que os últimos povos primitivos do globo estão sendo levados para a rede cultural da civilização, exatamente quando a própria civilização está concluindo o seu curso. Com efeito, a civilização – como uma fase da evolução cultural – está em processo de ser substituída por novas formas de culturas que expressem a recém-nascida Idade Espacial Atômica.

              E qual é a importância da cultura da informação?

A visão dos fatos e do mundo, trazidos até nós através da cultura, estão diretamente ligados aos processos de transformação político-social do século XX. Para entendê-la melhor, se faz uma breve retrospectiva de como foram registradas as primeiras informações e sua evolução ao longo do tempo.

Cultura - sociedade - relações de dominação. (20.07.2021)

             A cultura em nossa sociedade não é imune às relações de dominação que a caracterizam. Mas é ingênuo pensar que se a cultura comum é usada para fortalecer os interesses das classes dominantes, ela deve ser por isso jogada fora. O que interessa é que a sociedade se democratize e que a opressão política, econômica e cultural seja eliminada. A cultura é um aspecto de nossa realidade e sua transformação, ao mesmo tempo a expressa e a modifica.

É por isso que as lutas pela universalização dos benefícios da cultura são ao mesmo tempo lutas contra as relações de dominação entre as sociedades contemporâneas; e contra as desigualdades básicas das relações sociais no interior das sociedades. São lutas pela transformação da cultura; elas se dão no contexto das muitas sociedades existentes, as quais estão cada vez mais interligadas pelos processos históricos que se vivencia. Cultura é, pois, o legado comum de toda a humanidade.              

Por que o homem adquiriu este processo extrassomático que o diferencia de todos os outros animais? O homem foi o único ser que produziu cultura, a partir de sua evolução primata?  Esta diferenciação está comprovada através da elaboração do seu sistema nervoso, do cérebro em particular, os quais podem além de ver, cheirar e agir, podem representar uma vasta escala de experiências. Podem falar, ler e pensar, e comunicar-se através de representações simbólicas, que se pode chamar de conceitos ou pensamentos expressos por gestos, palavras, dança e arte.

Para alguns pensadores católicos o homem adquiriu cultura quando recebeu do Criador uma alma imortal. E esta só foi atribuída ao primata quando a Divindade considerou que o corpo dele estava pronto para receber uma alma e consequentemente a cultura. A partir destas teorias, o maior desafio dos antropólogos atuais é reconstruir o conceito de cultura, que passa por “um sistema de conhecimento”, “um sistema simbólico que é uma criação acumulativa da mente humana”, “o pensamento humano está submetido a regras inconscientes, ou seja, um conjunto de princípios que controlam as manifestações empíricas de um determinado grupo”, “um conjunto de mecanismos de controle, planos, receitas, regras, instruções para governar o comportamento.”

Ao estudar antropologicamente a cultura, volta-se ao movimento e à adaptação. Os antropólogos atuais, depois de examinar e avaliar umas quinhentas formulações e empregos do conceito, deram a seguinte definição:

A cultura consiste em padrões, explícitos e implícitos, de comportamento e para comportamento, adquiridos e transmitidos por símbolos, que constituem as realizações distintivas dos grupos humanos, inclusive suas incorporações em artefatos; o núcleo essencial da cultura consiste nas ideias tradicionais (isto é, recebidas e selecionadas historicamente) e especialmente nos valores que se lhes atribuem; por outro lado. Os sistemas de cultura podem ser considerados como produtos de ação e como elementos condicionantes de ação futura (KROEBER e KLUCKHOHN apud HOEBEL e FROST, 1976 p.4).

Apesar de reconhecer que os hábitos e costumes são repassados de pais para filhos, netos, bisnetos, não se pode incorrer no erro de acreditar que estes mesmos hábitos e costumes não sofrem modificações, influenciados pela dinâmica dos tempos. Uma definição exata sobre o que é cultura significa a compreensão da própria natureza humana – um tema sempre presente nas reflexões. Pode-se entender, então, que o conceito de cultura pode ser abstrato, pois por mais que antropólogos e estudiosos do assunto tentem conceituá-lo, nenhum encontra a maneira mais adequada de expressar este conhecimento através da ótica material, concreta.

Mas... e se, conforme alguns antropólogos, o equipamento fisiológico humano desenvolveu simultaneamente com a cultura, de que maneira prática pode-se comprovar isso? Confúcio, quatro séculos antes de Cristo já enunciava o seguinte: “a natureza do homem é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm separados”. Já o antropólogo James Clifford afirmou que, no final do século XX “a análise cultural organiza seus objetos – sociedades, tradições, comunidades, identidades, em termos espaciais” (CLIFFORD apud MCDOWELL,1995 p.182).

Se a sociedade humana é constituída de pessoas; e a cultura é constituída do comportamento das pessoas, pode-se dizer que a pessoa pertence a uma sociedade, mas seria errôneo afirmar que a pessoa pertence a uma cultura; então o indivíduo manifesta a cultura da sociedade.

 

 

O QUE É CULTURA? (13.07.2021)

 Esse texto vem do meu trabalho de conclusão de curso da graduação em geografia. O trabalho de pesquisa que desenvolvi foi relacionado à geografia cultural na educação básica. Para tal, escolhi iniciar o estudo buscando os conceitos de cultura. O que é cultura?

Cultura é uma palavra de origem latina, seu significado está ligado às atividades agrícolas e vem do verbo latino “colere”, que significa cultivar.

Uma preocupação da cultura é entender os muitos caminhos que conduziram os grupos humanos e suas perspectivas de futuro. Como registra a história, são muitas as transformações em relação à cultura, pois expressam diferentes tempos e espaços, portanto, contextos diferenciados.

Assim, cultura diz respeito à humanidade como um todo, e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades, e grupos humanos. De fato, entender isso é uma preocupação importante da conquista contemporânea.

As diferentes formas de organização familiar, por exemplo, ou as maneiras de habitar, de se vestir ou de utilizar os produtos do trabalho não são em vão. Assim, cada cultura é o resultado de uma história particular, e isso inclui também suas relações com outras culturas, as quais podem ter características bem diferentes.

A diversidade das culturas existentes acompanha a variedade da história humana, expressa as possibilidades de vida social organizada e registra graus e formas diferentes de domínio humano sobre a natureza.

Não há superioridade ou inferioridade de culturas ou traços culturais de modo absoluto, não há nenhuma lei natural que diga que as características as façam superior a outras culturas. Existem, no entanto, processos históricos que as relacionam e estabelecem marcas verdadeiras e concretas entre elas.

As culturas e sociedades humanas se relacionam de modo desigual. As relações internacionais registram desigualdades de poder em todos os sentidos, as quais hierarquizam de fato os povos e nações. É necessário reconhecer a cultura predominante e buscar sua continuidade ou não. Se se pensa, por exemplo, na sociedade brasileira ver-se-á que ela tem traços culturais únicos e próprios, originários de sua forma de agir e pensar, dos costumes e tradições do seu povo, como o carnaval, o futebol, a forma de vestir, o gosto musical, a alegria... Esses traços têm relação com as classes e grupos sociais, com a região, com a população, com a idade, com o grau de escolarização; todos esses aspectos refletem o quadro cultural do Brasil.

A cultura envolve basicamente duas concepções: a primeira remete a todos os aspectos de uma realidade social, sua história; a segunda refere-se mais especificamente ao conhecimento, às ideias e crenças de um povo, manifestações culturais e artísticas.

Cultura envolve um conceito amplo e global das sociedades, enfatizando relações miúdas de significado; assim só se entende a importância das brincadeiras infantis, por exemplo, estudando toda formação cultural que se dá às crianças e localizando-as dentro desta. Precisamos, portanto, considerar que a própria cultura é um motivo de conflitos de interesses nas sociedades contemporâneas, um conflito pela sua definição, pelo seu controle, pelos benefícios que pode assegurar.

Cultura, portanto, é uma dimensão do processo social, da vida de uma sociedade. Não diz respeito apenas a um conjunto de práticas e concepções, como, por exemplo, poder-se-ia dizer da arte. Não é apenas uma parte da vida social, como se poderia falar da religião. Não se pode dizer que cultura seja algo independente da vida social, algo que nada tem a ver com a realidade onde exista. Cultura, assim, envolve todos os aspectos da vida social, e não se pode dizer que ela existe em alguns contextos e não em outros.

  Segundo  os autores HOEBEL e FROST (1976 p.21), a ciência moderna considera, em muitos campos, que o todo, não é meramente a soma de todas as suas partes, mas o resultado de um arranjo único e de uma inter-relação das partes, o que constitui uma nova entidade.

Cultura é uma construção histórica, seja como concepção, ou como dimensão do processo social. Cultura não é um processo natural e biológico, é um produto coletivo da vida humana, que tem como objetivo impulsionar a vida das sociedades em favor do progresso social e da liberdade, em favor da luta contra a exploração de uma parte da sociedade por outra, em favor da superação da opressão e da desigualdade.

A cultura em nossa sociedade não é imune às relações de dominação que a caracterizam. Mas é ingênuo pensar que se a cultura comum é usada para fortalecer os interesses das classes dominantes, ela deve ser por isso jogada fora. O que interessa é que a sociedade se democratize e que a opressão política, econômica e cultural seja eliminada. A cultura é um aspecto de nossa realidade e sua transformação, ao mesmo tempo a expressa e a modifica.

É por isso que as lutas pela universalização dos benefícios da cultura são ao mesmo tempo lutas contra as relações de dominação entre as sociedades contemporâneas; e contra as desigualdades básicas das relações sociais no interior das sociedades. São lutas pela transformação da cultura; elas se dão no contexto das muitas sociedades existentes, as quais estão cada vez mais interligadas pelos processos históricos que se vivencia. Cultura é, pois, o legado comum de toda a humanidade. Por que o homem adquiriu este processo extrassomático que o diferencia de todos os outros animais? O homem foi o único ser que produziu cultura, a partir de sua evolução primata?  Esta diferenciação está comprovada através da elaboração do seu sistema nervoso, do cérebro em particular, os quais podem além de ver, cheirar e agir, podem representar uma vasta escala de experiências. Podem falar, ler e pensar, e comunicar-se através de representações simbólicas, que se pode chamar de conceitos ou pensamentos expressos por gestos, palavras, dança e arte.

Para alguns pensadores católicos o homem adquiriu cultura quando recebeu do Criador uma alma imortal. E esta só foi atribuída ao primata quando a Divindade considerou que o corpo dele estava pronto para receber uma alma e consequentemente a cultura. A partir destas teorias, o maior desafio dos antropólogos atuais é reconstruir o conceito de cultura, que passa por “um sistema de conhecimento”, “um sistema simbólico que é uma criação acumulativa da mente humana”, “o pensamento humano está submetido a regras inconscientes, ou seja, um conjunto de princípios que controlam as manifestações empíricas de um determinado grupo”, “um conjunto de mecanismos de controle, planos, receitas, regras, instruções para governar o comportamento.”

Ao estudar antropologicamente a cultura, volta-se ao movimento e à adaptação. Os antropólogos atuais, depois de examinar e avaliar umas quinhentas formulações e empregos do conceito, deram a seguinte definição:

 

A cultura consiste em padrões, explícitos e implícitos, de comportamento e para comportamento, adquiridos e transmitidos por símbolos, que constituem as realizações distintivas dos grupos humanos, inclusive suas incorporações em artefatos; o núcleo essencial da cultura consiste nas ideias tradicionais (isto é, recebidas e selecionadas historicamente) e especialmente nos valores que se lhes atribuem; por outro lado. Os sistemas de cultura podem ser considerados como produtos de ação e como elementos condicionantes de ação futura (KROEBER e KLUCKHOHN apud HOEBEL e FROST, 1976 p.4).

 

Apesar de reconhecer que os hábitos e costumes são repassados de pais para filhos, netos, bisnetos, não se pode incorrer no erro de acreditar que estes mesmos hábitos e costumes não sofrem modificações, influenciados pela dinâmica dos tempos. Uma definição exata sobre o que é cultura significa a compreensão da própria natureza humana – um tema sempre presente nas reflexões. Pode-se entender, então, que o conceito de cultura pode ser abstrato, pois por mais que antropólogos e estudiosos do assunto tentem conceituá-lo, nenhum encontra a maneira mais adequada de expressar este conhecimento através da ótica material, concreta.

Mas... e se, conforme alguns antropólogos, o equipamento fisiológico humano desenvolveu simultaneamente com a cultura, de que maneira prática pode-se comprovar isso? Confúcio, quatro séculos antes de Cristo já enunciava o seguinte: “a natureza do homem é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm separados”. Já o antropólogo James Clifford afirmou que, no final do século XX “a análise cultural organiza seus objetos – sociedades, tradições, comunidades, identidades, em termos espaciais” (CLIFFORD apud MCDOWELL,1995 p.182). Se a sociedade humana é constituída de pessoas; e a cultura é constituída do comportamento das pessoas, pode-se dizer que a pessoa pertence a uma sociedade, mas seria errôneo afirmar que a pessoa pertence a uma cultura; então o indivíduo manifesta a cultura da sociedade.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

A Vida por Berth Hellinger (15.06.2021)

                                                                                                                                                                “A A vida decepciona-o para você parar de viver com ilusões e ver a realidade.

A vida vai destruir todo o supérfluo, até que reste somente o importante.

A vida não te deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como “É”.

A vida vai retirar o que você tem, até você parar de reclamar e começar agradecer.

A vida envia pessoas conflitantes para te curar e para que você deixe de olhar para fora e comece refletir o que você tem dentro.

A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição.

A vida te tira do caminho e te apresenta encruzilhadas, até que você pare de querer controlar e você flua como um rio.

A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de “reagir”.

A vida te assusta e assusta quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé.

 A vida tira o seu amor verdadeiro, ele não concede ou permite, até que você pare de tentar comprá-lo.

 A vida te distância das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém.

A vida ri de você tantas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo.

A vida quebra você e quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar ali.

 A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar.

A vida repete a mesma mensagem, mesmo com gritos e tapas, até você finalmente ouvir.

A vida envia raios e tempestades, então você acorda.

A vida o humilha e derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer.

A vida lhe nega bens e grandeza até que você pare de querer bens e grandeza e comece a servir.

A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que você não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e voe do Ser.

A vida lhe nega milagres, até que você entenda que tudo é um milagre.

A vida encurta seu tempo, então você se apressa para aprender a viver.

A vida te ridiculariza até você se tornar nada, até você se tornar ninguém, e então você se torna tudo.

 A vida não te dá o que você quer, mas o que você precisa para evoluir.

A vida te machuca, te machuca, te atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração.

A vida te esconde os tesouros até que você aprenda a sair para a vida e buscá-los.

A vida te nega Deus, até você vê-lo em todos e em tudo.

A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta, te quebra novamente, até que só o AMOR permaneça em ti”.

 

Berth Hellinger


ALÉM DA MENTE PENSANTE. (15.06.2021)

         Em você, como em cada ser humano, existe uma dimensão de consciência bem mais profunda que o pensamento. É a essência de quem você é. Podemos chamá-la de presença, de percepção, de consciência livre de condicionamentos. Nos antigos ensinamentos religiosos, essa consciência é o Cristo interior ou a sua natureza do Buda.

Se você consegue RECONHECER, mesmo esporadicamente, que os pensamentos que passam por sua cabeça são meros pensamentos, se você consegue dar conta dos padrões que se repetem em suas reações mentais e emocionais, é sinal de que essa dimensão de consciência está emergindo.

Ela é o espaço interno em que o conteúdo de sua vida se desdobra. A corrente do pensamento tem uma enorme força que pode muito facilmente levar você de roldão. Cada pensamento tem a pretensão de ser extremamente importante. Cada pensamento quer sugar sua completa atenção. Não leve seus pensamentos a sério!

Com que facilidade as pessoas ficam aprisionadas nas armadilhas de seus pensamentos. Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opiniões e pontos de vista com a verdade. Suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos.

Mas a realidade é outra coisa. Ela é um todo unificado em que todas as coisas se interligam e nada existe em si e por si. Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços, em pequenos conceitos. A sabedoria não é um produto do pensamento. A sabedoria é um profundo conhecimento que vem do simples ato de dar total atenção a alguém ou a alguma coisa. A atenção é a inteligência primordial, a própria consciência. Ela dissolve as barreiras criadas pelo pensamento, levando-nos a reconhecer que nada existe em si e por si. A inteligência une a pessoa que percebe ao objeto percebido, num campo unificado de percepção. É a atenção que cura a separação.

Sempre que você mergulha em pensamentos compulsivos está impedindo o que existe. Você não quer estar onde está. Aqui. Agora. E qual a ilusão básica? É a identificação com o pensamento. DESPERTAR ESPIRITUALMENTE É DESPERTAR DO “SONHO DO PENSAMENTO”.

A mente funciona com “voracidade” e por isso está sempre querendo mais. Quando você se identifica com sua mente, fica facilmente entediado e ansioso. O Tédio demonstra que a mente deseja avidamente mais estímulo, mais o que pensar, e que essa fome não está sendo saciada.

Quando você fica entediado, pode querer satisfazer a fome da mente lendo uma revista, dando um telefonema, assistindo TV, navegando na NET – ou o que é bem comum – transferindo a sensação MENTAL DE CARÊNCIA e sua necessidade de QUERO MAIS para o corpo e se satisfazendo TEMPORARIAMENTE comendo mais.

A alternativa é aceitar o tédio e a ansiedade e observar como é sentir-se entediado e ansioso. À medida que você se dá conta dessa sensação, SURGE DE REPENTE UM ESPAÇO E UMA CALMA EM VOLTA DELA. Primeiro é o pequeno espaço interno, mas, à medida que esse espaço aumenta, o tédio começa a diminuir de intensidade e de SIGNIFICADO. Dessa forma, até o tédio pode ensinar quem VOCÊ É E QUEM NÃO É.

Você descobre que não é uma pessoa entediada. O tédio é simplesmente um movimento de energia condicionada dentro de você. Da mesma forma, você não é uma pessoa irritada, rancorosa, triste ou medrosa. O tédio, a raiva, a tristeza e o medo não são seus, não fazem parte da sua pessoa. Eles são estados da MENTE HUMANA. E, por isso, vão e voltam.

NADA DAQUILO QUE VAI E VOLTA É VOCÊ!!!! Qualquer tipo de preconceito mostra que você está identificado com a mente pensante. Mostra que você não está vendo o outro ser humano, está vendo apenas seu conceito sobre aquele ser humano. REDUZIR UMA PESSOA A UM CONCEITO JÁ É UMA FORMA DE VIOLÊNCIA.

 O próximo passo na evolução humana é transcender o pensamento. Hoje é a nossa tarefa mais premente. Isso não significa que não devemos mais pensar, simplesmente que não devemos nos identificar com o pensamento nem sermos dominados por ele. Existe uma energia vital que você pode sentir em todo o seu ser, independente dos seus pensamentos. Nesse estado de consciência, se você precisar usar a mente para algum fim específico, ela estará presente. E a mente funciona muito bem quando a inteligência maior QUE É VOCÊ SE EXPRESSA através dela.

Talvez você não tenha se dado conta, mas aqueles breves períodos em que fica CONSCIENTE SEM PENSAR já estão ocorrendo natural e espontaneamente em sua vida. Você pode estar olhando o céu ou alguém falar, sem fazer qualquer comentário mental, o pensamento se interrompe e é substituída por um estado de alerta. Suas percepções se tornam transparentes, sem qualquer pensamento para toldá-las.

MESMO QUE VOCÊ NÃO PERCEBA, A VERDADE É QUE ESSA COISA É A COISA MAIS IMPORTANTE QUE PODE ACONTECER A VOCÊ. É O COMEÇO DO PROCESSO DE MUDANÇA, DO PENSAR PARA O ESTAR PRESENTE, ALERTA E ATENTO. Sinta-se à vontade com o “não saber”. Isso leva você para além da mente, pois ela está sempre querendo tirar conclusões e interpretar. A mente teme não saber. Assim, quando consegue ficar à vontade com o “não saber”, você já foi além da mente.

Um conhecimento mais profundo que não é baseado em qualquer conceito vai emergir desse estado. Enfrentar uma situação de perigo pode causar uma interrupção temporária da corrente de pensamento e assim nos dar uma percepção do que é estar presente, alerta, atento.

Quando há um domínio completo da criação artística, da dança, do ensino, do aconselhamento, é sinal de que a mente pensante não está mais envolvida ou, no mínimo, está em segundo plano. Nessas áreas predominam uma força e uma inteligência que são maiores do que você e, ao mesmo tempo, fazem parte de você.

Não existe mais um processo de decisão. As ações corretas acontecem espontaneamente, e não é “você” quem as faz. Ter o domínio completo da vida é o contrário de controlá-la. Você entra em sintonia com a consciência maior. É ela quem age, fala e faz o que é necessário.

 

Do livro “O PODER DO SILÊNCIO” (De Eckhart Tolle, nascido na Alemanha, formou-se na Universidade de Londres, foi supervisor de pesquisas da Universidade de Cambridge. Aos 29 anos, uma grande mudança espiritual mudou sua vida.)

 


Silêncio e Calma. (08.06.2021)

             “A calma é nossa natureza essencial. O que é calma? É o espaço interior ou a consciência onde as palavras desta página são assimiladas e se transformam em pensamentos. Sem essa consciência, não haveria percepção, não haveria pensamentos nem mundo. Você é essa consciência em forma de pessoa.

Quando você perde contato com sua calma interior, perde contato com você mesmo. Quando perde esse contato, fica perdido no mundo. O equivalente ao barulho externo é o barulho interno do pensamento. O equivalente ao silêncio externo é a calma interior. Sempre que houver silêncio à sua volta, ouça-o. Isso significa: apenas perceba-o. Preste atenção nele. Ouvir o silêncio desperta a dimensão de calma que já existe dentro de você, porque é só através da calma que você pode perceber o silêncio.

Veja que, quando percebe o silêncio à sua volta, você não está pensando. Está consciente do silêncio, mas não está pensando. Quando você percebe o silêncio, instala-se imediatamente uma calma alerta NO SEU INTERIOR. VOCÊ ESTÁ PRESENTE. Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano e coletivo.

Quando você olha para uma árvore e percebe a calma da árvore, você também se acalma. Você sente uma unidade com tudo que percebe na calma e através dela. Sentir sua unidade com todas as coisas é AMOR.

O silêncio ajuda, mas você NÃO precisa dele para encontrar a CALMA. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do ESPAÇO em que surge o ruído. Esse é o ESPAÇO INTERIOR DA PERCEPÇÃO PURA, DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA.

Você pode se dar conta dessa percepção como um pano de fundo para tudo o que seus sentidos apreendem, para todos os seus pensamentos.

Dar-se conta da percepção é o início da calma interior. Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é calma. Sempre que aceitar profundamente o momento como ele é – qualquer que seja a sua forma – você experimenta a calma e fica em paz.

Preste atenção nos intervalos – o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração.

Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de “alguma coisa” se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma.

A verdadeira inteligência atua silenciosamente. A calma é o lugar onde a criatividade e a solução dos problemas são encontradas. Será que a calma e o silêncio são apenas a ausência de barulho e de conteúdo? Não, a calma e o silêncio são a própria inteligência, a consciência básica da qual provêm todas as formas de vida. A forma de vida que você pensa é que vem dessa consciência e é SUSTENTADA POR ELA.

Essa consciência é a ESSÊNCIA das galáxias mais complexas e de todas as folhas mais simples. É a essência de todas as flores, pássaros e demais formas de vida.

A calma é a única coisa no mundo que não tem forma. Na verdade, ela não é uma coisa nem pertence a este mundo. Quando você olha num estado de calma para uma árvore ou uma pessoa, quem está olhando? É algo mais profundo do que você. A CONSCIÊNCIA ESTÁ OLHANDO PARA A SUA PRÓPRIA CRIAÇÃO.

Você precisa saber mais coisas do que já sabe?

O que a humanidade precisa hoje é de mais sabedoria para viver. A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso mais além disso. Manter a calma, olhando e ouvindo, ativa a inteligência que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações.”

Do giz ao note book. (01.06.2021)

             A dez anos atrás eu estava focada nos estudos da especialização em mídias na educação. “Do giz ao note book: A Geografia aliada às mídias – um desafio para o professor do ensino público”, título do meu trabalho de conclusão, com a proposta de pesquisar sobre a utilização das mídias (rádio, televisão, material impresso, sítios web) como ferramentas pedagógicas, no ensino da geografia em escolas públicas, contribuindo para uma aprendizagem integral em conexão com o mundo globalizado atual, e com isso, tornar as aulas de geografia mais dinâmicas e agradáveis, possibilitando todas as formas de conhecimento na prática pedagógica.

Entendi que ao nos apropriarmos das mídias, como instrumentos auxiliares do processo ensino e aprendizagem, a geografia poderia contextualizar os seus conteúdos, via recursos de som e imagem, designs gráficos, planilhas eletrônicas, mapas mentais, weblogs, textos jornalísticos, sites de busca.

Com a expansão da Internet, a inovação representava um risco inevitável aos profissionais e as instituições de ensino, que precisavam enfrentar o momento entrando em um permanente processo de atualização. Foi destaque a utilização do potencial tecnológico, que podia esbarrar na dificuldade de aprender o como fazer, e no esforço necessário de melhorar a infraestrutura local. Eis a questão: o que fazer para inserir professores e alunos nesta dinâmica de mundo principalmente àqueles que resistem ao uso do computador?

Ou então, quando as escolas não oferecem infraestrutura necessária para ingressar na sociedade da informação? Estas barreiras devem ser superadas, pois um sujeito alfabetizado é aquele que sabe ler o que está escrito e o que está implícito, utilizando as informações, disponibilizadas pela mídia, em seu benefício, e melhorar sua qualidade de vida.

Hoje, mais do que a 10 anos atrás, está acontecendo. O aluno do futuro já chegou nas nossas escolas, e percebemos que pode tornar-se um analfabeto funcional, por não saber ler, as imagens e, as informações que circulam nos meios de comunicação. O meu TCC, foi um chamado aos professores de Geografia para refletirem sobre a importância e o potencial da utilização das mídias, no processo de construção de projetos didático pedagógicos.

Os projetos didático pedagógicos precisam contemplar as competências e habilidades do conhecimento proporcionado na geografia: ler, analisar, interpretar e produzir textos, bem como, mapas, tabelas e gráficos; anotar, sistematizar, problematizar informações e desenvolver argumentos; aplicar os conceitos aprendidos; dissertar; pesquisar, coletar, organizar dados (identificando, descrevendo, comparando, classificando e concluindo); trabalhar em equipe; empreender iniciativas; empenhar-se na busca de soluções aos desafios propostos, expressar oralmente suas ideias com clareza e objetividade; expor oralmente assuntos em público; respeitar opiniões divergentes; socializar a produção do conhecimento para que possam compreender a dinâmica da natureza e da sociedade nela inserida.

Fundamentados nessas habilidades e competências, estudantes podem estabelecer a relação local-global-local; aprender a ler o mundo através dos mapas e dos dados contidos em tabelas, gráficos, globo, gravuras, jornais, revistas, televisão, internet; identificar a organização do espaço geográfico pelos fenômenos naturais e pela ação do homem, bem como, a interrelação existente entre eles. Assim como podem estar aptos a reconhecer as causas dos conflitos mundiais que se estabeleceram ao longo da história e sob quais pretextos se originaram – econômicos, políticos, sociais e suas consequências e passarão a conhecer a diversidade natural, com suas causas e alterações ocasionadas na paisagem.

Outro fator importante é o reconhecimento de que a economia, a sociedade e a natureza devem ser tratadas como parte integrante de um todo, identificando o papel das tecnologias e o uso das informações neste processo. E finalmente para que possam refletir sobre o uso da técnica e da tecnologia na preservação e conservação do meio ambiente, na qualidade de vida dos seres humanos, proporcionando uma visão ecológica para a conscientização sobre o uso racional dos recursos naturais para a vida do Planeta e das gerações futuras.

O ensino da geografia em escola pública, demanda a utilização das mídias educacionais, com a adoção de outras metodologias de ensino e aprendizagem, e é ponto afirmativo que essas se integrem à prática pedagógica. Isso requer conhecimento das tecnologias disponíveis e de suas potencialidades como instrumento didático ao conhecimento da ciência geográfica, ainda mais neste tempo em que as tecnologias de comunicação e informação evoluem diariamente.

A importância das Instituições Comunitárias de Ensino Superior. (26.05.2021)

            As ICES surgiram num período marcado por uma série de experiências entre universidade e sociedade, em consonância a essa premissa temos a Lei 5.540/68, de 28 de novembro de 1968 da Reforma Universitária de 1968 e seus artigos 20 e 40. Em nível mundial, vivia-se sob o conflito denominado de Guerra Fria, e podemos dizer que diversos setores da sociedade centralizavam suas preocupações na propagação das ideias comunistas e, por outro viés, a crescente influência dos Estados Unidos. No Brasil, essas duas ideologias se constituíram na base de sustentação dos governos que se sucederam até 1964, impactaram o ensino superior, condicionando as tendências que marcaram seu desenvolvimento e sua expansão por todo o país durante esse período.

Até 1961, “a visão ideológica caracterizava-se dominantemente como progressista, industrialista, modernizadora, correspondente, portanto, a uma burguesia que se queria esclarecida” (SAVIANI, 2013 p. 305); Dourado (2001, p. 39) afirma que a política desenvolvimentista, adotada pelo Estado é resultante do processo de monopolização e acelera a expansão do ensino, especificamente do ensino superior, no período 1946-1964. Segundo Martins (2000, p. 42), a expansão era necessária, pois o sistema de ensino superior contava com não mais que uma centena de instituições, em sua maioria, localizadas predominantemente nos centros urbanos, voltadas para “a reprodução de quadros da elite nacional”.

As ICES do oeste catarinense foram criadas sob a égide das relações capitalistas de mercado, na década de 1960, e se instalaram estrategicamente, para além da faixa litorânea, no interior do Estado, por conta da ausência de políticas públicas de interiorização da educação superior, e constituíram-se num modelo singular, diferenciado dos tradicionais modelos contemplados pela legislação brasileira. Tratou-se de uma iniciativa longe do núcleo centrar de decisões, da periferia, “de vozes e vontades que querem se fazer ouvir e participar da construção de um espaço de educação, socialmente mais amplo e democrático” (FRANTZ, 2002, p. 3).

Obviamente, as IES de caráter comunitário surgiram a partir da organização das comunidades onde estão inseridas, visando ampliar a oferta e o acesso, para atender à demanda por ensino superior no interior do Estado e para atender à política desenvolvimentista industrial vigente.

Com o objetivo atender às demandas da educação superior, em fins da década de 1960 e início da década de 1970, as ICES do Oeste catarinense foram se constituindo “entidades sem fins lucrativos, com a missão de promover a integração dos esforços de consolidação das instituições de ensino superior por elas mantidas, de executar atividades de suporte técnico-operacional e de representá-las junto aos órgãos dos Governos Estadual e Federal” (ACAFE, 1974/2014). Atualmente, são dezesseis instituições associadas que fazem parte de um sistema singular de educação superior, a Acafe – Associação Catarinense das Fundações Educacionais, fundada em 1974.

EU e as ICES.

O sonho juvenil de fazer faculdade logo após concluir o segundo grau, atualmente, ensino médio, foi o início da busca de universidades e cursos. Foram algumas tentativas de entrar em uma universidade federal. No entanto a concorrência era grande. Eu me dedicava aos estudos, fiz até cursinho pré-vestibular, mas não obtive êxito.

Então busquei alternativa. Num dos primeiros vestibulares, na Unisinos, no início da década de 1980, fiz algumas disciplinas no curso de Administração de Empresas. Morava e trabalhava em Porto Alegre. Percorria o trajeto de ônibus todas as noites. Por isso essa rotina ficou pesada, e precisei escolher entre trabalhar e estudar. Escolhi o trabalho.

Passaram alguns anos. Morando em Balneário Camboriú, resolvi voltar para a universidade. Já iniciava a década de 1990. Fiz vestibular e passei no curso de Hotelaria e Turismo, na Univali. Dois anos depois, me encontrei novamente na encruzilhada, entre o trabalho e os estudos. Interrompi mais uma vez o curso superior.  

Mais alguns anos se passaram e minha vida tomou outro rumo. No início da década dos anos 2000, a vontade de estudar não me abandonou e voltei para a universidade. Fiz uma escolha levando em consideração alguns gostos, até então escamoteados nas estradas percorridas. Escolhi o curso de licenciatura plena em geografia, na URI em Erechim, RS.

Não parei mais de estudar. Fui para o Mestrado na Unoesc em Joaçaba, SC. Foi então que eu descobri, na minha pesquisa para a dissertação, que as ICES foram muito importantes na minha trajetória acadêmica. Unisinos, Univali, URI e Unoesc, fazem parte deste conjunto de instituições denominadas de comunitárias.

Sobre as ICES do oeste catarinense. (continuação) (18.05.2021)

             A UnC foi credenciada e reconhecida como organização multicampi e pluridisciplinar com o objetivo de formar profissionais em nível superior, pesquisa e de extensão, adquirindo a tipologia acadêmico institucional de Universidade. Desde 2004 foi credenciada para oferecer cursos na modalidade à distância. Sua missão é “Construir e difundir o conhecimento e a tecnologia, formando cidadãos comprometidos com o desenvolvimento de uma sociedade humanizada e sustentável” (UNIVERSIDADE DO CONTESTADO, 2016), baseada em valores elementares para alcançá-la: Autonomia, Transparência, Qualidade, Ética, Inovação e Responsabilidade Social e Ambiental.

A Unochapecó localiza-se na Região de Chapecó e se considera profundamente identificada com o desenvolvimento regional e com as necessidades da população e das organizações de sua região de abrangência. Isso se dá por meio da formação de profissionais qualificados, da educação continuada para profissionais e lideranças, da produção e publicação de novos conhecimentos, do desenvolvimento de ações comunitárias voltadas à promoção do desenvolvimento econômico, social, cultural, esportivo e da saúde, além de ações de assistência social. Há 45 anos contribui ativamente com o desenvolvimento do Oeste catarinense e, nos últimos anos, prioriza investimentos na modernização e na aproximação com o setor produtivo e com as organizações sociais, na inovação tecnológica, na agilidade e na qualidade dos serviços que presta e na transformação das pessoas.

A Unoesc foi reconhecida como universidade no ano 1996 pelo Conselho Estadual de Educação e, consequentemente, credenciada pelo Ministério da Educação. Surgiu a partir da unificação de três Fundações Educacionais existentes na região: FUOC, Femerp e Fundeste. Mais tarde, também integrada com a Funesc e a FEMAI, a Unoesc uniu forças em resposta à necessidade de expansão do ensino superior nas regiões Oeste e Meio-Oeste catarinense. Atualmente se considera uma das maiores instituições propulsoras do desenvolvimento, da pesquisa e das perspectivas socioculturais e educacionais nas regiões de abrangência: em torno de 118 municípios e mais de 1 milhão de pessoas, em uma área geográfica que vai desde Santa Cecília, no planalto central catarinense até a fronteira com a Argentina, atingindo o Sudoeste do Paraná e o Noroeste do Rio Grande do Sul. É também uma organização multicampi, hoje com cinco campi: Joaçaba, Videira, Xanxerê, São Miguel do Oeste e Chapecó; e cinco unidades: Capinzal, Campos Novos, Pinhalzinho, Maravilha e São José do Cedro. Tornou-se referência no estado de Santa Catarina e, ano a ano, com o compromisso de ajudar a realizar os sonhos de muita gente.

A Uniarp teve início em 1971 com a Fundação Educacional do Alto Vale Rio do Peixe (FEARPE). Ao longo dos anos, ensino, pesquisa e extensão foram se desenvolvendo, até que em dezembro de 2009 se constituiu Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp). Se considera referência em educação superior no meio Oeste catarinense, oferecendo cursos de graduação, incentivando o aperfeiçoamento profissional com cursos de pós-graduação em nível de especialização e mestrado, e programas de extensão e pesquisa. Além de fazer investimentos constantes em estrutura, equipamentos e capacitações, a Uniarp cresce a cada ano, por meio de parcerias e recursos próprios proporcionando aos alunos e comunidade da região atendimento social e diferente áreas.

O ambiente político da época apontava à emergência da expansão e da interiorização do ensino superior pelo Brasil. Em Santa Catarina, particularmente, lideranças educacionais e políticas das principais cidades se mobilizaram no sentindo de implantar cursos de graduações. Desta mobilização, surgiram as IES comunitárias, que não são públicas estatais, nem privadas particulares, e que foram criadas pelo poder público municipal, porém, de direito privado, tendo como mantenedoras as Fundação Educacionais de Ensino Superior que procuravam atender à crescente demanda por ensino superior nas maiores cidades do Estado onde foram instaladas. (TREVISOL; TREVISOL, 2009).

O processo de expansão e interiorização da educação superior, aconteceu tanto no Brasil quanto no Oeste Catarinense, sob influência da doutrina da interdependência e do processo de industrialização e se consolidou como modelo de universidade num embate entre o público e o privado. Após muitos anos de mobilização das lideranças locais, no dia 12 de dezembro de 2013 com a Lei nº 12.881, de (BRASIL, 2013), o Estado brasileiro, finalmente, reconhece essas instituições como um modelo singular e diferenciado dos demais modelos de educação superior do país, conferindo-lhes prerrogativas e finalidades próprias.

SOBRE AS INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR (ICES). (11.05.2021)

             Este artigo é fruto da pesquisa realizada no mestrado acadêmico em educação da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Tem como objetivo historiar as Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES) do Oeste Catarinense.

A metodologia utilizada foi bibliográfica, documental, tendo uma abordagem qualitativa de investigação. Verificou-se no desenvolvimento deste trabalho que as – Instituições Comunitárias de Educação Superior -ICES – deste Estado são resultado da mobilização de lideranças locais da sociedade civil e do poder público municipal, com ações advindas das políticas públicas estaduais e nacionais.  Estas apontam para a expansão universitária no sentido de ampliar o acesso da população à educação superior. Com efeito, as políticas de expansão e acesso nas ICES podem ser identificadas como uma das estratégias minimizadora dos efeitos da desigualdade social regional. 

Como o objetivo é historiar as Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES) do oeste catarinense, reflete em estudos no âmbito da pesquisa: Política pública de expansão da educação superior e as universidades comunitárias, particularmente, do oeste de Santa Catarina, pois versa a dissertação de mestrado acadêmico em educação da Universidade do Oeste de Santa Catarina, campus Joaçaba.

Buscamos contextualizar a origem das ICES em Santa Catarina para na sequência, em especial destaque, fazer um breve relato de cada instituição presente na região oeste catarinense. Ao final, a temática é analisada no sentido de considerar as perspectivas em relação as políticas de expansão e acesso nas ICES.

O procedimento metodológico deste estudo teve como recurso a pesquisa bibliográfica documental, de abordagem qualitativa exploratória com base em documentos institucionais nas plataformas digitais das universidades, em documentos oficiais e na bibliografia existente sobre o tema.

No campo das políticas públicas pesquisar a expansão e o acesso da população ao ensino superior surte efeitos e reflexão à comunidade acadêmica da região e à sociedade num todo, que não passam inalteradas a todo esse processo, uma vez que as ICES podem contribuir para o desenvolvimento regional ao identificar estratégias capazes de diminuir os efeitos das diferenças sociais.

 SOBRE AS INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

O Oeste catarinense apresenta características singulares e peculiares em função do processo histórico de povoamento, as quais influenciam também nas estratégias de criação de oportunidades de implementação do ensino superior. Em vista disso, entendemos que a origem cultural da população da região oeste catarinense possa ser uma das singularidades do modelo de universidades comunitárias que emergiram e se mantêm entidades filantrópicas até os dias de hoje. Neste estudo mapeamos quatro IES comunitárias situadas na região. São elas: Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), Universidade do Contestado (UNC), e Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP).

Analisando o site das instituições situadas na região oeste de SC, percebemos a partir dos seus documentos oficiais, características semelhantes. São mantidas por uma fundação de origem e base comunitária, e enraizadas na comunidade de predominância populacional homogênea e de lideranças ligadas a diferentes organismos de Estado e da sociedade civil, empenhados em promover o desenvolvimento do Oeste catarinense, razão pela qual buscaram prover a região de instituições de educação superior.

São instituições com o objetivo social da educação e assumem a forma jurídica de fundação filantrópica, sem fins lucrativos, sendo que os recursos são revertidos em serviços à comunidade e sob a tutela do Ministério público. As fundações mantenedoras, embora formalmente distintas, tornam-se inseparáveis em seus fins e objetivos, sendo conduzidos e operacionalizados pelos seus agentes sociais definidos no contexto externo imediato e no contexto interno institucional, todos coletivamente empenhados na busca dos recursos necessários à sua operação e na superação dos obstáculos à realização dos seus fins.     

Outra peculiaridade é o efetivo relacionamento com a sociedade, na promoção do acesso a bens públicos, o que vai além da área educacional, com ações públicas em outras áreas como a economia, o esporte, a saúde, a cultura e a assistência social.  Assumem também o papel de agente público na distribuição de bolsas de estudo, integrais ou parciais, viabilizando o acesso gratuito à educação superior à população de baixa renda, com rigor e transparência. Cada uma das quatro instituições apresenta resumidamente suas trajetórias em seus sites oficiais.

 

ð  Continua na próxima edição.

CONHECENDO MELHOR O HO’OPONOPONO. (04.05.2021)

 O que existe de tão poderoso nesta técnica? É uma técnica muito simples, que consiste na manifestação da sua intenção de resolver um relacionamento que está em desarmonia. Para manifestar essa intenção você repete quatro frases. EU TE PEÇO PERDÃO. EU SINTO MUITO. EU TE AMO. SOU GRATA. Essa técnica devolve a você o poder de assumir o controle de sua vida. Quando você percebe que tudo o que acontece contigo de alguma forma faz parte do seu sistema de crenças e afinidades, você compreende profundamente, que se um dia você criou, quando assume o poder, também poderá resolver. O segredo é a força da sua intenção – quanto mais você repete as frases, mais forte fica essa força.

Apenas essas quatro frases, EU TE PEÇO PERDÃO, EU SINTO MUITO, EU TE AMO, SOU GRATA, podem mudar a vida de uma pessoa. A sabedoria KAHUNA, de onde nasceu o ho’oponopono, ensina que tudo é vibração, e se propaga para a nossa consciência. Ao repetir essas poderosas frases vamos arrumando a energia, e assim harmonizando a consciência e os relacionamentos.

Ho’oponopono significa corrigir o erro. Quando de alguma forma há sofrimento por causa de um erro, e alguém sofre por isso, então há conexão com essa energia. De acordo com a sabedoria Kahuna, essa conexão indica que você faz parte do erro.  E se você faz parte do erro, tem a sua parcela de responsabilidade por ele. Tudo está interligado. Você pode não conseguir mudar o outro, mas certamente pode mudar a si mesmo. Pode mudar a sua consciência. Desta forma faça ho’oponopono para você mesmo e para o sentimento que surge em você quando pensa sobre o assunto. Essa é a sua parte na responsabilidade.

Essa técnica promove a limpeza de padrões, memórias e crenças em vários níveis da consciência. Por conta disso, às vezes, sentimos uma dor, ou uma mágoa, e nem sabemos de onde veio. São dores e memórias do seu inconsciente. Quando isso ocorre, é preciso manter a prática para ativar a cura em todos os níveis.

Tudo o que vivemos nesta e outras vidas pode influenciar no agora. Somos o fruto da nossa caminhada, desta e de outras vidas. Como o ho’oponopono atua em diversos níveis de nossa consciência, acelera todo o processo, fazendo que o aprendizado e o resgate dos erros do passado ocorram de forma mais rápida e efetiva. Essa prática é tão poderosa que, muitas vezes, os problemas se resolvem sem a nossa intervenção consciente.

O foco principal do ho’oponopono é limpar o que está em cada um: memórias, crenças, e em consequência a própria vibração. Cada um é parte do Todo, de forma que a outra pessoa existe na sua vida como um espelho das próprias emoções e escolhas. Se o outro está mal e isso lhe afeta de alguma maneira fazer o ho’oponopono pensando nele é correto, e pode mudar o relacionamento para melhor.

Toda energia que está no seu campo é porque há um alinhamento vibracional. Há um padrão, uma crença que aproximou os dois de alguma forma. Neste caso é indicado a prática da técnica para si mesmo. Assim o padrão será trabalhado e o aquilo que os aproximou, deixará de existir. Tudo depende da profundidade da crença, mas é comum que o exercício do perdão funcione rapidamente.

Quando um sentimento ruim dentro de si, que precisa limpar, mas que ainda se lembra com recriminação, culpa e outros sentimentos negativos, é muito importante conseguir se libertar do ciclo da culpa. Quando você se recrimina, fica preso ao que está vivendo. É preciso transcender esses sentimentos através do amor por si mesmo, permitindo alcançar a compreensão sobre a ignorância das ações do passado. Nesse caso o ho’oponopono para perdoar-se desses sentimentos ruins. E se ainda assim o processo estiver difícil, pode fazer a técnica para a recriminação e a culpa que estiver sentindo. Pouco a pouco é possível se libertar, basta ter fé.

Todo ser humano tem beleza própria. Essa beleza emana do corpo físico e dos corpos sutis. Quando alguém não se ama, ou sente que não se ama, não se sente bonito. Para fazer as pazes com o autoamor e autoestima, e para sair do problema de solidão, a prática do ho’oponopono ajuda a limpar essas crenças que existem em algum nível da consciência. São experiências vividas em algum tempo da própria existência, ou de algum antepassado.  O importante é a prática da técnica para esses sentimentos de abandono e rejeição: Eu te peço perdão.  Eu sinto muito. Eu te amo. Sou grato. Entrar em sintonia com essa vibração e perdoar a si mesmo.

                                         Do Ebook: 62 perguntas sobre o ho’oponopono.

                                                                                                Maria Silvia Orlovas.

Ho'oponopono: Uma técnica de autocura. (27.04.2021)

             O Ho'oponopono, técnica de meditação havaiana desenvolvida no século XX, busca através da gratidão, resolver mágoas e feridas do passado, criando, assim, um estado de paz interior. Na língua original, “Ho’o” significa “cura” e “ponopono” quer dizer “arrumar, endireitar”. Assim, podemos traduzir a junção dos termos como “corrigir um erro” ou “colocar em ordem perfeita”.

“Ser 100% responsável é uma estrada difícil de viajar, porque o intelecto é tão insistente. Quando um problema nos aparece, o intelecto sempre busca alguém ou alguma coisa para culpar. Nós continuamos procurando lá fora (de nós) a origem dos nossos problemas. Não percebemos que a origem está sempre dentro de nós.”. Dr. Len

Em uma entrevista, IHALEAKALA HEW LEN - Ph.D., criador do Ho'oponopono, diz: “100% de consciência de que foi você quem causou o problema. 100% de consciência de que é sua a responsabilidade de corrigir o erro. Imagine o dia em que todos nós formos 100% responsáveis!

Como vou convencer as pessoas de que nós somos 100% responsáveis pelos problemas? Se você quer resolver uma situação problemática, trabalhe-a em si próprio. Se a questão está ligada a outra pessoa, pergunte a si mesmo: “O que há de errado comigo que está levando esta pessoa a me incomodar?” Aliás, pessoas só aparecem na sua vida para lhe incomodar! Quando você sabe disso, pode superar qualquer situação e se libertar. É simples: “Sinto muito por tudo que está acontecendo. Por favor, perdoe-me.”

Na verdade, não precisa lhes dizer isto em voz alta, e nem mesmo precisa entender o problema. “Aí está a beleza de tudo. Você não tem que entender. É como a Internet. Você não entende nada de como funciona! Você apenas chega até a Divindade e diz: “Vamos dar um download?” A Divindade então proporciona o download e você recebe toda a informação. Mas, como nós não sabemos quem somos, nunca damos o download direto da Luz. Vamos buscar fora. Sempre me lembro do que Morrnah dizia: “É um trabalho interno.” Se você quer ter sucesso, trabalhe internamente. Trabalhe em você mesmo!

Dr Len conta uma história sobre a utilização do Ho'oponopono nos, assim chamados, objetos inanimados.

“Certa vez, eu estava num auditório, preparando-me para dar uma palestra, e eu conversava com as cadeiras. Então, perguntei: “Há alguém aí que eu tenha esquecido? Alguém entre vocês gostaria de expor algum problema que exija cuidado de minha parte?” Uma das cadeiras respondeu: “Sabe, hoje num seminário anterior, havia um rapaz sentado em mim, o qual sofria com problemas financeiros, e agora estou me sentindo péssima!” Tratei de limpar aquele problema e logo pude ver a cadeira se endireitando e dizendo: “Ok! Estou prontinha para acomodar o próximo!”

 Na verdade, o que eu tento fazer é ensinar a sala. Costumo dizer para a sala, e tudo o que há nela: “Vocês querem aprender o Ho'oponopono? Afinal, breve irei embora, e não seria ótimo se todos vocês pudessem dar continuidade a este trabalho?” Alguns respondem sim, outros respondem não, e há aqueles que dizem: “Estou muito cansado!”

 Então, pergunto à Divindade: “Para aqueles que dizem que querem aprender, como posso ensiná-los?” Na maioria das vezes, a resposta é: “Deixe o livro azul (Self I-Dentity Through Ho'oponopono) com eles.” E é o que faço. Enquanto estou falando, deixo o livro azul em cima de alguma cadeira ou mesa. Não costumamos acreditar que as mesas ficam ali, quietas e atentas a tudo o que está ocorrendo ao seu redor!

Ho'oponopono é muito simples. Para os antigos havaianos, todos os problemas começam com o pensamento. Mas o problema não está no simples pensar. O problema ocorre quando nossos pensamentos estão impregnados de memórias dolorosas a respeito de pessoas, lugares ou coisas.

 O trabalho intelectual por si só não é capaz de resolver estes problemas, porque a função do intelecto é de apenas administrar. E não é administrando as coisas que se resolvem problemas. Você quer é se livrar deles! Quando você faz Ho'oponopono, o que acontece é que a Divindade pega os pensamentos dolorosos e os neutraliza ou os purifica. Não se trata de neutralizar ou purificar a pessoa, o lugar ou a coisa. O que fica neutralizada é a energia que está associada a pessoa, lugar ou coisa. Portanto, o primeiro estágio de Ho'oponopono é a purificação da energia.

Para fazer Ho'oponopono, você não precisa saber qual é propriamente o problema ou o erro. Você só tem que se dar conta de que está tendo um problema, seja ele físico, mental, emocional ou qualquer outro. Tão logo você o perceba, é sua responsabilidade começar imediatamente a limpeza, dizendo: “Sinto muito. Perdoe-me, por favor.”

O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

                                                                                                    Os trabalhos apresentados na obra O gost...