quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

A Vida por Berth Hellinger (15.06.2021)

                                                                                                                                                                “A A vida decepciona-o para você parar de viver com ilusões e ver a realidade.

A vida vai destruir todo o supérfluo, até que reste somente o importante.

A vida não te deixa em paz, para que deixe de culpar-se e aceite tudo como “É”.

A vida vai retirar o que você tem, até você parar de reclamar e começar agradecer.

A vida envia pessoas conflitantes para te curar e para que você deixe de olhar para fora e comece refletir o que você tem dentro.

A vida permite que você caia de novo e de novo, até que você decida aprender a lição.

A vida te tira do caminho e te apresenta encruzilhadas, até que você pare de querer controlar e você flua como um rio.

A vida coloca seus inimigos na estrada, até que você pare de “reagir”.

A vida te assusta e assusta quantas vezes for necessário, até que você perca o medo e recupere sua fé.

 A vida tira o seu amor verdadeiro, ele não concede ou permite, até que você pare de tentar comprá-lo.

 A vida te distância das pessoas que você ama, até entender que não somos esse corpo, mas a alma que ele contém.

A vida ri de você tantas vezes, até você parar de levar tudo tão a sério e rir de si mesmo.

A vida quebra você e quebra você em tantas partes quantas forem necessárias para a luz penetrar ali.

 A vida confronta você com rebeldes, até que você pare de tentar controlar.

A vida repete a mesma mensagem, mesmo com gritos e tapas, até você finalmente ouvir.

A vida envia raios e tempestades, então você acorda.

A vida o humilha e derrota de novo e de novo até que você decida deixar seu ego morrer.

A vida lhe nega bens e grandeza até que você pare de querer bens e grandeza e comece a servir.

A vida corta suas asas e poda suas raízes, até que você não precise de asas nem raízes, mas apenas desapareça nas formas e voe do Ser.

A vida lhe nega milagres, até que você entenda que tudo é um milagre.

A vida encurta seu tempo, então você se apressa para aprender a viver.

A vida te ridiculariza até você se tornar nada, até você se tornar ninguém, e então você se torna tudo.

 A vida não te dá o que você quer, mas o que você precisa para evoluir.

A vida te machuca, te machuca, te atormenta até que você solte seus caprichos e birras e aprecie a respiração.

A vida te esconde os tesouros até que você aprenda a sair para a vida e buscá-los.

A vida te nega Deus, até você vê-lo em todos e em tudo.

A vida te acorda, te poda, te quebra, te desaponta, te quebra novamente, até que só o AMOR permaneça em ti”.

 

Berth Hellinger


ALÉM DA MENTE PENSANTE. (15.06.2021)

         Em você, como em cada ser humano, existe uma dimensão de consciência bem mais profunda que o pensamento. É a essência de quem você é. Podemos chamá-la de presença, de percepção, de consciência livre de condicionamentos. Nos antigos ensinamentos religiosos, essa consciência é o Cristo interior ou a sua natureza do Buda.

Se você consegue RECONHECER, mesmo esporadicamente, que os pensamentos que passam por sua cabeça são meros pensamentos, se você consegue dar conta dos padrões que se repetem em suas reações mentais e emocionais, é sinal de que essa dimensão de consciência está emergindo.

Ela é o espaço interno em que o conteúdo de sua vida se desdobra. A corrente do pensamento tem uma enorme força que pode muito facilmente levar você de roldão. Cada pensamento tem a pretensão de ser extremamente importante. Cada pensamento quer sugar sua completa atenção. Não leve seus pensamentos a sério!

Com que facilidade as pessoas ficam aprisionadas nas armadilhas de seus pensamentos. Como a mente humana tem um imenso desejo de saber, de compreender e de controlar, ela confunde opiniões e pontos de vista com a verdade. Suas opiniões e pontos de vista não passam de um punhado de pensamentos.

Mas a realidade é outra coisa. Ela é um todo unificado em que todas as coisas se interligam e nada existe em si e por si. Pensar fragmenta a realidade, cortando-a em pequenos pedaços, em pequenos conceitos. A sabedoria não é um produto do pensamento. A sabedoria é um profundo conhecimento que vem do simples ato de dar total atenção a alguém ou a alguma coisa. A atenção é a inteligência primordial, a própria consciência. Ela dissolve as barreiras criadas pelo pensamento, levando-nos a reconhecer que nada existe em si e por si. A inteligência une a pessoa que percebe ao objeto percebido, num campo unificado de percepção. É a atenção que cura a separação.

Sempre que você mergulha em pensamentos compulsivos está impedindo o que existe. Você não quer estar onde está. Aqui. Agora. E qual a ilusão básica? É a identificação com o pensamento. DESPERTAR ESPIRITUALMENTE É DESPERTAR DO “SONHO DO PENSAMENTO”.

A mente funciona com “voracidade” e por isso está sempre querendo mais. Quando você se identifica com sua mente, fica facilmente entediado e ansioso. O Tédio demonstra que a mente deseja avidamente mais estímulo, mais o que pensar, e que essa fome não está sendo saciada.

Quando você fica entediado, pode querer satisfazer a fome da mente lendo uma revista, dando um telefonema, assistindo TV, navegando na NET – ou o que é bem comum – transferindo a sensação MENTAL DE CARÊNCIA e sua necessidade de QUERO MAIS para o corpo e se satisfazendo TEMPORARIAMENTE comendo mais.

A alternativa é aceitar o tédio e a ansiedade e observar como é sentir-se entediado e ansioso. À medida que você se dá conta dessa sensação, SURGE DE REPENTE UM ESPAÇO E UMA CALMA EM VOLTA DELA. Primeiro é o pequeno espaço interno, mas, à medida que esse espaço aumenta, o tédio começa a diminuir de intensidade e de SIGNIFICADO. Dessa forma, até o tédio pode ensinar quem VOCÊ É E QUEM NÃO É.

Você descobre que não é uma pessoa entediada. O tédio é simplesmente um movimento de energia condicionada dentro de você. Da mesma forma, você não é uma pessoa irritada, rancorosa, triste ou medrosa. O tédio, a raiva, a tristeza e o medo não são seus, não fazem parte da sua pessoa. Eles são estados da MENTE HUMANA. E, por isso, vão e voltam.

NADA DAQUILO QUE VAI E VOLTA É VOCÊ!!!! Qualquer tipo de preconceito mostra que você está identificado com a mente pensante. Mostra que você não está vendo o outro ser humano, está vendo apenas seu conceito sobre aquele ser humano. REDUZIR UMA PESSOA A UM CONCEITO JÁ É UMA FORMA DE VIOLÊNCIA.

 O próximo passo na evolução humana é transcender o pensamento. Hoje é a nossa tarefa mais premente. Isso não significa que não devemos mais pensar, simplesmente que não devemos nos identificar com o pensamento nem sermos dominados por ele. Existe uma energia vital que você pode sentir em todo o seu ser, independente dos seus pensamentos. Nesse estado de consciência, se você precisar usar a mente para algum fim específico, ela estará presente. E a mente funciona muito bem quando a inteligência maior QUE É VOCÊ SE EXPRESSA através dela.

Talvez você não tenha se dado conta, mas aqueles breves períodos em que fica CONSCIENTE SEM PENSAR já estão ocorrendo natural e espontaneamente em sua vida. Você pode estar olhando o céu ou alguém falar, sem fazer qualquer comentário mental, o pensamento se interrompe e é substituída por um estado de alerta. Suas percepções se tornam transparentes, sem qualquer pensamento para toldá-las.

MESMO QUE VOCÊ NÃO PERCEBA, A VERDADE É QUE ESSA COISA É A COISA MAIS IMPORTANTE QUE PODE ACONTECER A VOCÊ. É O COMEÇO DO PROCESSO DE MUDANÇA, DO PENSAR PARA O ESTAR PRESENTE, ALERTA E ATENTO. Sinta-se à vontade com o “não saber”. Isso leva você para além da mente, pois ela está sempre querendo tirar conclusões e interpretar. A mente teme não saber. Assim, quando consegue ficar à vontade com o “não saber”, você já foi além da mente.

Um conhecimento mais profundo que não é baseado em qualquer conceito vai emergir desse estado. Enfrentar uma situação de perigo pode causar uma interrupção temporária da corrente de pensamento e assim nos dar uma percepção do que é estar presente, alerta, atento.

Quando há um domínio completo da criação artística, da dança, do ensino, do aconselhamento, é sinal de que a mente pensante não está mais envolvida ou, no mínimo, está em segundo plano. Nessas áreas predominam uma força e uma inteligência que são maiores do que você e, ao mesmo tempo, fazem parte de você.

Não existe mais um processo de decisão. As ações corretas acontecem espontaneamente, e não é “você” quem as faz. Ter o domínio completo da vida é o contrário de controlá-la. Você entra em sintonia com a consciência maior. É ela quem age, fala e faz o que é necessário.

 

Do livro “O PODER DO SILÊNCIO” (De Eckhart Tolle, nascido na Alemanha, formou-se na Universidade de Londres, foi supervisor de pesquisas da Universidade de Cambridge. Aos 29 anos, uma grande mudança espiritual mudou sua vida.)

 


Silêncio e Calma. (08.06.2021)

             “A calma é nossa natureza essencial. O que é calma? É o espaço interior ou a consciência onde as palavras desta página são assimiladas e se transformam em pensamentos. Sem essa consciência, não haveria percepção, não haveria pensamentos nem mundo. Você é essa consciência em forma de pessoa.

Quando você perde contato com sua calma interior, perde contato com você mesmo. Quando perde esse contato, fica perdido no mundo. O equivalente ao barulho externo é o barulho interno do pensamento. O equivalente ao silêncio externo é a calma interior. Sempre que houver silêncio à sua volta, ouça-o. Isso significa: apenas perceba-o. Preste atenção nele. Ouvir o silêncio desperta a dimensão de calma que já existe dentro de você, porque é só através da calma que você pode perceber o silêncio.

Veja que, quando percebe o silêncio à sua volta, você não está pensando. Está consciente do silêncio, mas não está pensando. Quando você percebe o silêncio, instala-se imediatamente uma calma alerta NO SEU INTERIOR. VOCÊ ESTÁ PRESENTE. Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano e coletivo.

Quando você olha para uma árvore e percebe a calma da árvore, você também se acalma. Você sente uma unidade com tudo que percebe na calma e através dela. Sentir sua unidade com todas as coisas é AMOR.

O silêncio ajuda, mas você NÃO precisa dele para encontrar a CALMA. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do ESPAÇO em que surge o ruído. Esse é o ESPAÇO INTERIOR DA PERCEPÇÃO PURA, DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA.

Você pode se dar conta dessa percepção como um pano de fundo para tudo o que seus sentidos apreendem, para todos os seus pensamentos.

Dar-se conta da percepção é o início da calma interior. Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é calma. Sempre que aceitar profundamente o momento como ele é – qualquer que seja a sua forma – você experimenta a calma e fica em paz.

Preste atenção nos intervalos – o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração.

Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de “alguma coisa” se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma.

A verdadeira inteligência atua silenciosamente. A calma é o lugar onde a criatividade e a solução dos problemas são encontradas. Será que a calma e o silêncio são apenas a ausência de barulho e de conteúdo? Não, a calma e o silêncio são a própria inteligência, a consciência básica da qual provêm todas as formas de vida. A forma de vida que você pensa é que vem dessa consciência e é SUSTENTADA POR ELA.

Essa consciência é a ESSÊNCIA das galáxias mais complexas e de todas as folhas mais simples. É a essência de todas as flores, pássaros e demais formas de vida.

A calma é a única coisa no mundo que não tem forma. Na verdade, ela não é uma coisa nem pertence a este mundo. Quando você olha num estado de calma para uma árvore ou uma pessoa, quem está olhando? É algo mais profundo do que você. A CONSCIÊNCIA ESTÁ OLHANDO PARA A SUA PRÓPRIA CRIAÇÃO.

Você precisa saber mais coisas do que já sabe?

O que a humanidade precisa hoje é de mais sabedoria para viver. A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso mais além disso. Manter a calma, olhando e ouvindo, ativa a inteligência que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações.”

Do giz ao note book. (01.06.2021)

             A dez anos atrás eu estava focada nos estudos da especialização em mídias na educação. “Do giz ao note book: A Geografia aliada às mídias – um desafio para o professor do ensino público”, título do meu trabalho de conclusão, com a proposta de pesquisar sobre a utilização das mídias (rádio, televisão, material impresso, sítios web) como ferramentas pedagógicas, no ensino da geografia em escolas públicas, contribuindo para uma aprendizagem integral em conexão com o mundo globalizado atual, e com isso, tornar as aulas de geografia mais dinâmicas e agradáveis, possibilitando todas as formas de conhecimento na prática pedagógica.

Entendi que ao nos apropriarmos das mídias, como instrumentos auxiliares do processo ensino e aprendizagem, a geografia poderia contextualizar os seus conteúdos, via recursos de som e imagem, designs gráficos, planilhas eletrônicas, mapas mentais, weblogs, textos jornalísticos, sites de busca.

Com a expansão da Internet, a inovação representava um risco inevitável aos profissionais e as instituições de ensino, que precisavam enfrentar o momento entrando em um permanente processo de atualização. Foi destaque a utilização do potencial tecnológico, que podia esbarrar na dificuldade de aprender o como fazer, e no esforço necessário de melhorar a infraestrutura local. Eis a questão: o que fazer para inserir professores e alunos nesta dinâmica de mundo principalmente àqueles que resistem ao uso do computador?

Ou então, quando as escolas não oferecem infraestrutura necessária para ingressar na sociedade da informação? Estas barreiras devem ser superadas, pois um sujeito alfabetizado é aquele que sabe ler o que está escrito e o que está implícito, utilizando as informações, disponibilizadas pela mídia, em seu benefício, e melhorar sua qualidade de vida.

Hoje, mais do que a 10 anos atrás, está acontecendo. O aluno do futuro já chegou nas nossas escolas, e percebemos que pode tornar-se um analfabeto funcional, por não saber ler, as imagens e, as informações que circulam nos meios de comunicação. O meu TCC, foi um chamado aos professores de Geografia para refletirem sobre a importância e o potencial da utilização das mídias, no processo de construção de projetos didático pedagógicos.

Os projetos didático pedagógicos precisam contemplar as competências e habilidades do conhecimento proporcionado na geografia: ler, analisar, interpretar e produzir textos, bem como, mapas, tabelas e gráficos; anotar, sistematizar, problematizar informações e desenvolver argumentos; aplicar os conceitos aprendidos; dissertar; pesquisar, coletar, organizar dados (identificando, descrevendo, comparando, classificando e concluindo); trabalhar em equipe; empreender iniciativas; empenhar-se na busca de soluções aos desafios propostos, expressar oralmente suas ideias com clareza e objetividade; expor oralmente assuntos em público; respeitar opiniões divergentes; socializar a produção do conhecimento para que possam compreender a dinâmica da natureza e da sociedade nela inserida.

Fundamentados nessas habilidades e competências, estudantes podem estabelecer a relação local-global-local; aprender a ler o mundo através dos mapas e dos dados contidos em tabelas, gráficos, globo, gravuras, jornais, revistas, televisão, internet; identificar a organização do espaço geográfico pelos fenômenos naturais e pela ação do homem, bem como, a interrelação existente entre eles. Assim como podem estar aptos a reconhecer as causas dos conflitos mundiais que se estabeleceram ao longo da história e sob quais pretextos se originaram – econômicos, políticos, sociais e suas consequências e passarão a conhecer a diversidade natural, com suas causas e alterações ocasionadas na paisagem.

Outro fator importante é o reconhecimento de que a economia, a sociedade e a natureza devem ser tratadas como parte integrante de um todo, identificando o papel das tecnologias e o uso das informações neste processo. E finalmente para que possam refletir sobre o uso da técnica e da tecnologia na preservação e conservação do meio ambiente, na qualidade de vida dos seres humanos, proporcionando uma visão ecológica para a conscientização sobre o uso racional dos recursos naturais para a vida do Planeta e das gerações futuras.

O ensino da geografia em escola pública, demanda a utilização das mídias educacionais, com a adoção de outras metodologias de ensino e aprendizagem, e é ponto afirmativo que essas se integrem à prática pedagógica. Isso requer conhecimento das tecnologias disponíveis e de suas potencialidades como instrumento didático ao conhecimento da ciência geográfica, ainda mais neste tempo em que as tecnologias de comunicação e informação evoluem diariamente.

A importância das Instituições Comunitárias de Ensino Superior. (26.05.2021)

            As ICES surgiram num período marcado por uma série de experiências entre universidade e sociedade, em consonância a essa premissa temos a Lei 5.540/68, de 28 de novembro de 1968 da Reforma Universitária de 1968 e seus artigos 20 e 40. Em nível mundial, vivia-se sob o conflito denominado de Guerra Fria, e podemos dizer que diversos setores da sociedade centralizavam suas preocupações na propagação das ideias comunistas e, por outro viés, a crescente influência dos Estados Unidos. No Brasil, essas duas ideologias se constituíram na base de sustentação dos governos que se sucederam até 1964, impactaram o ensino superior, condicionando as tendências que marcaram seu desenvolvimento e sua expansão por todo o país durante esse período.

Até 1961, “a visão ideológica caracterizava-se dominantemente como progressista, industrialista, modernizadora, correspondente, portanto, a uma burguesia que se queria esclarecida” (SAVIANI, 2013 p. 305); Dourado (2001, p. 39) afirma que a política desenvolvimentista, adotada pelo Estado é resultante do processo de monopolização e acelera a expansão do ensino, especificamente do ensino superior, no período 1946-1964. Segundo Martins (2000, p. 42), a expansão era necessária, pois o sistema de ensino superior contava com não mais que uma centena de instituições, em sua maioria, localizadas predominantemente nos centros urbanos, voltadas para “a reprodução de quadros da elite nacional”.

As ICES do oeste catarinense foram criadas sob a égide das relações capitalistas de mercado, na década de 1960, e se instalaram estrategicamente, para além da faixa litorânea, no interior do Estado, por conta da ausência de políticas públicas de interiorização da educação superior, e constituíram-se num modelo singular, diferenciado dos tradicionais modelos contemplados pela legislação brasileira. Tratou-se de uma iniciativa longe do núcleo centrar de decisões, da periferia, “de vozes e vontades que querem se fazer ouvir e participar da construção de um espaço de educação, socialmente mais amplo e democrático” (FRANTZ, 2002, p. 3).

Obviamente, as IES de caráter comunitário surgiram a partir da organização das comunidades onde estão inseridas, visando ampliar a oferta e o acesso, para atender à demanda por ensino superior no interior do Estado e para atender à política desenvolvimentista industrial vigente.

Com o objetivo atender às demandas da educação superior, em fins da década de 1960 e início da década de 1970, as ICES do Oeste catarinense foram se constituindo “entidades sem fins lucrativos, com a missão de promover a integração dos esforços de consolidação das instituições de ensino superior por elas mantidas, de executar atividades de suporte técnico-operacional e de representá-las junto aos órgãos dos Governos Estadual e Federal” (ACAFE, 1974/2014). Atualmente, são dezesseis instituições associadas que fazem parte de um sistema singular de educação superior, a Acafe – Associação Catarinense das Fundações Educacionais, fundada em 1974.

EU e as ICES.

O sonho juvenil de fazer faculdade logo após concluir o segundo grau, atualmente, ensino médio, foi o início da busca de universidades e cursos. Foram algumas tentativas de entrar em uma universidade federal. No entanto a concorrência era grande. Eu me dedicava aos estudos, fiz até cursinho pré-vestibular, mas não obtive êxito.

Então busquei alternativa. Num dos primeiros vestibulares, na Unisinos, no início da década de 1980, fiz algumas disciplinas no curso de Administração de Empresas. Morava e trabalhava em Porto Alegre. Percorria o trajeto de ônibus todas as noites. Por isso essa rotina ficou pesada, e precisei escolher entre trabalhar e estudar. Escolhi o trabalho.

Passaram alguns anos. Morando em Balneário Camboriú, resolvi voltar para a universidade. Já iniciava a década de 1990. Fiz vestibular e passei no curso de Hotelaria e Turismo, na Univali. Dois anos depois, me encontrei novamente na encruzilhada, entre o trabalho e os estudos. Interrompi mais uma vez o curso superior.  

Mais alguns anos se passaram e minha vida tomou outro rumo. No início da década dos anos 2000, a vontade de estudar não me abandonou e voltei para a universidade. Fiz uma escolha levando em consideração alguns gostos, até então escamoteados nas estradas percorridas. Escolhi o curso de licenciatura plena em geografia, na URI em Erechim, RS.

Não parei mais de estudar. Fui para o Mestrado na Unoesc em Joaçaba, SC. Foi então que eu descobri, na minha pesquisa para a dissertação, que as ICES foram muito importantes na minha trajetória acadêmica. Unisinos, Univali, URI e Unoesc, fazem parte deste conjunto de instituições denominadas de comunitárias.

Sobre as ICES do oeste catarinense. (continuação) (18.05.2021)

             A UnC foi credenciada e reconhecida como organização multicampi e pluridisciplinar com o objetivo de formar profissionais em nível superior, pesquisa e de extensão, adquirindo a tipologia acadêmico institucional de Universidade. Desde 2004 foi credenciada para oferecer cursos na modalidade à distância. Sua missão é “Construir e difundir o conhecimento e a tecnologia, formando cidadãos comprometidos com o desenvolvimento de uma sociedade humanizada e sustentável” (UNIVERSIDADE DO CONTESTADO, 2016), baseada em valores elementares para alcançá-la: Autonomia, Transparência, Qualidade, Ética, Inovação e Responsabilidade Social e Ambiental.

A Unochapecó localiza-se na Região de Chapecó e se considera profundamente identificada com o desenvolvimento regional e com as necessidades da população e das organizações de sua região de abrangência. Isso se dá por meio da formação de profissionais qualificados, da educação continuada para profissionais e lideranças, da produção e publicação de novos conhecimentos, do desenvolvimento de ações comunitárias voltadas à promoção do desenvolvimento econômico, social, cultural, esportivo e da saúde, além de ações de assistência social. Há 45 anos contribui ativamente com o desenvolvimento do Oeste catarinense e, nos últimos anos, prioriza investimentos na modernização e na aproximação com o setor produtivo e com as organizações sociais, na inovação tecnológica, na agilidade e na qualidade dos serviços que presta e na transformação das pessoas.

A Unoesc foi reconhecida como universidade no ano 1996 pelo Conselho Estadual de Educação e, consequentemente, credenciada pelo Ministério da Educação. Surgiu a partir da unificação de três Fundações Educacionais existentes na região: FUOC, Femerp e Fundeste. Mais tarde, também integrada com a Funesc e a FEMAI, a Unoesc uniu forças em resposta à necessidade de expansão do ensino superior nas regiões Oeste e Meio-Oeste catarinense. Atualmente se considera uma das maiores instituições propulsoras do desenvolvimento, da pesquisa e das perspectivas socioculturais e educacionais nas regiões de abrangência: em torno de 118 municípios e mais de 1 milhão de pessoas, em uma área geográfica que vai desde Santa Cecília, no planalto central catarinense até a fronteira com a Argentina, atingindo o Sudoeste do Paraná e o Noroeste do Rio Grande do Sul. É também uma organização multicampi, hoje com cinco campi: Joaçaba, Videira, Xanxerê, São Miguel do Oeste e Chapecó; e cinco unidades: Capinzal, Campos Novos, Pinhalzinho, Maravilha e São José do Cedro. Tornou-se referência no estado de Santa Catarina e, ano a ano, com o compromisso de ajudar a realizar os sonhos de muita gente.

A Uniarp teve início em 1971 com a Fundação Educacional do Alto Vale Rio do Peixe (FEARPE). Ao longo dos anos, ensino, pesquisa e extensão foram se desenvolvendo, até que em dezembro de 2009 se constituiu Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp). Se considera referência em educação superior no meio Oeste catarinense, oferecendo cursos de graduação, incentivando o aperfeiçoamento profissional com cursos de pós-graduação em nível de especialização e mestrado, e programas de extensão e pesquisa. Além de fazer investimentos constantes em estrutura, equipamentos e capacitações, a Uniarp cresce a cada ano, por meio de parcerias e recursos próprios proporcionando aos alunos e comunidade da região atendimento social e diferente áreas.

O ambiente político da época apontava à emergência da expansão e da interiorização do ensino superior pelo Brasil. Em Santa Catarina, particularmente, lideranças educacionais e políticas das principais cidades se mobilizaram no sentindo de implantar cursos de graduações. Desta mobilização, surgiram as IES comunitárias, que não são públicas estatais, nem privadas particulares, e que foram criadas pelo poder público municipal, porém, de direito privado, tendo como mantenedoras as Fundação Educacionais de Ensino Superior que procuravam atender à crescente demanda por ensino superior nas maiores cidades do Estado onde foram instaladas. (TREVISOL; TREVISOL, 2009).

O processo de expansão e interiorização da educação superior, aconteceu tanto no Brasil quanto no Oeste Catarinense, sob influência da doutrina da interdependência e do processo de industrialização e se consolidou como modelo de universidade num embate entre o público e o privado. Após muitos anos de mobilização das lideranças locais, no dia 12 de dezembro de 2013 com a Lei nº 12.881, de (BRASIL, 2013), o Estado brasileiro, finalmente, reconhece essas instituições como um modelo singular e diferenciado dos demais modelos de educação superior do país, conferindo-lhes prerrogativas e finalidades próprias.

SOBRE AS INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR (ICES). (11.05.2021)

             Este artigo é fruto da pesquisa realizada no mestrado acadêmico em educação da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Tem como objetivo historiar as Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES) do Oeste Catarinense.

A metodologia utilizada foi bibliográfica, documental, tendo uma abordagem qualitativa de investigação. Verificou-se no desenvolvimento deste trabalho que as – Instituições Comunitárias de Educação Superior -ICES – deste Estado são resultado da mobilização de lideranças locais da sociedade civil e do poder público municipal, com ações advindas das políticas públicas estaduais e nacionais.  Estas apontam para a expansão universitária no sentido de ampliar o acesso da população à educação superior. Com efeito, as políticas de expansão e acesso nas ICES podem ser identificadas como uma das estratégias minimizadora dos efeitos da desigualdade social regional. 

Como o objetivo é historiar as Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES) do oeste catarinense, reflete em estudos no âmbito da pesquisa: Política pública de expansão da educação superior e as universidades comunitárias, particularmente, do oeste de Santa Catarina, pois versa a dissertação de mestrado acadêmico em educação da Universidade do Oeste de Santa Catarina, campus Joaçaba.

Buscamos contextualizar a origem das ICES em Santa Catarina para na sequência, em especial destaque, fazer um breve relato de cada instituição presente na região oeste catarinense. Ao final, a temática é analisada no sentido de considerar as perspectivas em relação as políticas de expansão e acesso nas ICES.

O procedimento metodológico deste estudo teve como recurso a pesquisa bibliográfica documental, de abordagem qualitativa exploratória com base em documentos institucionais nas plataformas digitais das universidades, em documentos oficiais e na bibliografia existente sobre o tema.

No campo das políticas públicas pesquisar a expansão e o acesso da população ao ensino superior surte efeitos e reflexão à comunidade acadêmica da região e à sociedade num todo, que não passam inalteradas a todo esse processo, uma vez que as ICES podem contribuir para o desenvolvimento regional ao identificar estratégias capazes de diminuir os efeitos das diferenças sociais.

 SOBRE AS INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

O Oeste catarinense apresenta características singulares e peculiares em função do processo histórico de povoamento, as quais influenciam também nas estratégias de criação de oportunidades de implementação do ensino superior. Em vista disso, entendemos que a origem cultural da população da região oeste catarinense possa ser uma das singularidades do modelo de universidades comunitárias que emergiram e se mantêm entidades filantrópicas até os dias de hoje. Neste estudo mapeamos quatro IES comunitárias situadas na região. São elas: Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ), Universidade do Contestado (UNC), e Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP).

Analisando o site das instituições situadas na região oeste de SC, percebemos a partir dos seus documentos oficiais, características semelhantes. São mantidas por uma fundação de origem e base comunitária, e enraizadas na comunidade de predominância populacional homogênea e de lideranças ligadas a diferentes organismos de Estado e da sociedade civil, empenhados em promover o desenvolvimento do Oeste catarinense, razão pela qual buscaram prover a região de instituições de educação superior.

São instituições com o objetivo social da educação e assumem a forma jurídica de fundação filantrópica, sem fins lucrativos, sendo que os recursos são revertidos em serviços à comunidade e sob a tutela do Ministério público. As fundações mantenedoras, embora formalmente distintas, tornam-se inseparáveis em seus fins e objetivos, sendo conduzidos e operacionalizados pelos seus agentes sociais definidos no contexto externo imediato e no contexto interno institucional, todos coletivamente empenhados na busca dos recursos necessários à sua operação e na superação dos obstáculos à realização dos seus fins.     

Outra peculiaridade é o efetivo relacionamento com a sociedade, na promoção do acesso a bens públicos, o que vai além da área educacional, com ações públicas em outras áreas como a economia, o esporte, a saúde, a cultura e a assistência social.  Assumem também o papel de agente público na distribuição de bolsas de estudo, integrais ou parciais, viabilizando o acesso gratuito à educação superior à população de baixa renda, com rigor e transparência. Cada uma das quatro instituições apresenta resumidamente suas trajetórias em seus sites oficiais.

 

ð  Continua na próxima edição.

CONHECENDO MELHOR O HO’OPONOPONO. (04.05.2021)

 O que existe de tão poderoso nesta técnica? É uma técnica muito simples, que consiste na manifestação da sua intenção de resolver um relacionamento que está em desarmonia. Para manifestar essa intenção você repete quatro frases. EU TE PEÇO PERDÃO. EU SINTO MUITO. EU TE AMO. SOU GRATA. Essa técnica devolve a você o poder de assumir o controle de sua vida. Quando você percebe que tudo o que acontece contigo de alguma forma faz parte do seu sistema de crenças e afinidades, você compreende profundamente, que se um dia você criou, quando assume o poder, também poderá resolver. O segredo é a força da sua intenção – quanto mais você repete as frases, mais forte fica essa força.

Apenas essas quatro frases, EU TE PEÇO PERDÃO, EU SINTO MUITO, EU TE AMO, SOU GRATA, podem mudar a vida de uma pessoa. A sabedoria KAHUNA, de onde nasceu o ho’oponopono, ensina que tudo é vibração, e se propaga para a nossa consciência. Ao repetir essas poderosas frases vamos arrumando a energia, e assim harmonizando a consciência e os relacionamentos.

Ho’oponopono significa corrigir o erro. Quando de alguma forma há sofrimento por causa de um erro, e alguém sofre por isso, então há conexão com essa energia. De acordo com a sabedoria Kahuna, essa conexão indica que você faz parte do erro.  E se você faz parte do erro, tem a sua parcela de responsabilidade por ele. Tudo está interligado. Você pode não conseguir mudar o outro, mas certamente pode mudar a si mesmo. Pode mudar a sua consciência. Desta forma faça ho’oponopono para você mesmo e para o sentimento que surge em você quando pensa sobre o assunto. Essa é a sua parte na responsabilidade.

Essa técnica promove a limpeza de padrões, memórias e crenças em vários níveis da consciência. Por conta disso, às vezes, sentimos uma dor, ou uma mágoa, e nem sabemos de onde veio. São dores e memórias do seu inconsciente. Quando isso ocorre, é preciso manter a prática para ativar a cura em todos os níveis.

Tudo o que vivemos nesta e outras vidas pode influenciar no agora. Somos o fruto da nossa caminhada, desta e de outras vidas. Como o ho’oponopono atua em diversos níveis de nossa consciência, acelera todo o processo, fazendo que o aprendizado e o resgate dos erros do passado ocorram de forma mais rápida e efetiva. Essa prática é tão poderosa que, muitas vezes, os problemas se resolvem sem a nossa intervenção consciente.

O foco principal do ho’oponopono é limpar o que está em cada um: memórias, crenças, e em consequência a própria vibração. Cada um é parte do Todo, de forma que a outra pessoa existe na sua vida como um espelho das próprias emoções e escolhas. Se o outro está mal e isso lhe afeta de alguma maneira fazer o ho’oponopono pensando nele é correto, e pode mudar o relacionamento para melhor.

Toda energia que está no seu campo é porque há um alinhamento vibracional. Há um padrão, uma crença que aproximou os dois de alguma forma. Neste caso é indicado a prática da técnica para si mesmo. Assim o padrão será trabalhado e o aquilo que os aproximou, deixará de existir. Tudo depende da profundidade da crença, mas é comum que o exercício do perdão funcione rapidamente.

Quando um sentimento ruim dentro de si, que precisa limpar, mas que ainda se lembra com recriminação, culpa e outros sentimentos negativos, é muito importante conseguir se libertar do ciclo da culpa. Quando você se recrimina, fica preso ao que está vivendo. É preciso transcender esses sentimentos através do amor por si mesmo, permitindo alcançar a compreensão sobre a ignorância das ações do passado. Nesse caso o ho’oponopono para perdoar-se desses sentimentos ruins. E se ainda assim o processo estiver difícil, pode fazer a técnica para a recriminação e a culpa que estiver sentindo. Pouco a pouco é possível se libertar, basta ter fé.

Todo ser humano tem beleza própria. Essa beleza emana do corpo físico e dos corpos sutis. Quando alguém não se ama, ou sente que não se ama, não se sente bonito. Para fazer as pazes com o autoamor e autoestima, e para sair do problema de solidão, a prática do ho’oponopono ajuda a limpar essas crenças que existem em algum nível da consciência. São experiências vividas em algum tempo da própria existência, ou de algum antepassado.  O importante é a prática da técnica para esses sentimentos de abandono e rejeição: Eu te peço perdão.  Eu sinto muito. Eu te amo. Sou grato. Entrar em sintonia com essa vibração e perdoar a si mesmo.

                                         Do Ebook: 62 perguntas sobre o ho’oponopono.

                                                                                                Maria Silvia Orlovas.

Ho'oponopono: Uma técnica de autocura. (27.04.2021)

             O Ho'oponopono, técnica de meditação havaiana desenvolvida no século XX, busca através da gratidão, resolver mágoas e feridas do passado, criando, assim, um estado de paz interior. Na língua original, “Ho’o” significa “cura” e “ponopono” quer dizer “arrumar, endireitar”. Assim, podemos traduzir a junção dos termos como “corrigir um erro” ou “colocar em ordem perfeita”.

“Ser 100% responsável é uma estrada difícil de viajar, porque o intelecto é tão insistente. Quando um problema nos aparece, o intelecto sempre busca alguém ou alguma coisa para culpar. Nós continuamos procurando lá fora (de nós) a origem dos nossos problemas. Não percebemos que a origem está sempre dentro de nós.”. Dr. Len

Em uma entrevista, IHALEAKALA HEW LEN - Ph.D., criador do Ho'oponopono, diz: “100% de consciência de que foi você quem causou o problema. 100% de consciência de que é sua a responsabilidade de corrigir o erro. Imagine o dia em que todos nós formos 100% responsáveis!

Como vou convencer as pessoas de que nós somos 100% responsáveis pelos problemas? Se você quer resolver uma situação problemática, trabalhe-a em si próprio. Se a questão está ligada a outra pessoa, pergunte a si mesmo: “O que há de errado comigo que está levando esta pessoa a me incomodar?” Aliás, pessoas só aparecem na sua vida para lhe incomodar! Quando você sabe disso, pode superar qualquer situação e se libertar. É simples: “Sinto muito por tudo que está acontecendo. Por favor, perdoe-me.”

Na verdade, não precisa lhes dizer isto em voz alta, e nem mesmo precisa entender o problema. “Aí está a beleza de tudo. Você não tem que entender. É como a Internet. Você não entende nada de como funciona! Você apenas chega até a Divindade e diz: “Vamos dar um download?” A Divindade então proporciona o download e você recebe toda a informação. Mas, como nós não sabemos quem somos, nunca damos o download direto da Luz. Vamos buscar fora. Sempre me lembro do que Morrnah dizia: “É um trabalho interno.” Se você quer ter sucesso, trabalhe internamente. Trabalhe em você mesmo!

Dr Len conta uma história sobre a utilização do Ho'oponopono nos, assim chamados, objetos inanimados.

“Certa vez, eu estava num auditório, preparando-me para dar uma palestra, e eu conversava com as cadeiras. Então, perguntei: “Há alguém aí que eu tenha esquecido? Alguém entre vocês gostaria de expor algum problema que exija cuidado de minha parte?” Uma das cadeiras respondeu: “Sabe, hoje num seminário anterior, havia um rapaz sentado em mim, o qual sofria com problemas financeiros, e agora estou me sentindo péssima!” Tratei de limpar aquele problema e logo pude ver a cadeira se endireitando e dizendo: “Ok! Estou prontinha para acomodar o próximo!”

 Na verdade, o que eu tento fazer é ensinar a sala. Costumo dizer para a sala, e tudo o que há nela: “Vocês querem aprender o Ho'oponopono? Afinal, breve irei embora, e não seria ótimo se todos vocês pudessem dar continuidade a este trabalho?” Alguns respondem sim, outros respondem não, e há aqueles que dizem: “Estou muito cansado!”

 Então, pergunto à Divindade: “Para aqueles que dizem que querem aprender, como posso ensiná-los?” Na maioria das vezes, a resposta é: “Deixe o livro azul (Self I-Dentity Through Ho'oponopono) com eles.” E é o que faço. Enquanto estou falando, deixo o livro azul em cima de alguma cadeira ou mesa. Não costumamos acreditar que as mesas ficam ali, quietas e atentas a tudo o que está ocorrendo ao seu redor!

Ho'oponopono é muito simples. Para os antigos havaianos, todos os problemas começam com o pensamento. Mas o problema não está no simples pensar. O problema ocorre quando nossos pensamentos estão impregnados de memórias dolorosas a respeito de pessoas, lugares ou coisas.

 O trabalho intelectual por si só não é capaz de resolver estes problemas, porque a função do intelecto é de apenas administrar. E não é administrando as coisas que se resolvem problemas. Você quer é se livrar deles! Quando você faz Ho'oponopono, o que acontece é que a Divindade pega os pensamentos dolorosos e os neutraliza ou os purifica. Não se trata de neutralizar ou purificar a pessoa, o lugar ou a coisa. O que fica neutralizada é a energia que está associada a pessoa, lugar ou coisa. Portanto, o primeiro estágio de Ho'oponopono é a purificação da energia.

Para fazer Ho'oponopono, você não precisa saber qual é propriamente o problema ou o erro. Você só tem que se dar conta de que está tendo um problema, seja ele físico, mental, emocional ou qualquer outro. Tão logo você o perceba, é sua responsabilidade começar imediatamente a limpeza, dizendo: “Sinto muito. Perdoe-me, por favor.”

“Os presentes dão-se por prazer de quem oferece, não por mérito de quem recebe.” * (12.04.2021)

Ontem me deu vontade de mexer em algumas coisas guardadas que estavam “um tanto” bagunçadas no armário. Virei as necessaires de ponta cabeça e espalhei sobre a cama todos os colares, brincos, anéis, pulseira, braceletes, pingentes. Em seguida separei todos e juntei os pares de brincos, desembaracei os colares, separei por tipos idênticos.

Em cada ação uma apreciação e uma lembrança. A maioria dos brincos ganhei de presente de alguém querido, e ao juntar o par, um sorriso e uma lembrança do momento que recebi. Lembro com muito carinho das pessoas, pois sei que me foi dado pelo sentimento que nutre e pelos laços que nos une.

Confesso que ao pegar alguns presentes nas mãos pensei: puxa que lindo, e quando ganhei nem expressei o tanto de alegria que estou sentindo agora. Por que agi daquela maneira naquele momento? Talvez a pessoa tenha escolhido com todo amor e carinho e esperava receber de volta minha gratidão também com muito amor e carinho. E não o fiz. Por isso, ontem ao remexer nos objetos remexi também as lembranças. Lembrei de todas as pessoas que estavam ali, naqueles objetos representados, e mandei muita energia de amor e gratidão.

Foi assim que comecei a refletir sobre a questão de dar e receber. Por que será que recebi tão lindos presentes? Para alguns eu lembro de ter dado presentes bem bacanas também. Para outras pessoas, recebi mais do que dei, em presentes. Mas por ter recebido tanto carinho materializado em objetos de uso pessoal, penso que devo ter oferecido algo que gerou um sentimento de gratidão a ponto de ser retribuído dessa forma.

Do momento que decidi organizar minhas necessaires até o término, durou aproximadamente duas horas, com algumas interrupções. Da memória vieram as lembranças, e um filme lindo foi criado em minha mente. Resumo tudo isso em uma só palavra gratidão.

 E sobre aquele ditado “é dando que se recebe”.

 Continuam os questionamentos. O que nós estamos dando? O que esperamos receber em troca? É verdadeiro também, que cada um só pode dar aquilo que possui. O que há dentro de si? Como pode dar algo que não possuí? Qual é a sabedoria desta frase? Ao analisarmos de forma crítica o que temos, vemos que não é muita coisa não, e nem sempre são coisas boas que podemos oferecer ao outro. Isso se referindo ao campo emocional.

O que trazemos em nossa bagagem emocional? Será que temos algo tão precioso que podemos dar ao outro? Nem sempre. Precisamos refletir e aprofundar a investigação no nosso interior e reconhecer o que faz morada dentro de nós.

E você? Sabe o que carrega lá no seu íntimo, no seu coração? Há paz, amor, sabedoria, humildade, gratidão, perdão? Ou há ódio, mágoa, desentendimento, desejo de vingança, egoísmo, vaidades? Quando nos dermos conta, de fato, do que há dentro de nós, vamos saber quem de fato somos, e assim poderemos dar sentido ao que nosso coração diz sobre nós.

Quando nos despimos das vaidades do ego nosso coração fica igual ao de uma criança. A criança não tem maldade, não pensa em se vingar, não quer humilhar ninguém. Uma criança se basta no brincar e na alegria de aproveitar o momento.

Quando nosso coração estiver aberto, podemos amar com a mesma inocência de uma criança, e perdoar com um sorriso, se houver motivos para perdoar. Assim nosso coração pode permanecer em paz, repleto de amor e gratidão. Para que os relacionamentos sejam duradouros, e que deem certo é extremamente importante que haja equilíbrio entre dar e receber, e que o outro seja respeitado por sua individualidade divina.                                                          

*Carlos Ruiz Zafón

Os perigos do mundo virtual. (06.04.2021)

Os perigos do mundo virtual existem porque nós potencializamos e principalmente porque nos conectamos com esse tipo de energia fazendo com que isso cresça.  Os seres humanos ainda não compreendem que essas energias mentais, do coração, ou mesmo emocionais, quando elas são vibradas, elas criam uma força, como se fosse uma nuvem em cima de nós. Se potencializamos diretamente energias pesadas, o que inevitavelmente vai ocorrer? Vai chover os desafios desta nuvem vibracional. Precisamos aprender a mudar a nossa postura, não ficar compartilhando energias pesadas para que elas cresçam, para que elas criem força, e se manifestem em nós. Então quem é um propagador de energias densas, de atrocidades, de catástrofes que existem por aí, quando “isso” chover, vai impactar a sua energia pessoal, vai ocasionar desequilíbrios na sua vida. Pode ocasionar desequilíbrios no seu trabalho, na sua família, nos seus relacionamentos, porque você propiciou essa energia.

 Chegou o momento de nos policiarmos, chegou o momento de observarmos com mais atenção, principalmente agora, no ano de 2021. Vibrando na luz, no lado bom e construtivo contra as energias densas, que normalmente as pessoas alimentam.  Se existe uma imensa sombra, existe uma luz análoga e nós enxergamos ou conectamos na verdade, vibracionalmente, o que nós valorizamos. Então existe essa possibilidade. Quanto mais propagarmos a energia do bem, a energia da construção, o poder da criação, mais vamos derrubar as realidades que não queremos, para o novo ciclo, nesse Novo Mundo, esteja ele manipulado por políticos, por energias que querem continuar controlando a massa.

Esse é o grande segredo. É um momento de criação. Como tudo na nossa vida, para que isso se torne uma massa vibracional e se manifeste no mundo físico, com todo poder do mundo virtual, as conexões que ocorrem dependem do que damos valor.  Toda vez que estiver nas redes sociais, em casa, no seu trabalho, que pode ser em home Office se questione. Do que você se alimenta no mundo virtual? O Brasil é um dos países que mais consomem redes sociais.  Você acorda já de mal com a vida?  E começa a espalhar isso pelas redes sociais? Ou você é uma pessoa, que por mais desafiador que seja, você procura um equilíbrio, procura meditar, refletir um pouco em relação a tudo isso?

 Se você pesquisar algo na internet, você vai perceber que quando entra nas redes sociais, ou mesmo está navegando ali, de uma forma solta, começam aparecer anúncios, vídeos e textos correspondentes àquilo que você pesquisou. Isso é padrão, quando você pesquisa alguma coisa na internet, seja o que for, quando menos espera tem um monte de coisas pipocando, em seu celular ou em seu computador.

Aí está a questão. Se você é uma pessoa que procura alimentar seu lado bom, seu lado legal, certamente o que virá para você, são coisas boas. Já se for o contrário, você vibrar energias densas, virão anúncios, vídeos, textos e imagens correspondentes ao que você alimentou. Este é o principal perigo do universo virtual. Com o celular na mão, ao mesmo tempo que ele pode carregar um potencial de luz, ele carrega um perigo terrível. Portanto se continuar alimentando energia pesada, uma pessoa que é um pouco mais sensível, quando chegar próximo sentirá a energia e ela mesma estará alimentando a mesma energia.

As pessoas muitas vezes são movidas somente por uma imagem de um post nas redes sociais. Não leem o texto que a pessoa colocou ali, e saem divulgando, propagando, ou criticando, de forma extremamente superficial e rasa, sem ver o conteúdo. É extremamente complicado. Precisamos aprender a ter mais atenção, seja no YouTube, no Instagram, no Facebook, ou um noticiário, presente em alguma página da internet. Muitas vezes pessoas colocam um título chamativo, nada a ver com o conteúdo. E quem lê apenas o título faz seu julgamento, critica sem nem se aprofundar no texto.

As pessoas acreditam em qualquer coisa. Faz-se necessário, ao navegar nas redes sociais, mais atenção e concentração ao que está sendo exposto, para não entrar em sintonia com aquilo que apareceu, e sair compartilhando para lá e para cá.  Este é o momento de aprendermos e acordar em relação a esses fatores, acordar em relação a velocidade da informação. Muitas vezes, um determinado assunto, na maneira como é passado adiante, de forma intensa, devido à velocidade, sob o efeito manada, faz pessoas escravas dele. No efeito manada as pessoas não são elas mesmas, elas são a extensão do que elas se conectam naquele momento, pela própria falta de atenção.  

Para que as energias pesadas não afetem e se tornem atuantes em nossas vidas, precisamos nos policiar e cuidar da nossa energia pessoal quando estivermos no universo virtual. Evitar as energias pesadas tendo um pouco mais de atenção na hora de sintonizar algo que chega até nós. Não ficarmos presos somente a imagens, ou frases de efeito. Procurar mais informações, checar a fonte, ler o texto, compreender o conteúdo e colocar a força pessoal, tendo consciência daquilo que estamos interagindo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

TEMOS A OPORTUNIDADE DE FAZERMOS O NOSSO MELHOR TODOS OS DIAS. (30.03.2021)

 Fazer o nosso melhor todos os dias em todos os níveis, inclusive no universo virtual, tão presente no nosso dia a dia desde o mês de março de 2020, quando tudo começou: o isolamento e o perigo que essa pandemia representa. Todos nós ficamos recolhidos em nossas casas no universo virtual das redes, dos trabalhos correspondentes à realidade do que chamamos de home office. O compartilhamento na rede cresceu demais, e todo mundo sabe disso. Até mesmo aqueles que não estavam tão conectados nesse mundo, procuraram se virar para continuar vivendo. Fato que ainda perdura nos dias de hoje.

Infelizmente a energia desse vírus tem uma força incrível e está criando outras possibilidades para todo mundo se infectar. Isso é terrível. Mas como tudo tem luz e sombra, sempre existe um porquê. Por que está acontecendo tudo isso? Por que a gente se recolheu? O que representa esse recolhimento? Quantas coisas aconteceram em 2020 ligadas às experiências pessoais, e não somente coletivas. Muitas pessoas, às vezes, nem conheciam o seu próprio universo, sua casa que é o templo sagrado e que representa o lugar onde a gente se sente bem, onde a gente pode colocar a nossa energia de uma forma totalmente autêntica e verdadeira. O afastamento social que tivemos, potencializou esse mundo virtual e fez com que nos encontrássemos. Ao mesmo tempo, muitas pessoas se frustraram.

As diversas experiências de 2020, para muita gente pesou em vários aspectos. No entanto o verdadeiro sentido foi de nos encontrarmos com nós mesmos. Foi este afastamento que fez com a gente ficasse na nossa interioridade. Fez com que enxergássemos muitas coisas que anteriormente não enxergávamos. Muitas verdades foram reveladas. Não só no sentido desafiador, como também no sentido fluente. E aqui aparece o mundo virtual para nos mostrar outra realidade, o universo das redes sociais.

Nessa virtualidade incrível, precisamos compreender que todos nós, com este encontro de nós mesmos, precisamos aprender a sermos melhores.  Não adianta ficarmos querendo que tudo volte a ser como antes, porque dificilmente isso acontecerá. O grande desafio é nós aprendermos a nos reciclar, nos transformarmos numa versão aprimorada do que nós fomos anteriormente. Chegou o momento de cocriação. Chegou o momento de aprendermos a trabalhar diretamente as nossas potencialidades.

Muitas pessoas estão passando por desafios tremendos. Muitas pessoas perderam o seu emprego. Muitos perderam seus entes queridos. Passando por tais desafios, fica complicado. Quando observamos como o mundo está, é muito difícil. Mas precisamos buscar o dínamo interior vibracional para trabalharmos esse poder de cocriação. Chegou o momento da criatividade, de criarmos atividades diferentes e aprimoradas.

E será que vamos conseguir isso através da densidade? Propagando energias complicadas? De energias, muitas vezes, movidas por todos esses desequilíbrios que estamos passando?  Essas atitudes remetem a poda do poder criativo que está dentro de nós. Então se o momento é de nos reinventarmos. No mundo virtual, todos se conectam com todos e o mundo ficou pequeno. Todos começaram a se manifestar, trocar ideias, interagir... Aí está a luz.

 Entretanto precisamos compreender que assim como existe a luz, existem sombras terríveis. Precisamos aprender a controlar os perigos do mundo virtual. Se potencializamos constantemente a energia pesada, qual será nosso poder criativo? Será de energias pesadas. Então que tipo de propagação estamos emitindo? Qual energia estamos colocando na rede? Temos que compreender que não adianta nós vibrarmos diretamente energias pesadas, pois isso praticamente corta o nosso poder criativo, que é a fluência da luz.

Para que todos possam trabalhar a criatividade, no sentido de criar um mundo melhor, precisamos potencializar esse tipo de energia, compreendendo que podemos trabalhar uma massa vibracional de energias fluentes e de energias bacanas, juntos. Não dar vazão ao que é falso, o que é mentiroso e tudo o que representa os perigos do mundo virtual.  

 

Filósofo indiano Jdidu KrishnaMurti “Mate o mal em ti, que o mal do mundo não te atingirá” 

 

 

VOCÊ É O SEU CURADOR

 

Ninguém além de você vai curar a você mesmo. Você é inteiramente capaz de curar-se. O processo de curar uma doença pessoal é, na verdade, um ato de fortalecimento pessoal. Essa é uma jornada pessoal, um rito de passagem, criado por você mesmo como um dos maiores instrumentos de aprendizado que você jamais vai encontrar. Sua viagem de cura obviamente vai incluir o exame e o uso de todos os melhores recursos que a medicina moderna puder lhe oferecer bem como os melhores recursos de que a cura holística puder dispor.

Considerando as coisas a partir de uma perspectiva mais abrangente, a doença é causada por um anseio não realizado. Quanto mais profunda a doença, mais profundo o anseio.  Essa é uma mensagem que lhe diz que, de alguma forma e em alguma parte você se esqueceu de quem é e de qual é o seu propósito. Você se esqueceu e se desligou do seu propósito e da energia criativa que advém do seu âmago.  A sua doença é o sintoma a doença representa o desejo não realizado. Assim acima de tudo, use a sua doença para se libertar e poder fazer o que você sempre quis, para ser quem você sempre que ser, para manifestar e expressar quem você já é a partir da sua realidade mais profunda mais ampla e mais elevada.

Se você de fato se descobriu doente prepare-se para mudar e espere que o seu anseio mais profundo venha à luz e seja realizado. Prepare-se para finalmente parar de correr e volte-se para enfrentar O Tigre que existe dentro de você - o que quer que isso signifique - de uma maneira muito pessoal. Creio que a melhor maneira de começar a encontrar o significado da sua doença é perguntar a si:

“Pelo que tenho ansiado e ainda não consegui realizar em minha vida?” Acho que você vai acabar encontrando uma ligação direta entre esse desejo irrealizado e a sua doença. É dentro desse quadro fundamental de saúde e de cura que você vai recuperar a sua saúde. Falo aqui não apenas da saúde do seu corpo físico por ela é, na verdade secundária, mas da saúde do espírito, a saúde da alma. É segundo essa estrutura ou metáfora da realidade que todos os problemas relacionados com vida e saúde podem ser resolvidos.

Viver ao nível físico é viver no amor, desenvolver as nossas qualidades superiores e nos unirmos ao divino. Quaisquer que sejam as circunstâncias de sua vida atual é disso que trata a sua vida. Qualquer que seja a dor, o problema ou a doença esse é o mestre. Trata-se de um mestre que ensina a amar, de um professor que o lembra de que você é divino. Esse é o seu processo de aflorar à LUZ. (do livro: Luz Emergente: A Jornada da Cura Pessoal)

 

ÁGUA É VIDA! 22 DE MARÇO DIA MUNDIAL DA ÁGUA. (23.03.2021)

 Para refletir sobre esse bem tão precioso da humanidade o texto do prefácio do livro, Mentiras essenciais, verdades simples de Daniel Goleman (ROCCO, 1997) e um poema de minha autoria, Tem alguém com sede neste mundo?

 Prefácio

Vivemos um momento especialmente perigoso um momento em que a auto ilusão é um assunto de urgência crescente. O próprio planeta enfrenta uma ameaça desconhecida em outros tempos: sua completa destruição.  Seja por uma morte rápida, resultado de uma guerra nuclear e das mudanças catastróficas que ela acarretará, ou a lenta morte ecológica, advinda da destruição das florestas, da terra própria para o cultivo e da água potável, a capacidade humana para auto iludir-se, terá desempenhado sua parte. Consideremos o acelerado crescimento do déficit ecológico – erosão do solo, diminuição das áreas florestais, pastagens que se transformam em desertos, a destruição da camada protetora de ozônio da atmosfera e o envenenamento e a extinção dos lençóis de água.

Nossos hábitos de consumo, numa escala mundial, estão destruindo os recursos do planeta numa velocidade sem paralelo em toda a história. Na verdade, estamos destruindo o planeta para nossos netos, simplesmente pelo descaso com que tratamos a ligação entre o nosso modo de vida e seus efeitos sobre o planeta. 

As florestas virgens tropicais do Amazonas, por exemplo, estão sendo destruídas a uma velocidade irredutível, com o fim de abrir espaço para pastagens para o gado. Esse gado é criado, em sua maioria, para alimentar a fome de carne do mundo todo. Quantos hambúrgueres fornece a destruição de 400 m² da selva amazônica? Não sabemos. A resposta pode ser determinada, mas esse pequeno dever de casa ainda não foi feito. E essa é a questão. Vivemos nossas vidas ignorando as consequências para o planeta, para os nossos descendentes, do modo que vivemos .

Desconhecemos as conexões entre as nossas decisões diárias – por exemplo, comprar isso ao invés daquilo – e o ônus que essas condições representam para o planeta. É possível pesar, com exatidão relativa, o dano ecológico específico envolvido num dado ato de fabricação.  E, depois disso, é possível gerar um padrão que resuma a extensão do dano na fabricação de um carro, digamos, ou de uma caixa de papel de alumínio.

Como esse conhecimento, poderíamos assumir maior responsabilidade pelo impacto que nosso modo de vida têm sobre o planeta. Mas essa informação não está acessível, e mesmo os que mais se preocupam com a ecologia não sabem realmente o efeito do nosso modo de vida sobre o planeta.         

E para a maioria de nós, ignorar essa relação nos permite deslizar para a grande mentira, auto ilusão, convencendo-nos de que as pequenas e grandes decisões da nossa vida material não são muito importantes.

A questão, portanto, é o que podemos fazer para desfazer essa auto ilusão, e as outras o que nos tem presos em suas teias?

 Auto ilusão age tanto na mente do indivíduo, quanto no consciente coletivo do grupo.

         Para pertencer a um grupo de qualquer tipo, o preço tácito da admissão consiste em concordar e não notar a própria sensação de mal-estar e de dúvida, e certamente não questionar qualquer coisa que seja um desafio ao modo do grupo fazer as coisas. O preço para entrar no grupo, nesse arranjo, é que a dissenção, mesmo a dissenção saudável, deve ser abafada. Aqueles que querem abrir o casulo de silêncio que impede a chegada das verdades vitais ao consciente coletivo, possuem a coragem de procurar expor a verdade que pode nos salvar do narcótico da auto ilusão. E cada um de nós tem acesso a uma pequena parte da verdade que precisa ser dita.

É um paradoxo do nosso tempo o fato de que os que têm poder estejam tão confortavelmente instalados, que nem notam a dor dos que sofrem, e os que sofrem não tem poder . Para desfazer essa armadilha, é preciso , como disse Elie Wiesel, coragem de dizer a verdade para o poder.

 

Tem alguém com sede neste mundo?

Lá vem o Raimundo

Água, água, água.

Água para todos os sedentos.

Quem está com sede neste mundo?

A crise global ameaça o planeta.

Ambiente, destruição exponencial.

Uma etapa por vez.

 

Lá vêm o Raimundo

Água, água, água.

Tem alguém com sede neste mundo?

Agressão, progressão não monitorada.

Num dia tudo bem,

no outro, morte anunciada.

Água doce em risco.

Água doce para os ricos

 

Em ritmo quente,

Em ritmos velozes...

Ecossistemas destruídos

Espécies desaparecendo

Sem dar tempo necessário

Para a Natureza criar.

 

Poluição, poluição, poluição.

De 100 a 1000 vezes em extinção

As que faltam no planeta

Resultado acumulado

Pelos humanos liderados

Continua a agressão

 

O verde vidente aos olhos,

Jamais aos olhos parecerá evidente

A perda - o desmatamento.

Os chapéus das madames esfumaçam

Milhares e milhares vertem ou deixam vazar

Pesticidas, fertilizantes e herbicidas.

 

Oxigênio... Oxigênio... Oxigênio...

Um processo inteiro, medição,

Chuva ácida da chaminé ao porão

Em outras vias,

Das avenidas aos entrecortados caminhos,

Perdas em larga escala.

 

Nos vastos e profundos

As águas doces ameaçadas também estão

Com legítima autorização

A umidade da terra se esvai

A sujeira, sem filtros, se atira contra as encostas.

De um rio, que aos poucos se esgota.

Sem proteção, sem purificação,

As fontes de água doce

Com ciclos de seca e chuvas pesadas

É no Sul que estão às terras devastadas.

Para fugir da urbanização as barreiras naturais

Perdem-se com a inundação

 

Salvem as abençoadas esponjas protetoras!

Não podem ser removidas as florestas inundadas!

É a total destruição!

Derrubadas no ecossistema aquático

Podem ir a um segundo

Os vivos de cima e do fundo.

 

Uma, duas, três árvores atingidas.

Morrem,

E morrendo vão formando uma clareira.

Afetam plantações e rapidamente são destruídas.

 

Com o passar do tempo,

O solo nem irrigado serve

O sal em suas camadas o inutiliza.

Parte-se em pequenas partículas

E são levadas pelo vento.

Deixando-o seco, sem nada.

Para o cultivo do alimento

 

Contra a vida.

Os gases continuam subindo

Das ilhas de calor

Asfalto, paredes de tijolo, concreto,

Telhas de barro e de amianto,

Falta de vegetação,

Falta de impermeabilização

Calçados de borracha no calçamento

Sacolas plásticas soltas,

Cheias e vazias

No desvio da água entopem bueiros e galerias.

 

O planeta está numa fria.

A circulação dos ventos é interrompida,

O processo de evaporação é reduzido,

A radiação do calor é retida.

 

As contaminadoras,

Com seus gases cheirosos

Enxofre e monóxidos

Convertem-se em ácidos

Espalham-se na terra,

Nas águas, nas árvores,

E nas gentes.

A poluição do ar.

 

O aquecimento está no limite

Da chuva ácida aos ácidos

Consumidos pelos humanos - tóxicos

Que surgiram no solo, sadios.

E que voltam vadios

Entorpecidos pelos “gases” nocivos.

 

Acidificados perdem a vida - produto final

Sufocados na atmosfera

O planeta está asfixiado e imundo.

A água doce evapora rapidamente.

Quem vai matar a sede?

Os donos do mundo?

De que eles têm sede? De água?

Onde está o Raimundo?

 

Água, água, água.

Para todos os sedentos.

Quem vai matar a sede do mundo?

Água doce em risco.

Água doce para os ricos

Água, água, água.

Tem muita gente com sede Raimundo.

 

“Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade por que não desejam que suas ilusãoes sejam destruídas.” Friedrich Nietzsche

Sobre verdades e mentiras. (16.03.2021)

 Diante de tantas informações que nos chegam, das mais variadas fontes, podemos ficar vulneráveis emocionalmente e baixar nossa energia. Precisamos estar atentos às nossas reações diante das histórias e perceber a forma como os fatos chegam até nós. Buscar a compreensão da essência do ser, na auto-observação, em fontes disponíveis gratuitamente, ou em cursos que objetivam ensinar o autodesenvolvimento, para que possamos expandir a nossa visão de mundo e não ficar refém de fatos e boatos. Na sequência vamos refletir, com base em fundamentos do curso Essência Sistêmica, autoria Dr. Fernando Freitas, alguns ensinamentos que nos levam para um caminho capaz de ampliar a nossa consciência.

 Verdade nua e crua.

 Parábola Judaica, escrita em meados dos anos 1890, final do século XIX, que fala da “Verdade Nua e Crua”. Sabe de onde vem essa expressão? Pois é, vem dessa parábola. Veja só: Um dia a Verdade encontra com a Mentira.

Mentira chega e fala para a verdade:

- "Nossa, mas que dia lindo que está hoje!".

Verdade diz:

"Está um dia lindo, é verdade!".

Mentira diz:

"Vamos passear juntas? Afinal, está um dia lindo!"

Verdade: “Realmente, é verdade, está um dia lindo, então vamos passear!"

Chegam diante de um poço maravilhoso.

Mentira coloca a mão na água e diz:

- “Nossa! A água está uma delícia, vamos nadar?

A verdade vai lá e coloca a mão e constata que realmente a água estava maravilhosa.

Então as duas tiraram a roupa e entraram na água, para nadar. Nadaram de um lado para o outro e de repente, a mentira sai rapidamente do poço, veste as roupas da verdade e vai embora. A verdade estava nua, sai do poço muito brava e pensa:

"A mentira aprontou comigo."

Ela olha as roupas da mentira e pensa:

"Eu não vou vestir as roupas da mentira."

Então ela sai atrás da mentira, mas quando chega na cidade, todo mundo olha e critica a verdade “nua e crua”, e ela percebe que ninguém queria ver a verdade como ela é, “nua e crua”. Ela volta para o poço e fica pensando sobre o que seria melhor fazer, colocar as roupas da mentira ou continuar andando “nua e crua”? Então, ela decide continuar andando pelas cidades, nua e crua, pois se recusava a vestir as roupas da mentira. Mas o povo, estava acostumado a ver a mentira vestida de verdade. Porém, no fundo, é uma grande mentira.

 

Quem está pronto para ver a verdade?

 Muitos se imaginam dentro da verdade. Mas que verdade é essa? A verdade nua e crua? Ou uma verdade vestida de mentira? Ou uma mentira com a roupa da verdade? Cada um tem a sua realidade, mas qual é a verdadeira realidade? Ninguém está conectado com “A realidade”. A questão é a qual nível da realidade se está conectado? Qual é a percepção de realidade?

São situações basilares de todos os conflitos que existem no mundo. Conflitos consigo mesmo, por uma percepção equivocada da realidade, conflitos com relacionamentos a dois, casal, sociedade, relacionamentos de amizades, familiares, conflitos que levam a guerras, confusões, doenças, seja o que for, pois cada um vê a situação de um jeito. Tudo vem da percepção da realidade, perceber a realidade é extremamente importante.

 Fórmula da realidade

 A realidade que carregada por um ou mais, tem a ver com os fatos que entram em contato. Aquilo que cada um vê, percebe e/ou utiliza, e a interpretação que cada um dá para cada fato. Então a Realidade = Fato X Interpretação do Fato.

O ideal seria ver o fato como ele realmente é. No entanto vemos um fato para darmos um significado e interpretamos muita coisa além. Assim, damos ao fato, um formato e um colorido diferente. Quando nos contam uma história ou uma série de fatos, podemos ficar imaginando se é verdade ou mentira. Se o que a pessoa viu e nos conta é algo concreto, ou se há origem do fato já chegou com suas crenças inseridas.

Podemos perceber isso nas relações conjugais. Quando ouvimos a história de cada um, descobrimos que cada um olha para a relação de uma forma diferente. Como cada um olha para o filho etc. O terapeuta vai olhar o fato pelo ponto de vista do marido ou da esposa? Pelo olhar do pai ou da mãe? Pelo olhar do homem ou da mulher? Qual deles conta a verdade? Você sabe que a verdade, tem duas versões diferentes, cada um vê a sua verdade.

Se não houver consciência que são os dois lados da mesma moeda, ou ainda, que existem inúmeras possibilidades de realidade, é possível cair no jogo e acreditar em uma versão apenas. Quantas possibilidades de realidade nós temos? É preciso captar a realidade. Quando os fatos acontecem, os nossos órgãos do sentido captam essa informação e a levam para a mente. E sobre interpretação. Quando se chega na interpretação, deve-se considerar que o fato em si é neutro. Levar em consideração o colorido, o significado e o formato que cada um dá para o fato.

 Pensar, Sentir e Agir

 O que discorrer sobre pensar, sentir e agir? Na forma de pensar, cada um pode maximizar ou minimizar um fato. O filho faz uma coisa negativa e os pais podem nem valorizar o fato. Ou o filho faz uma outra coisa bem insignificante, e os pais podem ter uma reação exagerada. A dinâmica pode ser maximizada, minimizada ou pode-se criar uma intensidade irreal. Em cima dessa intensidade, que atitude tomar. Tem a ver com valores? Por exemplo: “Isso que meu filho fez é certo? É errado? É coisa de criança? Isso nem criança deveria fazer!” Etc. Então, em cima dos valores de cada um, do colorido e do formato da história, se percebe o que tem a ver mais com o emocional.

Em cima das crenças e convicções, do que é ser pai, do que é ser mãe, o que fazer com os conflitos? O que será que passa na mente de cada um? Quais referenciais de vida essa pessoa trouxe e de onde isso veio? Lá do passado, né? Em cima disso o que é possível interpretar. O sentir, tem a ver com o colorido emocional, que cada um dá para o fato. Todo esse colorido emocional, toda essa interpretação, tem a ver com comparação com o que ocorreu no passado.

O que cada um traz na memória, que remete a isso? Como isso funciona? Há sempre conexão com o passado. Sentimento é a mesma coisa, que colorido e qual intensidade e dada a um fato. Que cores são colocadas lá? Isso define qual a carga de energia colocada e qual reação diante do fato.

 

O texto foi levemente adaptado para compreensão de situações generalizadas, sem um fim específico de cuidados terapêuticos, mas também serve para refletir sobre como os fatos e as histórias contadas afetam energeticamente as pessoas, sejam elas verdades ou mentiras. E isso está diretamente relacionado ao colorido que cada um dá ao fato. Pensemos nisso!

O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

                                                                                                    Os trabalhos apresentados na obra O gost...