segunda-feira, 30 de junho de 2008

O imperialismo norte-americano

Novamente os EUA estão determinando a política econômica no mundo. Isso vai continuar até quando? A especulação quanto ao aumento do barril de petróleo tem algo relacionado com os investimentos dispensados no Oceano Ártico? Tem a ver com o panorama da campanha eleitoraL? Ou por que estão sob ameaça de perder mercado internacional? Para refletir sobre estas questões algumas considerações sobre fatos históricos estadunidenses.

Os EUA se imbuiu de um sentimento de superioridade e autoconfiança e se firmou no modelo democrático-liberal, a partir da sua independência em 1776. Em 1823 com a Doutrina Monroe – “América para os americanos” um modelo de construção de nação, maior disposição para se firmar como potência hegemônica. Primeiro indício da implantação dos projetos belicistas e expansionista do novo império foi à expropriação do território do México, Califórnia, Texas grandes produtores de petróleo. O segundo passo foi à intervenção na Guerra de Independência de Cuba contra Espanha, quando dominou Porto Rico, Filipinas, Ilhas Gwan e o controle de Cuba. Terceiro passo foi tornar-se uma grande potência no setor automobilístico, considerando a maior mercadoria – econômica e ideológica – um estilo de vida e de consumo. Usou seu poderio bélico na Primeira Guerra Mundial contra a Alemanha, e na Segunda Guerra Mundial para derrubar o monstro criado pela Europa – fascismo e nazismo – e que serviu também para abreviar as conseqüências da crise de 1929 e a expansão do capitalismo.

Os outros países que disputavam a hegemonia mundial – URSS, ALEMANHA, JAPÃO – sofriam os desgastes da guerra enquanto os EUA fortaleciam a indústria bélica; e com poder econômico, ainda ajudaram na reconstrução da Europa e do Japão. Fez parte da Ideologia norte americana a Criação da OTAN para defender a Europa da expansão soviética. A polarização comunismo/capitalismo – foi disfarçada por democracia/totalitarismo, e questionada apenas pela Revolução Cubana que sofreu um forte bloqueio e isolamento econômico. Com o término da Guerra Fria os EUA se firma como única superpotência pela imensa máquina de dominação ideológica, o forte mercado interno, a superioridade tecnológica e militar; e se consolidou como única força política, com a derrota da URSS a neutralização da Europa Ocidental e Japão e a imposição no Brasil, na África do Sul, na Índia, no Iraque. Dois países ainda não estão sob total domínio – China e Irã - o primeiro depende do mercado, da tecnologia e de investimentos dos EUA. O sistema imperial está apoiado na OTAN, FMI, Banco Mundial, OMC, G-8 mais a força dos EUA através dos meios de comunicação, propagandeando a ideologia neoliberal que é a difusão ilimitada do livre comércio e da globalização. Os pilares são as grandes corporações multinacionais e a hegemonia econômica no conjunto do sistema do capital financeiro.

Mas, nem tudo está perdido, esta ideologia tem debilidade. Uma delas é a exclusão da grande maioria da humanidade dos benefícios das políticas dominantes. No sul do mundo, onde há maior concentração da população - 86%, apenas 15% da riqueza estão sendo distribuídas. O Brasil juntamente com Índia e China soma 40% da população mundial. Aqui é que pode nascer uma frente para neutralizar o poderio do hemisfério norte, onde apenas 15% da população mundial possuem 85% da riqueza existente. A dependência de outros países no caso dos produtores de petróleo, Venezuela, Irã, Iraque, Líbia; ou de produtores de mercadoria barata, China, Índia, México; ou de mão de obra barata, México, Porto Rico e outros.

A maior das debilidades é no plano histórico e moral – a especulação em detrimento da produção, a utilização da tecnologia na maximização dos lucros que barateia o custo dos produtos, mas aumenta o desemprego. Eleva a produção de bens e serviços, mas não distribui a renda de maneira correspondente. Os valores defendidos são sempre voltados aos bens materiais que o próprio capitalismo veta o acesso. A maior parte da população é vítima do trabalho informal, precário, sem direitos, e com total insegurança. Estes modelos fraturam a sociedade nacional.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O debate é bom. Por quê?

Desde a implantação da ditadura militar em 1964, as “Diretas Já” foi a melhor reação até então já vista, quando em março de 1983, um deputado, até então desconhecido pela maioria da população brasileira, apresentou uma emenda constitucional que propunha, para o ano de 1984, eleições diretas para a Presidência da República. Em poucos meses, Dante de Oliveira ficaria famoso como autor da Emenda das Diretas ou Emenda Dante de Oliveira. Vagarosamente, as Diretas Já, iam ganhando espaço nas ruas, primeiramente nas pequenas cidades e, posteriormente, nas grandes capitais brasileiras. O comício que marcou o início da campanha foi realizado em Goiânia, em junho de 1983, onde conseguiu reunir-se aproximadamente 5 mil pessoas.

Mas, o Brasil ainda estava sob comando dos militares, que haviam tomado o poder em 1964. O presidente da República era o general João Baptista Figueiredo. No plenário da Câmara dos Deputados, o clima era tenso. Os parlamentares aguardavam o início da votação da Emenda Constitucional nº. 5, de autoria do jovem deputado Dante de Oliveira, com a proposta de eleições diretas para presidente da República, suspensas há 20 anos. O deputado Ulysses Guimarães, conhecido como “Senhor Diretas”, usa uma gravata amarela. E antecipa, em discurso que seria interrompido 23 vezes pelos aplausos: “A Pátria é o povo e o povo vencerá. Pode ser hoje, pode ser amanhã, mas é inevitável. E não demora”.

Esses fatos aconteceram há tão pouco tempo, não é mesmo? E como conviver com esta liberdade democrática? Falta ainda aprender a pensar, articular e agir democraticamente. Esse pensar, articular e agir democraticamente se inicia em casa e na escola. Eu acredito que deve ser assim e é por isso que procuro provocar os alunos escolhendo assuntos pertinentes aos conteúdos de cada série. O debate é uma porta aberta para que aconteça o exercício da cidadania. Aprender a argumentar para exercer a democracia plena.

Por que o exercício do debate é libertador e porque incentiva uma visão crítica do mundo. O debate é uma arma contra a manipulação e o conformismo. A palavra debate tem sua origem na palavra embate= combate, disputa, LUTA, no nível do discurso – cruzar armas com as idéias sem pretender que os outros sejam reduzidos ao silêncio. O debate é um processo de diálogo que nasceu na Grécia – berço da filosofia e da democracia.

O debate é uma discussão oral ou escrita em que razões a favor e contra são colocadas em confronto, mas que mesmo informal, deve seguir algumas regras, e a primeira delas é respeitar quem está falando, esperar que haja conclusão a idéia, mesmo que não concorde com ela. Em debates há de se discutir idéias dos outros, e não os outros. É um confronto de argumentos ou raciocínios que tem por finalidade provar ou refutar determinado ponto de vista ou tese.

Para debater é fundamental posicionar-se, reunir argumentos para defender as próprias idéias realizando pesquisas, lendo, trocando idéias. O achismo é uma posição irritante que reduz a conversa ao um mero “é assim por que eu acho” – meramente pessoal. Ruim é não assumir as suas razões, nem aprofundá-las, ou ainda, temer o embate de idéias. É preciso estar alerta, aprender a ouvir, reconhecer as posições das pessoas e questionar a sua validade. O pensamento crítico é a resposta diante do cinismo de certas posições que pretendem “ganhar a qualquer custo.”

Debater é uma forma eficaz de nos vacinarmos contra a prepotência e a manipulação, daí a importância de estar atento às posições alheias checando as nossas e aprofundando o nosso ponto de vista para examinar os problemas sob diferentes aspectos. Isto é um processo, é um aprendizado diário. Debater é tornar fértil um campo de posicionamentos com inúmeras idéias circulando e que podem apresentar soluções práticas imediatas em lugares e instituições menores. Em se tratando de um país, “ser cidadão é algo que se aprende, e a cidadania se constrói: exercitando o diálogo, ouvindo e expondo idéias e argumentos, analisando-os, tomando atitudes e avaliando suas implicações’.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O que é ser educador?

Diante de alguns dissabores da profissão nada melhor do que buscar alento em pensadores e histórias já vividas. Eu me embebedo neste néctar para suplantar as ânsias de uma pessoa que se depara com tantas fugas da essência de um educador.

Em um artigo sob o título, Primeira lição para os educadores Ruben Alves escreve com a sutileza de um sábio quando repassa os ensinamentos aos seus discípulos. E ele, por sua vez, também tem uma grande ressonância espiritual com Herman Hesse, que também era apaixonado pela educação. Declarou que, de todos os assuntos culturais, era o único que lhe interessava. Mas o curioso é que, ao mesmo tempo, ele sentia um horror pelas escolas - lugar onde as crianças eram deformadas. “Nós dois poderíamos ter sido amigos. Sentimos igual. A educação é a paixão que queima dentro de mim. E, no entanto, olho para as escolas com desconfiança...”

Pois eu acredito que nós três poderíamos ser amigos, pois partilho da mesma paixão e da tal desconfiança que está quase se tornando certeza. Estremeço em pensar no dia-a-dia de tantas crianças. Qual é a qualidade da educação? Quem está aprendendo o que? Quem está ensinando o que? As perguntas são banais e se espera respostas prontas tais como: a falta de verbas, a condição de indigência dos professores, o mau aproveitamento dos alunos, etc. Isto todo mundo sabe. “É um equívoco pensar que com mais verbas a educação ficará melhor, que os alunos aprenderão mais, que os professores ficarão mais felizes.Como é um equívoco pensar que, com panelas novas e caras, o mau cozinheiro fará comida boa. Educação não se faz com dinheiro. Se faz com inteligência.”

O que é inteligência? Qual é o enigma do conhecimento? Onde nasce o desejo de conhecer? Para que conhecer? Como conhecer? Quais forças arrancam da ignorância? Como transformar o homem em um pensador? Que poder é esse que transforma o cérebro? Quem tem este poder?

Há professores que amam seus alunos e proporcionam espaços de debate. Por que debater é bom. É saudável e permite a identificação de posições, a análise de opiniões e a discussão sobre elas. O debate pode ser libertador e pode incentivar uma visão crítica do mundo. Pode se tornar uma arma contra a manipulação e o conformismo. É o passaporte para a democracia e a vida em sociedade para quem ainda não sabe como pensar, articular e agir. É preciso aprender.

E para aprender é preciso pesquisar, estudar para saber argumentar. Um debate pode não apresentar soluções práticas imediatas, mas permite que fatos e problemas sejam equacionados, organizados, priorizados apresentados para o grupo e para o mundo sinalizando um começo para que os interessados em soluções encontrem forças para continuar lutando por suas idéias. E o fato é que a despeito de todas as coisas ruins e andando na direção contrária, há professores que amam os seus alunos e sentem prazer em ensinar e que tem o desejo de transformar seus alunos em pensadores, em pessoas inteiras.

“Acredito que o mais importante para a vida dos indivíduos e do país é a educação para que se saiba realmente o que é democracia. E ser educado não é ter diploma superior, e sim significa saber pensar. O fato de só repetir rotinas faz com que o pensamento paralise. “A nossa estupidez e preguiça nos levam a acreditar que aquilo que sempre foi feito de um certo jeito, deve ser o jeito certo de fazer. Mas os gregos sabiam diferente: sabiam que o conhecimento só se inicia quando o familiar deixa de ser familiar; quando nos espantamos diante dele; quando ele se transforma num enigma. "O que é conhecido com familiaridade", diz Hegel, "não é conhecido pelo simples fato de ser familiar".

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Eu queria continuar neste mundo encantado... O mundo do Grupo Tholl.


VOCÊ PODE SABER MAIS ACESSANDO:
http://www.optc.com.br/
http://grupotholl.com.br/

Um mundo lindo de imagens que transporta a platéia, que faz sonhar, chorar, rir, chorar, gargalhar, aplaudir, gritar, chorar... Se deixar envolver por esta magia é “puro êxtase”. Todos os integrantes do grupo são lindos, iluminados, maravilhosos, capazes de elevar a alma do público com seus movimentos suaves. Capazes de transmitirem tantos significados na expressão do rosto e do corpo em perfeita harmonia com as melodias. É um espetáculo grandioso e dinâmico fazendo os espectadores sonharem coletivamente. O arrepio é geral. Ninguém consegue tirar o olho do palco, e nem tão pouco acompanhar todas as cenas, todos os movimentos. O palco se enche por completo de sorrisos, de paixão, de disciplina. A integração é total entre os componentes, a música e o público.

Foram muitas demonstrações de harmonia e perfeição. Isto é criação divina. Não tenho a menor dúvida: os meninos brincam sobre uma bola de ouro, e a elevam para as alturas demonstrando que podemos chegar aos céus, bem como os anjos descem dos céus em malabarismos impressionantes... O humor sutil das macaquinhas e dos dançarinos fazem rir até chorar, o fogo hipnotiza, as coreografias embalam os corpos na cadeira, o som é inebriante, os rostos expressam se encaixam, a aparência os faz tão diferente... São lindos!


As roupas de um colorido arco-íris, os corpos bem torneados, flexíveis fortes e cheios de paixão emanam luz. Em um branco de paz, a chuva é de pura prata e o aceno é de despedida. O sonho acabou... Mais um espetáculo espetacular e digno de muitos aplausos. Aos integrantes espetaculares e vitoriosos e ao idealizador do grupo que é um sonhador audacioso e de pensamentos grandiosamente belos, só os aplausos são muito pouco. Que sigam por este mundo afora como artistas querubins incansáveis e admiráveis. PARABÉNS! Muito obrigada por mais esta noite de sonho.

A noite de sonho aconteceu sexta-feira, 30 de junho de 2008, em Piratuba, na inauguração do Centro de Eventos. As festividades começaram às 16 horas com a presença de Luiz Henrique, Governador do Estado de Santa Catarina. O Centro de Eventos era um grande anseio da população de Piratuba. Mesmo contando com uma população de pouco mais de 6 mil habitantes, o município é considerado o principal destino turístico do Oeste Catarinense em função de suas águas termais, procuradas anualmente por mais de 300 mil visitantes.

Em seu pronunciamento o Governador alerta: “para que o Centro de Eventos não se torne um elefante branco imprescindível: a parceria com Convencion Visitor Bureau para enfrentar a competitividade no setor do turismo de eventos. Trazer convenções, congressos, seminários nacionais e internacionais são metas a serem planejadas e seguidas com muita habilidade. Também destacou a importância da divulgação, da propaganda e do marketing realizados por técnicos em venda, capazes de colocar este novo produto no mercado nacional e internacional. Com toda esta estrutura construída e disponível, todos os segmentos do lugar passam a ganhar.

A injeção de capital será revertida em prol de toda a população. Há que se buscar também uma injeção cultural em prol da população local. Que este Centro de Eventos realmente seja voltado para o povo – várias vezes durante a solenidade de inauguração foi colocado por autoridades presentes, e por membros da atual administração do município. Que os melhores eventos sirvam para atrair e beneficiar os turistas e que também a população local tenha acesso a este espaço cultural com as mais diversas manifestações artísticas.

domingo, 1 de junho de 2008

E por falar em amor...

E por falar em amor é o título de um livro de Marina Colassanti. O tema deste livro é polêmico por que abrange todos os seres humanos, na complexidade individual dos sentimentos. Não existe uma maneira certa de amar. Existem situações parecidas que podem ilustrar a situação de cada um; porém conforme a autora, as diferenças já começam na forma de exteriorizar o amor.

Para as mulheres o amor é o motivador principal para o sexo; para os homens o amor é uma ameaça à sua sexualidade. E com base nestas diferenças, existe um número muito grande de desencontros. Nos últimos tempos, com a liberação sexual, ocorreram algumas mudanças na maneira de cortejar, mas o cortejo continua. Aceitar a corte, em amor, é encorajar o outro. Estar aberta ao cortejo é dar sinais para que o amor aconteça.

Quando o amor acontece, queremos nos integrar ao outro e também nos expandir através dele. Conhecer o outro é fator fundamental. Quando se ama existe a capacidade de se colocar no lugar do outro, saber como pensa e quais são os seus desejos. Se eu digo que amo, sem conhecer, não estou amando. No amor podemos viver extremos – felicidade e sofrimento.

Para que haja felicidade completa é necessária a entrega. E o sofrimento aparece, logo que algo sai errado. A mentira é a pior arma: destrói a confiança. O susto ao descobrir a mentira, é muito maior do que a mentira em si, pois estamos sendo enganados duplamente. Pela mentira e por tudo que acreditávamos conhecer da pessoa. Amor e admiração só combinam quando se baseiam nas qualidades e defeitos.

No amor, precisamos nos mostrar por inteiro – defeitos e qualidades. Amar o belo é muito fácil. O processo doloroso é quando mostramos os nossos defeitos. Porque quando nus, somos horrendos, e horrendos é que precisamos de amor. Além do amor, existe a paixão e o amor apaixonado. Em cada sentimento, outros tantos se manifestam; e que podem nos ajudar a identificar qual é o sentimento que nos move por determinada pessoa. A paixão provoca uma descarga muito forte, quando nos aproximamos da pessoa escolhida, porém, a paixão tem horas contadas, é cheia de suspense, enervante. Já o amor é pleno, apaziguante. O amor não é uma emoção agressiva.

Atualmente, temos de um lado, o amor denegrido, de outro; a paixão endeusada e no meio o nosso desejo de afeto, de sexo, de encontro. Parece então que as pessoas estão cansadas do excesso de paixão e estão querendo um amor sem disfarces, um amor apaixonado. Percebe-se que, apesar de todas as faces do amor, dos enganos, sofrimentos, diferenças, desencontros, precisamos nos abrir para o conhecimento de nossos sentimentos e conhecer o sentimento dos outros sem colocar máscaras, que venham impedir a permanência do amor em nossas vidas.

“A melhor maneira de entender o amor é vivê-lo”

O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

                                                                                                    Os trabalhos apresentados na obra O gost...