quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sala de aula: Sociedade e Trabalho


Neste bimestre, nas aulas de sociologia, com as primeiras séries do ensino médio, o tema é Sociedade e Trabalho. Abordando o trabalho na sociedade moderna capitalista trazendo à luz do conhecimento as ideias de Karl Marx e a divisão social do trabalho, a coesão social de Émile Durkheim, e os sistemas Fordismo-taylorismo (formas de organização do trabalho).

Tais reflexões levaram ao entendimento das transformações recentes no mundo do trabalho, chegando ao questionamento sobre a sociedade salarial. O mercado de trabalho atual exige qualificação, e, a qualificação se inicia no ensino fundamental e médio que são base de toda a formação profissional.

Se a estrutura de um edifício é mal feita, a consequência é catastrófica. Podemos relacionar com as profissões escolhidas por alunos da rede pública de ensino? O que será dos futuros profissionais? Numa provocação bem pessimista: “O Brasil vai ruir se não houver pessoas competentes em todos os setores. O que vocês (alunos) esperam que possa acontecer em suas vidas?” Em outra reflexão após mostrar os índices apresentados pela imprensa de que o Brasil está em 6º lugar na economia mundial e ocupa o 88º lugar em educação - que disparidade! – questionei: Se tivessem que escolher hoje, quem escolheria a profissão professor? A única resposta que obtive foi SILÊNCIO. Nenhuma resposta entusiasmada: EU QUERO SER PROFESSOR!

Mais uma vez questionei: Por que ninguém se habilita? E as respostas foram unânimes: A profissão não atrai por que os professores estão desvalorizados e o salário é muito baixo. Isso todos sabem! Do doutor em educação ao professor menos qualificado. Das salas de aula ao Gabinete do Secretário de Educação/Governador. Do Secretário Municipal de Educação ao Ministro de Educação/Presidente. Então...

É consenso a ideia de que a carreira de docente não se torna atrativo para os nossos alunos, pois tem um estatuto social decadente, a formação fragilizada e a baixa remuneração. Uma profissão que não atrai os “bons” certamente será ocupada por aqueles que não tiveram opções melhores. Aqueles entram nas salas de aula, desmotivados e sem empenho, e não acreditam que podem. Por isso mesmo, já que “aqueles” não escolheram serem professores, mas foram social e economicamente escolhidos, provavelmente não farão diferença. Representantes políticos, administradores e gestores públicos o que estão fazendo para que este quadro seja alterado para melhor? Esta melhora precisa acontecer na base, na prática, na valorização da profissão PROFESSOR.  

 O resultado desta situação caótica de 88º lugar pode sim tornar-se um edifício cheio de rachaduras, ou, despencando, se não houver mobilização e pressão social, começando por quem constituí a maioria da população interessada (alunos e pais) na melhoria do ensino público. Caso contrário a minha visão pessimista tornar-se-á realidade nos próximos 20 anos. Quem precisa se preocupar com isso? Nossos jovens alunos que estão nas séries do ensino médio. Logo, logo estarão atuando fora da escola e o mercado de trabalho não perdoa. Alunos ainda há tempo para reverter esta situação.

 

O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

                                                                                                    Os trabalhos apresentados na obra O gost...