quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Para não perder o fio da meada e entender mais...

Quando se trata do assunto fome no mundo é preciso relacionar diretamente ao aumento populacional. Desde o século XVIII são escritas, se discute e se propagam informações a este respeito. As mudanças em maior escala surgiram com o evento da revolução industrial. E neste tempo vivia o Senhor Thomas Malthus. Um economista e demógrafo britânico Thomas Malthus ficou conhecido, sobretudo pela teoria segundo a qual o crescimento da população tende sempre a superar a produção de alimentos, o que torna necessário o controle da natalidade.
http://www.economiabr.net/biografia/malthus.html

Exposta em 1798, foi a primeira teoria demográfica de grande impacto e até hoje a mais popular de todas, apesar das falhas que apresenta. Preocupado com os problemas sócio-econômicos (desemprego, fome, êxodo rural, rápido aumento populacional) decorrentes da Revolução Industrial e que afetavam seriamente a Inglaterra, Malthus expôs sua famosa teoria a respeito do crescimento demográfico. Para ele, a principal causa dos problemas que afetavam seu país era o grande crescimento populacional, especialmente dos mais pobres. A solução estaria no controle da natalidade, sendo que o referido controle deveria basear-se na sujeição moral do homem (casamentos tardios, abstinência sexual, etc.). Sua tarefa é, portanto, nitidamente antinatalista e conservadora.

O quadro sócio-econômico mundial do período pós-Segunda Guerra Mundial, marcado por taxas de crescimento demográficas muito elevadas no Terceiro Mundo, ao lado da situação de fome e miséria, ressuscitaram as idéias de Malthus. Os neomalthusianos ou alarmistas, temerosos diante desse quadro assustador do Terceiro Mundo, passam a responsabilizar os países subdesenvolvidos e o elevado crescimento demográfico como os culpados pelo referido quadro de horror. Para os neomalthusianos a solução estava na implantação de políticas oficiais de controle de natalidade mediante o emprego de pílulas anticoncepcionais, abortos, amarramento das trompas, vasectomia, etc. Apesar de vários países terem adotados essas medidas, a situação de fome e miséria continua existindo.


Ao contrário de Malthus e dos neomalthusianos, que atribuem ao grande crescimento populacional do Terceiro Mundo a culpa pelo estado de pobreza e fome, os reformistas admitem que a situação de pobreza e subdesenvolvimento a que foi submetido o Terceiro Mundo é a responsável pelo excessivo crescimento demográfico e conseqüente estado de miséria. Diante disso, os reformistas defendem a adoção de profundas reformas sociais e econômicas para superar os graves problemas do Terceiro Mundo. A redução do crescimento viria como conseqüência de tais reformas. Eles citam o exemplo dos países desenvolvidos, cuja redução do crescimento só foi possível após a adoção de reformas sócio-econômicas e conseqüente melhoria do padrão de vida das suas populações.

Então é isso minha gente... Conseguem perceber com todas estas informações que o assunto vem se arrastando a quatro séculos no mundo e desta forma me arrisco a lançar mais uma questão: Será que a preocupação dos países ricos, desenvolvidos, industrializados, de primeiro mundo, seja qual for a definição que queiram usar, é em acabar com a fome no mundo? Eu queria muito acreditar que sim, mas algo me diz que a preocupação maior é em se manterem bem alimentados. Os outros... Ah! Os outros só servem ao desenvolvimento quando oferecem matéria prima em abundância, mão-de-obra barata, consumo inconsciente e inconseqüente, subsídios para implantação das grandes empresas... Os países que são desprovidos destes recursos, a sua gente não tem importância alguma, podem morrer todos, pois suas presenças neste mundo só escancaram as mazelas da humanidade.

Mais sobre a fome no mundo.

Se realmente houvesse interesse em acabar com a fome no mundo a rodada de Doha seria considerada um fracasso? Pois é. Muitos intelectuais, jornalistas, economistas, ou ligados ao agronegócio se manifestaram apontado tal encontro como um fiasco. Mas afinal o que vem a ser isto... Rodada de Doha? Aqui vai uma explicação: Rodada Doha nada mais é do que uma série de negociações em prol da liberalização do comércio mundial. A mesma foi criada em 2001, durante a 4ª Conferência Ministerial da OMC, em Doha (Qatar), cidade que lhe rendeu o nome. De fato, tais negociações, feitas entre as maiores potências comerciais do mundo, envolvem inúmeras questões e interesses de cada um, se apresentando como algo bastante complexo.
O principal problema da Rodada Doha é, justamente, a preocupação excessiva de cada país em favor de seus próprios interesses, uma vez que, teoricamente, o maior propósito das negociações seria o desenvolvimento dos países pobres e o combate à fome. Todas essas questões já foram discutidas nas rodadas em Cancun, Genebra, Paris, Hong Kong e Potsdam. De forma bastante simplificada, podemos dizer que os países emergentes, como a Índia, por exemplo, querem que a União Européia e os Estados Unidos diminuam os subsídios (impostos) aos produtos agrícolas estrangeiros. Já os países desenvolvidos querem, em troca, uma maior abertura para seus produtos industrializados. Em outras palavras, podemos dizer que todos querem mercados mais abertos para seus produtos, mas não desejam abrir seus próprios mercados, pois temem que tal abertura prejudique suas economias.
E então o que pensar sobre este assunto? Sinceramente... torna-se complicado para um rélis mortal que passa fome. Mas pelo menos o assunto está sendo debate no cenário mundial e em nível nacional. Aberto a quem estiver interesse em maiores informações. Hoje podemos estar por dentro do que afeta diretamente o nosso bolso. Isso é muito bom. E é preciso que todos prestem atenção para que possam ter capacidade de entender que a especulação no mercado internacional interfere na economia nacional, desde a compra da dona de casa até as grandes empresas exportadoras.
Outros ainda dizem que o Brasil deveria trazer ao centro das prioridades exportadoras a necessidade de se preparar qualitativamente e eficientemente, em todos os sentidos. Com tantos acordos já existentes, o país amarga com o engessamento ao Mercosul, portanto, a ordem é o empresariado do agronegócio se mexer cada vez mais por conta própria, nos meios de produção e nos modelos de comercialização.
É preciso entender também que estas rodadas de negócios incluem os países do G-8 que representam os interesses de países industrializados em detrimento das necessidades do resto do mundo. Países-chave com economias crescentes e grandes populações, como a China e a Índia, não estão representados, bem como os países africanos e latino-americanos. Estes países agora estão tendo acesso, participam, mas continuam tendo pouca expressão nas negociações, a ponto da divulgação ao mundo sair de forma negativa e grotesca. A rodada de Doha foi um fracasso.
O tal fracasso das negociações da Rodada Doha abre espaços para Estados Unidos e Europa implementarem novas políticas de subsídios internos e protecionistas e vale lembrar que os Estados Unidos e Europa estão querendo acabar com o Sistema Geral de Preferências (SGP), pelo qual o Brasil obteve uma receita de US$ 20,74 bilhões em exportações em 2007 com o argumento de que o Brasil já saiu do patamar de subdesenvolvimento para continuar com essa ajuda tarifária. Enfim, barreiras antigas e novas (que podem surgir) que vão impor ações que as absorvam melhor a médio e longo prazos.
É por estas e outras que me soa falso quando leio que o maior propósito das negociações seria o desenvolvimento dos países pobres e o combate à fome. Com todo o potencial brasileiro, – produção de grãos, pecuária, biocombustíveis, recursos naturais em abundância – não é possível baixar a cabeça aos que sempre lideraram o mercado internacional. Pelo contrário, há que se inovar, buscar novos espaços para seus produtos, alternativas diferentes, novos parceiros, e ampliar os horizontes tanto do ponto de vista de mercados geográficos quanto do ponto de vista de rentabilidade, para elevar a auto-estima dos brasileiros num todo.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Programa de incentivo à leitura.

Como deixar de escrever sobre este programa se sou professora do Ensino Médio em escola estadual, amo os livros e tenho paixão por ler e escrever? Impossível deixa passar. O Governo do Estado de Santa Catarina, através da Secretaria de Educação destina aos estudantes obras clássicas da literatura brasileira com o objetivo de garantir mais oportunidades, pois é por meio da leitura que cada um pode desenvolver seu intelecto ampliando sua imaginação e criatividade.
Junto aos quatro exemplares dos livros, os alunos receberam um folder que tem por finalidade alguns tópicos motivadores, tais como: a literatura é uma forma de conhecer o mundo sem sair de casa; de aprender a pensar, formar uma atitude crítica diante da vida; de compartilhar com mais pessoas (irmãos, pais, vizinhos, amigos).
Então caros alunos... Entregar-se à magia da leitura, reconhecer e encontrar-se com a sociedade, adquirir a capacidade de vencer obstáculos do cotidiano, transformar-se em um cidadão diferente, mais qualificado, para ler e interpretar o mundo, as pessoas e os fatos, subsidiado por muitos outros olhares anteriores, a partir da leitura de obras literárias tais quais estas que receberam é o lembrete carinhoso que incluo também neste espaço.

O texto que segue agora foi escrito pelos alunos: Daniel Minks e Flávia Heinsfeld na disciplina de Língua Portuguesa e Literatura; 3ª Série, noturno. Professora: Elizelaine S. Gomes.

A CONSTRUÇÃO DE UM SER


A falta de tempo e de diálogo na família são causas de desastre na vida dos adolescentes. Por falta de interesse e participação na vida emocional dos filhos, acabam criando sua própria liberdade.

Essa distância entre pais e filhos deixa lacunas para as drogas e as más influências, afetando a construção do caráter do jovem, o que faz com que ele entre em conflito comportamental na sociedade e cometa o crime.

Encontra-se então, o que se pode dizer, o principal motivo do aumento da criminalidade entre menores. Quando não se tem uma sólida estrutura emocional, afetiva e educacional construída no adolescente, perde-se, de certa forma, o controle sobre ele.

A idéia da redução da maioridade penal vem tentar impor limites que os pais deixaram de fazer. Ao saber que um menor marginal está sendo punido pelo seu erro, traz uma forma de alívio para a consciência dos pais, adultos, que não puderam guiá-los para o caminho do bem. Além disso, a idéia que se tem é de que os jovens teriam mais temor à lei e à justiça.

Dizer que o jovem menor é responsável pelo crime que cometeu é a mesma coisa que dizer que sua família, a sociedade e o sistema educacional são cúmplices dele. Assim como a criança é tratada de forma especial, os adolescentes devem ser tratados com diferença em relação aos adultos. O ser humano também passa por metamorfose até se formar por completo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Como equacionar a fome no mundo?

Esta é a questão que acomete meus pensamentos nos últimos dias. São tantas as notícias veiculadas na imprensa sobre a fome no mundo, sobre os encontros dos líderes mundiais e representantes de organizações internacionais que fico intrigada. Quais são os motivos deste debate neste momento? Quais são os verdadeiros objetivos desta divulgação na imprensa? Durante milhares de anos, nações inteiras não saem do baixo índice de desnutrição. Durante milhares de anos pessoas morrem de fome, de sede e de falta de condições básicas de vida. Por outro lado, milhares de pessoas desperdiçam toneladas de alimentos. Como equacionar esta oposição extrema? E ainda por cima por ter o conhecimento de uma série de teorias pensadas e colocadas em prática por países imperialistas.

Aqui vai um exemplo: “Ouvi dizer que povos podem tornar-se dependentes de nós para obter alimentos. Sei que isso não deve ser considerado como boa notícia. Para mim, é uma boa notícia, porque as pessoas têm, antes de mais nada, que comer. E, se procuramos uma maneira de as pessoas serem dependentes, parece-me que a dependência alimentar é a melhor.” Senador Humbert Humphrey. U.U. Congress, Senate Commitee on Agriculture and Forestry, Hearings, policies and operations of PL 480, 84 Congresso(1957). Levando em consideração esta afirmação qual é a análise da política dos Estados Unidos para os países do Terceiro Mundo e de seus desdobramentos nesses países? Vamos refletir estas questões?

Outra notícia que circula na imprensa é que o setor de biocombustíveis vem sendo atacado por grupos ambientalistas por acelerar a destruição das florestas, enquanto alguns analistas o culpam por contribuir com o aumento do preço internacional dos alimentos por utilizar terras que poderiam ser destinadas à produção de alimentos. O presidente brasileiro defende os biocombustíveis e acusa especuladores internacionais de contribuírem com o atual aumento de preços de alimentos e combustível. "Primeiro de tudo, não é a produção de etanol ou de biocombustível que é responsável pelo aumento no preço da comida", disse Lula. Os problemas com alimentos podem ser amenizados por um acordo na rodada de Doha, que dê acesso para produtos agrícolas ao mercado internacional.

O que uma coisa tem a ver com a outra? Vamos pensar? Os biocombustíveis fazem parte da agenda de prioridades dos principais atores no cenário internacional. O assunto tem ganhado relevância estratégica, impulsionado pelo aumento nos preços do petróleo, pela perspectiva de que esses se mantenham elevados em razão da demanda de grandes países, como China, Índia e EUA, e pela preocupação com a garantia de fornecimento devido à instabilidade política nas principais regiões produtoras de combustíveis fósseis no mundo.

Por todas essas razões, torna-se imprescindível que a comunidade internacional aprimore e expanda, cada vez mais, o uso de fontes renováveis de energia nas suas mais diversas aplicações. No setor de transportes, o desenvolvimento de biocombustíveis líquidos – sobretudo biodiesel e etanol – é de fundamental importância para reduzir a dependência com relação ao petróleo, que atualmente responde por cerca de 98% da demanda mundial de combustíveis e cujo nível de preços pode impor limites indesejáveis ao crescimento da economia mundial. Além disso, a perspectiva de esgotamento das reservas mundiais de petróleo torna premente, sobretudo para os países em desenvolvimento, o incentivo a fontes alternativas de energia, sob risco de esses países terem seu processo de desenvolvimento impactado.

Afinal quem está preocupado em equacionar a fome no mundo?
Quais são as ações efetivas nesta direção? Quais são as nações interessadas em receber alimentos? Quem são os indivíduos que aparecem nas imagens em pele e osso?

O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

                                                                                                    Os trabalhos apresentados na obra O gost...