quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Investigando Multiverso - Eus paralelos

Escritora: Meu primeiro multiverso investigado. Meu primeiro eu paralelo consciente.
(03/10/2017 10h) 

A minha inquietude diante das coisas que observo em mim e no mundo não é de agora. Acredito que é das fases criança e adolescência, desde que me sinto gente pensante. Tenho lembranças de situações que não me deixavam confortável. Nesse tempo já costumava escrever sobre o que me provocava sentimentos desconhecidos, e que aos olhos de muitos era normal. Essa inquietude me afastava da convivência de pessoas por horas a fio. Queria estar só e resolver comigo mesma, abrandar as emoções. Seria curiosidade? Uma possibilidade que explica a trajetória da minha vida?
A inquietude deu origem ao movimento. No tempo infantil estive perto da natureza. Morava em uma cidade muito pequena, longe da sede do município. Um distrito. Aos 10 anos mudamos para uma cidade maior em busca de novas perspectivas. Aos 17 anos, em busca de um primeiro sonho, sai da barra da saia da mãe. Eu queria ser professora de educação física, devido ao meu envolvimento com os esportes escolares. Com esta idade e com certa liberdade estava morando na capital do Estado.
Mudança de ambiente radical. Tudo diferente. Uma grande cidade apresenta todas as formas, vários aromas e muitos sabores. Eu queria desvendar todos. Andava pelas avenidas e ruas estreitas, criava mentalmente os mapas por onde passava. À noite, antes de dormir ficava revivendo mentalmente os caminhos percorridos e construía novamente o mapa com o traçado das ruas. Será que neste momento o meu inconsciente já estava absorvendo todas essas informações?
Fiz vestibular no tempo certo, após concluir o segundo grau. Na década de 80 essa era a denominação para os estudantes secundaristas. Fiz cursinho preparatório para o vestibular em uma faculdade que oferecia o curso de educação física durante 6 meses. Para minha alegria, ao olhar o resultado no jornal impresso, meu nome estava lá. Essa lembrança é interessante pois não havia sensação de alegria, não comemorei nem vibrei pela conquista. Parecia um sopro no ouvido. E não deu outra. Uma semana depois recebi um telegrama da instituição que o resultado do vestibular tinha sido divulgado erroneamente e que era preciso olhar novamente a lista de aprovados.
Meu nome não estava mais na nova lista. Tentei saber o motivo. A explicação que deram é que deu erro na hora de digitar as notas e não haviam contabilizado as de 10 candidatos na primeira vez que divulgaram a lista. Decepção, tristeza, resignação. Não tinha o que fazer. Meu sonho tinha ido por água a baixo. No mesmo ano, tentei vestibular para o mesmo curso na universidade federal. Sem chances né. Naquele tempo as universidades federais eram muito mais concorridas. O acesso era somente por vestibular e as provas muito complexas para quem estudava em escola pública. 
Diante dessa situação, mudança de trajetória. Período de descobertas e de manter-se em movimento. As inquietações internas e as provocações ao observar a vida na grande cidade, tornaram-se hábito. Neste movimento entrei para o mercado de trabalho. Precisava me manter financeiramente e voltar o pensamento para o que estava vivenciando naquele momento.
As minhas observações cotidianas, os sentimentos e as emoções internas mais a cartografia da cidade e a sociedade me inspiravam e iam para o papel no formato de poemas. Escrevia e guardava. O resultado disso foi o primeiro livro, Lapidar o ser, publicado em 1998. Continuando a investigação do meu primeiro multiverso e do meu possível eu paralelo consciente, seguiram-se os outros livros publicados, sendo o segundo um complemento do primeiro, sob o título, Lapidar o Ser em nome de todos, publicado em 2001, o terceiro, Boné de Feltro Vermelho em 2007 e o quarto livro Um olhar feminino: Impressões, em 2010. Alegrias, alegrias, alegrias!


O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

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