terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

O NÚMERO DE MULHERES NO CENÁRIO POLÍTICO É MENOR QUE O NÚMERO DE HOMENS?

 E por que não trazer para o debate este tema tão pertinente ao momento? Segundo o IBGE, o número de mulheres no Brasil é maior que o número de homens, porém, em contrapartida, o nosso país possui uma representatividade política feminina muito baixa, devido à exclusão histórica das mulheres na política. Desde o início dos tempos as mulheres vêm sendo inferiorizadas, economicamente, culturalmente, politicamente e intelectualmente. Mito presente em nossa sociedade desde o seu início até os dias de hoje?

Algumas pessoas apontam a “superioridade” masculina como algo natural, ou seja, “Os homens são socialmente superiores, pois são naturalmente superiores”, porém, a grande responsável por esse feito é a sociedade. Na sociedade primitiva as mulheres governavam a vida social dos demais, diferente dessa situação em que nos encontramos hoje. Os primatas não tinham nenhum sentimento opressor ou discriminatório. A sociedade primitiva era igualitária. A maternidade era vista por eles como um dom dos Deuses.

Devido a algumas atividades como a caça, os homens ficavam longe de suas aldeias por longos períodos, dessa forma, as mulheres acabaram por desenvolver outras práticas produtivas para sua sobrevivência como a agricultura. Dessa forma, elas acabaram conquistando certa emancipação dos homens, aumentaram-se os alimentos e consequentemente a população também. E por muito tempo, essa harmonia entre homens e mulheres foi realidade, conseguia ampliar sua sociedade, o bem-estar social, entre outros benefícios.

Podemos referenciar o povo ateniense, que, mesmo sendo a origem da democracia, reduziam a participação da mulher, era educada para o mundo doméstico e o pai escolhia seu marido. Após o casamento a subserviência feminina era destinada ao marido, e apesar das reformas políticas, não participavam das questões por serem consideradas inaptas para esse tipo de tarefa.

Na revolução agrícola, do período neolítico, as mulheres eram responsáveis pela coleta dos frutos e das raízes. Durante grande parte da história, a agricultura foi a principal ocupação, e as mulheres realizavam tarefas fisicamente exigentes, como moer grãos à mão com uma pedra, carregar água, recolher madeira, entre outras. Neste período já acumulavam atividades dentro e fora do lar.

No período da Primeira Revolução Industrial, século XVIII, ocorreu a transformação da economia agrária e artesanal para a economia industrial, redefinindo significativamente os papéis sociais de homens, mulheres e crianças. Ocorreu uma nova divisão do trabalho, onde o trabalho agrícola separou-se do trabalho industrial urbano, e o trabalho manual do trabalho intelectual. Até mesmo as invenções das mulheres, foram sendo apossadas por homens, os quais assumiam cargos mais importantes. Restou para a mulher, as funções biológicas, sendo excluídas da vida social. 

Um marco muito importante para a história, foi o direito ao voto, no Brasil aprovado pelo Decreto n° 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, diz que, “É eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma deste Código” (art.2). De lá para cá, muitas mudanças aconteceram. As mulheres saíram de suas casas, das atividades domésticas, dos cuidados com o lar, e passaram a conquistar, lentamente, direitos que lhes foram negados.

              Não podemos afirmar que há superioridade masculina ou feminina sem levar em conta os fatores históricos. No desenrolar da história tivemos períodos em que a superioridade feminina falava mais alto e momentos onde a supremacia esteve nas mãos masculinas. Dessa forma, é errado firmar um sexo como superior ou inferior, nossa sociedade não faz isso, porém, ela é exageradamente desigual.

              Essa breve retrospectiva para entender a pouca representatividade da mulher na política. No entanto podemos observar algumas pesquisas que demonstram avanços. Na Índia por exemplo, as Assembleias que elegeram mais mulheres acabaram tendo vários pontos positivos onde diminuiu a taxa de mortalidade, aumentou o número de alfabetização, dentre outros impactos. Isso se deve ao fato de elas focarem em políticas públicas que enfatizam a educação e a saúde. Há comprovações também quanto à corrupção. Quanto maior o número de mulheres em um parlamento, menor é o índice de corrupção.

              Outro estudo mostra que o Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina onde cerca de apenas uma em sete cadeiras de vereadores é ocupada por mulheres, e esses números podem ficar piores se levarmos em consideração o Congresso Nacional, onde apenas 10% de todo ele é constituído por “elas”.

              Por tudo o que vemos em nosso país, no que se refere à corrupção e a falta de políticas públicas consistentes para melhorar a participação das mulheres em todas as causas humanas, é fundamental que nos conscientizemos, e que tenhamos um olhar responsável para as mulheres que se dispõe a servir seus municípios se colocam à disposição para cargos políticos. Vamos eleger mulheres!

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