quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Silêncio e Calma. (08.06.2021)

             “A calma é nossa natureza essencial. O que é calma? É o espaço interior ou a consciência onde as palavras desta página são assimiladas e se transformam em pensamentos. Sem essa consciência, não haveria percepção, não haveria pensamentos nem mundo. Você é essa consciência em forma de pessoa.

Quando você perde contato com sua calma interior, perde contato com você mesmo. Quando perde esse contato, fica perdido no mundo. O equivalente ao barulho externo é o barulho interno do pensamento. O equivalente ao silêncio externo é a calma interior. Sempre que houver silêncio à sua volta, ouça-o. Isso significa: apenas perceba-o. Preste atenção nele. Ouvir o silêncio desperta a dimensão de calma que já existe dentro de você, porque é só através da calma que você pode perceber o silêncio.

Veja que, quando percebe o silêncio à sua volta, você não está pensando. Está consciente do silêncio, mas não está pensando. Quando você percebe o silêncio, instala-se imediatamente uma calma alerta NO SEU INTERIOR. VOCÊ ESTÁ PRESENTE. Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano e coletivo.

Quando você olha para uma árvore e percebe a calma da árvore, você também se acalma. Você sente uma unidade com tudo que percebe na calma e através dela. Sentir sua unidade com todas as coisas é AMOR.

O silêncio ajuda, mas você NÃO precisa dele para encontrar a CALMA. Mesmo se houver barulho por perto, você pode perceber a calma por baixo do ruído, do ESPAÇO em que surge o ruído. Esse é o ESPAÇO INTERIOR DA PERCEPÇÃO PURA, DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA.

Você pode se dar conta dessa percepção como um pano de fundo para tudo o que seus sentidos apreendem, para todos os seus pensamentos.

Dar-se conta da percepção é o início da calma interior. Qualquer barulho perturbador pode ser tão útil quanto o silêncio. De que forma? Abolindo sua resistência interior ao barulho, deixando-o ser como é. Essa aceitação também leva você ao reino da paz interior que é calma. Sempre que aceitar profundamente o momento como ele é – qualquer que seja a sua forma – você experimenta a calma e fica em paz.

Preste atenção nos intervalos – o intervalo entre dois pensamentos, o curto e silencioso espaço entre as palavras e frases numa conversa, entre as notas de um piano ou de uma flauta ou o intervalo entre a inspiração e a expiração.

Quando você presta atenção nesses intervalos, a percepção de “alguma coisa” se torna apenas percepção. Dentro de você surge a pura consciência desprovida de qualquer forma. Você deixa então de identificar-se com a forma.

A verdadeira inteligência atua silenciosamente. A calma é o lugar onde a criatividade e a solução dos problemas são encontradas. Será que a calma e o silêncio são apenas a ausência de barulho e de conteúdo? Não, a calma e o silêncio são a própria inteligência, a consciência básica da qual provêm todas as formas de vida. A forma de vida que você pensa é que vem dessa consciência e é SUSTENTADA POR ELA.

Essa consciência é a ESSÊNCIA das galáxias mais complexas e de todas as folhas mais simples. É a essência de todas as flores, pássaros e demais formas de vida.

A calma é a única coisa no mundo que não tem forma. Na verdade, ela não é uma coisa nem pertence a este mundo. Quando você olha num estado de calma para uma árvore ou uma pessoa, quem está olhando? É algo mais profundo do que você. A CONSCIÊNCIA ESTÁ OLHANDO PARA A SUA PRÓPRIA CRIAÇÃO.

Você precisa saber mais coisas do que já sabe?

O que a humanidade precisa hoje é de mais sabedoria para viver. A sabedoria vem da capacidade de manter a calma e o silêncio interior. Veja e ouça apenas. Não é preciso mais além disso. Manter a calma, olhando e ouvindo, ativa a inteligência que existe dentro de você. Deixe que a calma interior oriente suas palavras e ações.”

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