segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

ÁGUA É VIDA! 22 DE MARÇO DIA MUNDIAL DA ÁGUA. (23.03.2021)

 Para refletir sobre esse bem tão precioso da humanidade o texto do prefácio do livro, Mentiras essenciais, verdades simples de Daniel Goleman (ROCCO, 1997) e um poema de minha autoria, Tem alguém com sede neste mundo?

 Prefácio

Vivemos um momento especialmente perigoso um momento em que a auto ilusão é um assunto de urgência crescente. O próprio planeta enfrenta uma ameaça desconhecida em outros tempos: sua completa destruição.  Seja por uma morte rápida, resultado de uma guerra nuclear e das mudanças catastróficas que ela acarretará, ou a lenta morte ecológica, advinda da destruição das florestas, da terra própria para o cultivo e da água potável, a capacidade humana para auto iludir-se, terá desempenhado sua parte. Consideremos o acelerado crescimento do déficit ecológico – erosão do solo, diminuição das áreas florestais, pastagens que se transformam em desertos, a destruição da camada protetora de ozônio da atmosfera e o envenenamento e a extinção dos lençóis de água.

Nossos hábitos de consumo, numa escala mundial, estão destruindo os recursos do planeta numa velocidade sem paralelo em toda a história. Na verdade, estamos destruindo o planeta para nossos netos, simplesmente pelo descaso com que tratamos a ligação entre o nosso modo de vida e seus efeitos sobre o planeta. 

As florestas virgens tropicais do Amazonas, por exemplo, estão sendo destruídas a uma velocidade irredutível, com o fim de abrir espaço para pastagens para o gado. Esse gado é criado, em sua maioria, para alimentar a fome de carne do mundo todo. Quantos hambúrgueres fornece a destruição de 400 m² da selva amazônica? Não sabemos. A resposta pode ser determinada, mas esse pequeno dever de casa ainda não foi feito. E essa é a questão. Vivemos nossas vidas ignorando as consequências para o planeta, para os nossos descendentes, do modo que vivemos .

Desconhecemos as conexões entre as nossas decisões diárias – por exemplo, comprar isso ao invés daquilo – e o ônus que essas condições representam para o planeta. É possível pesar, com exatidão relativa, o dano ecológico específico envolvido num dado ato de fabricação.  E, depois disso, é possível gerar um padrão que resuma a extensão do dano na fabricação de um carro, digamos, ou de uma caixa de papel de alumínio.

Como esse conhecimento, poderíamos assumir maior responsabilidade pelo impacto que nosso modo de vida têm sobre o planeta. Mas essa informação não está acessível, e mesmo os que mais se preocupam com a ecologia não sabem realmente o efeito do nosso modo de vida sobre o planeta.         

E para a maioria de nós, ignorar essa relação nos permite deslizar para a grande mentira, auto ilusão, convencendo-nos de que as pequenas e grandes decisões da nossa vida material não são muito importantes.

A questão, portanto, é o que podemos fazer para desfazer essa auto ilusão, e as outras o que nos tem presos em suas teias?

 Auto ilusão age tanto na mente do indivíduo, quanto no consciente coletivo do grupo.

         Para pertencer a um grupo de qualquer tipo, o preço tácito da admissão consiste em concordar e não notar a própria sensação de mal-estar e de dúvida, e certamente não questionar qualquer coisa que seja um desafio ao modo do grupo fazer as coisas. O preço para entrar no grupo, nesse arranjo, é que a dissenção, mesmo a dissenção saudável, deve ser abafada. Aqueles que querem abrir o casulo de silêncio que impede a chegada das verdades vitais ao consciente coletivo, possuem a coragem de procurar expor a verdade que pode nos salvar do narcótico da auto ilusão. E cada um de nós tem acesso a uma pequena parte da verdade que precisa ser dita.

É um paradoxo do nosso tempo o fato de que os que têm poder estejam tão confortavelmente instalados, que nem notam a dor dos que sofrem, e os que sofrem não tem poder . Para desfazer essa armadilha, é preciso , como disse Elie Wiesel, coragem de dizer a verdade para o poder.

 

Tem alguém com sede neste mundo?

Lá vem o Raimundo

Água, água, água.

Água para todos os sedentos.

Quem está com sede neste mundo?

A crise global ameaça o planeta.

Ambiente, destruição exponencial.

Uma etapa por vez.

 

Lá vêm o Raimundo

Água, água, água.

Tem alguém com sede neste mundo?

Agressão, progressão não monitorada.

Num dia tudo bem,

no outro, morte anunciada.

Água doce em risco.

Água doce para os ricos

 

Em ritmo quente,

Em ritmos velozes...

Ecossistemas destruídos

Espécies desaparecendo

Sem dar tempo necessário

Para a Natureza criar.

 

Poluição, poluição, poluição.

De 100 a 1000 vezes em extinção

As que faltam no planeta

Resultado acumulado

Pelos humanos liderados

Continua a agressão

 

O verde vidente aos olhos,

Jamais aos olhos parecerá evidente

A perda - o desmatamento.

Os chapéus das madames esfumaçam

Milhares e milhares vertem ou deixam vazar

Pesticidas, fertilizantes e herbicidas.

 

Oxigênio... Oxigênio... Oxigênio...

Um processo inteiro, medição,

Chuva ácida da chaminé ao porão

Em outras vias,

Das avenidas aos entrecortados caminhos,

Perdas em larga escala.

 

Nos vastos e profundos

As águas doces ameaçadas também estão

Com legítima autorização

A umidade da terra se esvai

A sujeira, sem filtros, se atira contra as encostas.

De um rio, que aos poucos se esgota.

Sem proteção, sem purificação,

As fontes de água doce

Com ciclos de seca e chuvas pesadas

É no Sul que estão às terras devastadas.

Para fugir da urbanização as barreiras naturais

Perdem-se com a inundação

 

Salvem as abençoadas esponjas protetoras!

Não podem ser removidas as florestas inundadas!

É a total destruição!

Derrubadas no ecossistema aquático

Podem ir a um segundo

Os vivos de cima e do fundo.

 

Uma, duas, três árvores atingidas.

Morrem,

E morrendo vão formando uma clareira.

Afetam plantações e rapidamente são destruídas.

 

Com o passar do tempo,

O solo nem irrigado serve

O sal em suas camadas o inutiliza.

Parte-se em pequenas partículas

E são levadas pelo vento.

Deixando-o seco, sem nada.

Para o cultivo do alimento

 

Contra a vida.

Os gases continuam subindo

Das ilhas de calor

Asfalto, paredes de tijolo, concreto,

Telhas de barro e de amianto,

Falta de vegetação,

Falta de impermeabilização

Calçados de borracha no calçamento

Sacolas plásticas soltas,

Cheias e vazias

No desvio da água entopem bueiros e galerias.

 

O planeta está numa fria.

A circulação dos ventos é interrompida,

O processo de evaporação é reduzido,

A radiação do calor é retida.

 

As contaminadoras,

Com seus gases cheirosos

Enxofre e monóxidos

Convertem-se em ácidos

Espalham-se na terra,

Nas águas, nas árvores,

E nas gentes.

A poluição do ar.

 

O aquecimento está no limite

Da chuva ácida aos ácidos

Consumidos pelos humanos - tóxicos

Que surgiram no solo, sadios.

E que voltam vadios

Entorpecidos pelos “gases” nocivos.

 

Acidificados perdem a vida - produto final

Sufocados na atmosfera

O planeta está asfixiado e imundo.

A água doce evapora rapidamente.

Quem vai matar a sede?

Os donos do mundo?

De que eles têm sede? De água?

Onde está o Raimundo?

 

Água, água, água.

Para todos os sedentos.

Quem vai matar a sede do mundo?

Água doce em risco.

Água doce para os ricos

Água, água, água.

Tem muita gente com sede Raimundo.

 

“Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade por que não desejam que suas ilusãoes sejam destruídas.” Friedrich Nietzsche

Nenhum comentário:

O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

                                                                                                    Os trabalhos apresentados na obra O gost...