Seguimos
refletindo sobre os novos paradigmas da ciência tendo como base a vivência na
educação básica, e o livro O ativista quântico, de Amit Goswami. Quem é da
educação, torna-se ativista pois é aquele que trabalha para esta causa e passa
a ser defensor e militante do próprio campo de atuação, pois está diretamente
envolvido com uma parcela importante que compõe a sociedade.
Segundo Amit, “temos
problemas a granel em nossa sociedade e cultura – os maiores são o aquecimento
global, o terrorismo e as constantes crises econômicas. Mas há outros itens,
não menos importantes. Um imenso abismo está se abrindo entre os ricos e os
pobres, e a classe média está sendo comprimida, ao contrário do que esperaria o
capitalismo de Adam Smith”.
Tudo o que estamos
presenciando no momento e o que nos chega pelas mídias demonstram que é
coerente em suas palavras. Ele afirma que “nossa democracia está com problemas,
graças à influência sempre crescente da mídia e do dinheiro. A educação não
inspira. Os custos de saúde estão crescendo assustadoramente”. Estar atento ao
caminhar da humanidade é uma forma de buscar a origem, as causas para encontrar
novos caminhos.
Para Amit, a
origem de todos esses problemas está no conflito entre espiritualidade e
materialidade. Mas ele vem com boas noticiais dizendo que a visão coletiva do
conflito entre espiritualidade e ciência materialista pende a favor de uma
postura abrangente, baseada no primado da consciência e da física quântica.
No meu caminhar
existencial o meu olhar foi nesta direção da consciência individual para tornar
o mundo mais igual e solidário. Foi assim que me identifiquei com essa nova
visão de mundo, a visão quântica. Nesse caminhar me junto, para levar essa
mensagem para as instituições sociais das quais faço parte e estou entrelaçada
no emaranhamento universal.
É o novo desafio,
diz Amit, e num lampejo, sentiu o desafio e veio-lhe a ideia do livro e do
movimento do qual ele faz parte. “Foi preciso existir a física quântica para
que descobríssemos a espiritualidade dentro da ciência” e “devemos usar essa
orientação para devolver a espiritualidade a unidade ao nosso meio social, às
nossas instituições sociais”. Provocar mudanças na sociedade, é isso que faz um
ativista, e é nesse viés que me sinto inserida.
Em pequenos
avanços nas minhas pesquisas e nas leituras sobre o tema encontrei o motivo de
compartilhar pois como diz Amit,
precisamos do ativismo que usa o poder da física quântica, pois é a
física quântica que nos dá ideias transformadoras e que podem modificar as
nossas instituições sociais, devolvendo unidade ao que estava separado.
Ele continua
dizendo que para enxergar isso é importante lembrar-se que a física quântica é
a física das possibilidades e o pensamento quântico nos devolve nosso
livre-arbítrio para podermos escolher algumas dessas possibilidades. Essas
escolhas livres são capazes de nos libertar dos maus hábitos passados. Elas
provêm de uma inter-relação cósmica que chamamos de não localidade quântica –
ou seja a capacidade de comunicação sem sinais. A física quântica tem até o poder
de romper as hierarquias de cunho materialista clássico. Daí a ideia de
ativismo quântico com o poder transformador da física quântica para nos
modificar e, também modificar as nossas instituições sociais.
O livro “O
ativista quântico” é uma explicação dessas ideias de forma mais prática criando
um manifesto para as mudanças pessoais e sociais. Conforme o que consta na
apresentação, trata-se de um livro que confere forças, que mostra um pensamento
reto e uma vivência reta, preparando-nos para implementar soluções para muitos
problemas, “impossíveis” que o
materialismo nos legou, os quais já foram citados, e ser um ativista quântico é
ter o poder de passar do espaço dos problemas da ciência materialista para o
espaço da solução da nova ciência quântica, baseada no primado da consciência.
O livro nos traz
discussões sobre a economia espiritual que lida com o bem-estar holístico e não
apenas com as necessidades de consumo material, a democracia que usa o poder
para servir ao significado, em vez de usá-la para dominar os outros, e
principalmente a educação que nos liberta do jugo do conhecido, a religião que
integra e une, e as novas e econômicas práticas de saúde, que restauram a nossa
integridade.
Amit discute as
soluções no contexto do desenvolvimento de um modo de vida correto para
ativistas quânticos e seus amigos, o que inclui todo o mundo. Foi escrito num
estilo não técnico portanto compreensível mesmo para quem não é cientista, mas
para todos que queiram ver mudanças sociais coerentes com os movimentos da
consciência – movimentos evolucionários que mais cedo ou mais tarde permitirão
a criação do céu na terra.
E assim, vou me
descobrindo na leitura. Deixo aqui o convite para acompanhar nas próximas
edições. Vou compartilhar muito mais sobre o livro e sobre esse tema que me deu
mais um novo motivo de continuar ativista por um mundo melhor.