domingo, 8 de fevereiro de 2009

Os Estados Unidos da América estão pedindo perdão ao mundo?

Impossível ficar alheia aos acontecimentos do mundo sendo professora de Geografia, mesmo em férias. O que se estuda em Geografia faz parte das relações políticas, econômicas, sociais, existentes entre as sociedades, e de como elas se apropriam e organizam os espaços e seus territórios. As formações territoriais atuais estão acontecendo desde o início do século XX com as grandes guerras. E, a partir da metade deste século os EUA se fortaleceram como potência mundial passando por cima de muitos preceitos da natureza e da humanidade.

Acompanhei o evento da posse do 44º Presidente dos EUA no dia 20 de janeiro de 2009, pela globonews e pela bandnews, dois canais de noticias, praticamente às 24hs do dia. Fiz algumas conjecturas a partir da oração de invocação do pastor convidado pelo presidente. Nesta oração o pastor fez menção aos erros que o país cometeu e pediu perdão. Em todas as medidas iniciais o presidente está se voltando para possíveis injustiças cometidas em nações que sofreram influências militares e políticas pelo país.

Outra coisa que não passou despercebida foi a presença de uma poetisa no evento oficial. Que coisa espetacular! Tomara que esta prática seja adotada por muitos e muitos outros. Afinal sou poeta também. Com esta sensibilidade apresentada ao mundo, será que os atuais líderes dos EUA vão merecer as honras de pacifistas? Seria bem interessante se isso acontecesse, porque a fama deste país é de ser a maior potência bélica financiadora da maioria dos conflitos existentes entre as nações. Mas como o próprio presidente eleito Obama, falou: “O mundo está mudando precisamos mudar também.” Está mais do que na hora de haver mudanças drásticas na forma de habitar este planeta. Chega de líderes loucos e egocêntricos.

Qual é o continente mais sofrido das últimas décadas? O continente africano. Nele são encontrados os menores índices de desenvolvimento humano. E é também o lugar onde ocorre a maior mortandade de pessoas a partir de desnutrição e epidemias. Os conflitos internos estiveram presentes por anos a fio desmantelando povos, aumentando a corrupção e a tirania de muitos líderes. Sendo que o maior problema nesta era de globalização é a economia.

Segundo Franklin Cudjoe que é diretor do Imani em Gana e editor de AfricanLiberty.org, neste momento, os africanos não podem competir localmente ou regionalmente, muito menos internacionalmente: é preciso de liberdade econômica para os africanos se libertarem da pobreza, para se libertarem da servidão ao Estado. Os problemas no continente africano não são os ideais remotos de unidade regional ou continental que possam, em um passe de mágica, libertar os africanos da pobreza: o problema é a falta de liberdade econômica prática e diária, que permitiria aos africanos se livrarem da pobreza a partir de políticas definidas e historicamente provadas.

Coincidentemente o atual presidente dos EUA tem sua origem paterna no Quênia, um país africano. O que pensar sobre isso? O que vejo na figura deste presidente é o anseio de uma grande parte da população norte americana. Talvez todo o nacionalismo americano pregado por líderes anteriores esteja se transformando em mundialismo? Não há mais como pensar e agir localmente. A humanidade já adquiriu conhecimento suficiente para superar os conflitos sem armas, e para isso é preciso extirpar do poder os homens que não tem noção de pluralidade, multiplicidade, maioria, mestiçagem, diversidade, variedade, diferenças, liberdade.

A eleição de Obama comprova que a maior parte da população norte-americana já não apóia mais a política que vinha sendo praticada. Sabe-se que é um país rico que investe em pesquisa, tecnologia e indústrias de ponta. Mas seu povo chora e sofre com os resultados das guerras e das desigualdades que imperam nas sociedades humanas. Em todas as festividades relacionadas à posse deste presidente, e em sua trajetória nos próximos anos os elementos utilizados devem inspirar ações de diplomacia, diálogo e resignação para que o mundo entre em sintonia com os novos tempos vividos nos Estados Unidos para que possa perdoar tantos erros já cometidos, pela arrogância, supremacia e extinto aniquilador em relação a outras nações e civilizações do planeta Terra.

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