sábado, 15 de agosto de 2009

Ler, interpretar e escrever: desafios do nosso tempo.

Ler, interpretar e escrever – é um desafio dos que trabalham em educação, ensino e formação de pessoas na atualidade. Nossa língua falada e escrita já passou por várias modificações. Para muitas crianças o português é sempre a pior matéria. E para muitos professores de português, alguns alunos jamais serão lidos por alguém. Se por isso você pensa que nunca poderá escrever, esqueça, anime-se, não desista. Muitos que hoje escrevem muito bem, já sentiram a mesma coisa. Um desses caras é Stephen Kanitz. Em um de seus artigos ele dá dicas de como escrever bem. Eu li e achei muito interessante. Agora vou resumir o que ele detalhou, a partir de sua experiência.
1. Escrever tendo uma nítida imagem para quem se está escrevendo. Ter uma imagem do leitor ajuda a lembrar que não dá para escrever para todos no mesmo artigo. É preciso escolher o público alvo de cada vez, e escrever quantos artigos necessários para convencer todos os grupos.
2. Há muitos escritores que escrevem para afagar os seus próprios egos e mostrar para o público quão inteligentes são. Se você for jovem, você é presa fácil para este estilo, porque todo jovem quer se incluir na sociedade. Mas não o faça pela erudição, que é sempre conhecimento de segunda mão. Escreva as suas experiências únicas, as suas pesquisas bem sucedidas, ou os erros que já cometeu.
3. Escrever e reescrever um texto, em média, 40 vezes. Ler e reler o mesmo número de vezes. Verificar a frase mais correta. Mudar uma ou outra palavra, trocar a ordem de um parágrafo ou eliminar uma frase. Quando tudo parecer tão perfeito, tudo tão essencial, cortar aos poucos. O primeiro rascunho é escrito quando se tem uma inspiração. Ela pode ocorrer em qualquer momento.
4. Se você quer mudar o mundo você terá que começar convencendo os conservadores a mudar. Dezenas de jornalistas e colunistas desperdiçam as suas vidas e a de milhares de árvores, ao serem tão sectários e ideológicos que acabam sendo lidos somente pelos já convertidos.
5. Cada idéia tem de ser repetida duas ou mais vezes. Na primeira vez você explica de um jeito, na segunda você explica de outro. Muitas vezes, pode-se encaixar ainda uma terceira versão. Informação é redundância. Você tem que dar mais informação do que o estritamente necessário.
6. Se você quer convencer alguém de alguma coisa, o melhor é deixá-lo concluir sozinho, ao invés de impor a sua opinião. Se outros chegarem à mesma conclusão, você terá um aliado. E se apresentar a sua conclusão, terá um desconfiado. Então, o segredo é colocar os dados, formular a pergunta e deixar o leitor responder, dar alguns argumentos importantes, e parar por aí.
7. O sétimo truque aprendeu em um curso de redação. O professor exigia um texto de quatro páginas. Feita a tarefa, pedia que tudo fosse reescrito em duas páginas sem perder conteúdo. Parecia impossível, mas normalmente conseguíamos. Têm frases mais curtas, têm formas mais econômicas, tem muita lingüiça para retirar. Em dois meses aprenderem a ser mais concisos, diretos, e achar soluções mais curtas. Depois, reescreviam tudo novamente em uma única página. Neste momento havia protesto geral. Alegavam que toda frase era preciosa, e que não dava para tirar absolutamente nada. Mas isto os obrigava a determinar o que era essencial ao argumento, e o que não era.
Após estas dicas, em suas conclusões, Kanitz, escreve que as pessoas, acham-no extremamente inteligente, e se impressionam com a quantidade de informação relevante que ele consegue colocar em uma única página, e ele declara que isso se deve ao treino, não a inteligência. Esta é a palavra chave “treino”. Para um atleta ser excelente em sua modalidade, precisa de preparação física, técnica, dedicação, repetição, tempo para treinar. Portanto, meus queridos para ler, interpretar e escrever, muito bem, é só começar. Além de malhar o corpo, malhem o cérebro.

O segredo de um bom artigo não é talento, mas dedicação, persistência e manter-se ligado a algumas regras simples. Mãos à obra. Boa sorte e mudem o mundo com suas pesquisas e observações fundamentadas, não com seus preconceitos. Stephen Kanitz

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