sábado, 10 de outubro de 2009

O ENEM se aproxima e a promessa é uma cara nova.

O Enem, este ano, se apresenta como uma alternativa de revolucionar o currículo do ensino médio. Ainda é uma prova que avalia a educação brasileira, porém está com uma cara nova. Nada de decorar fórmulas, datas e fatos históricos, de conceitos interdisciplinares, e sim, que os alunos busquem solucionar problemas de seu cotidiano. O número de questões passa de 63 para 180, agrupadas em quatro áreas do conhecimento: Linguagens, códigos, e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, e, matemática e suas tecnologias.

Por aí, já é possível perceber a importância da formação integrada, ao invés de conteúdos fragmentados. A tão discutida interdisciplinaridade. Os professores ainda não estão adaptados a esta nova maneira de trabalhar. É uma realidade, e, para que haja mudança neste sentido, é de fundamental importância que haja reformulação na formação do próprio docente. As universidades que oferecem licenciaturas precisam também mudar o enfoque, e se preocupar em formar educadores, docentes do ensino básico.

Sabe-se que somente a formação acadêmica não é suficiente para formar um educador. Ser educador é ir além. Ser educador é estar disposto ao envolvimento com outros indivíduos e o comprometimento com a profissão. Ser educador é ter a consciência da responsabilidade na formação de pessoas. E a responsabilidade não é só da educação básica, deve abranger todos os níveis para que haja uma revolução na educação em geral.

A sociedade em geral, precisa buscar alternativas, com certa urgência, para os conflitos e a violência que invadem as escolas, pela influência das drogas. Alguns alunos saem do ensino médio sem perspectiva de trabalho, sem sonhar com uma profissão, sem pensar em continuar os estudos. Outros alunos demonstram sinais de desvio de caráter com atitudes inadequadas para a idade e que afetam o convício social. Por que tudo isso está acontecendo? Falta de perspectiva? Falta de motivação? Falta de vontade política? Quem é responsável por tudo isso? Quando tudo começou? Será que o Enem, de cara nova, pode ser a saída?

Para quem está atuando na educação básica, neste momento, passa por desafios diários. De construção e reconstrução. De significações e ressignificações. Os conteúdos didáticos voltados para dentro de si mesmo excluem a cooperação, o diálogo, o respeito pela diversidade de opiniões e a pluralidade cultural. Nada do que foi, é, e muito menos será. A velocidade das mudanças tecnológicas é muito maior do que a velocidade das mudanças nas mentes dos educadores. Isso pode estar provocando um distanciamento entre professores, alunos, pais, escola.

O Enem, de cara nova, pode ser uma proposta para acabar com este distanciamento, a partir de uma visão ampla, integral e contextualizada que permita a plena participação dos alunos, pais, professores, gestores escolares, na busca de alternativas para a melhoria da educação no Brasil, não somente na realização da prova, mas em todos os outros aspectos que envolvem a formação de uma sociedade mais justa e desenvolvida culturalmente. Vamos apostar?

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