quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Sigo investigando o universo “eu” e os multiversos “eus”.


Sou professora de geografia desde 2005. Antes disso trabalhei em outras atividades. Desde o primeiro emprego, como digitadora em uma empresa de processamento de dados, foram várias outras experiências em corretora de valores, banco comercial, empresas de publicidade, de turismo, de confecções, de cosméticos, tanto na parte comercial e quanto na administrativa. Sempre buscando aliar o trabalho aos cursos de formação pelos quais passei. Iniciei curso de administração de empresas. Mudei de cidade, mudei de curso. Iniciei outro curso: Turismo e Hotelaria. Consegui aproveitar os estudos do curso anterior.
Estou revivendo as memórias da década de 1990, período de muitas mudanças na economia do país. Hoje consigo entender melhor esse período e as situações vividas por mim e por tantos outros. Foi uma década que desestabilizou uma grande parte da população brasileira. Muitas empresas no intuito de reduzir despesas optaram por demissões em massa. E os que tentaram se tornar pequenos empreendedores levaram a pior quando os bancos cancelaram todas linhas de crédito. Entre tantos altos e baixos aqueles que antes tinham oportunidades de trabalho ao sair de uma empresa, neste momento foi se afunilando e a exigência cada vez era maior. Já não haviam mais oportunidades para pessoas sem formação superior.
Foi então que surgiu a decisão de voltar para a universidade e a opção pelo curso de geografia. Essa decisão aconteceu após um curso técnico de guia de turismo, num encontro apaixonante com um livro didático de geografia do ensino fundamental. Quando me deparei com todos os conteúdos que a geografia estaria abordando na escola fez brilhar o meu olho. Em uma reflexão entre eu mudar de cidade novamente e concluir o curso de Turismo e Hotelaria e o curso de geografia oferecido na universidade da cidade onde eu residia, optei por permanecer na cidade e cursar geografia, que neste período, início dos anos 2000 oferecia uma grade curricular com ênfase em turismo. Fechou. Consegui aproveitar vários componentes curriculares e conclui o curso em menos tempo.
E deu super certo. Este tempo que ganhei me deu oportunidade de fazer o concurso para professora da rede pública estadual de Santa Catarina. Passei no concurso e estou na mesma escola ensinando e aprendendo conteúdos da geografia, da sociologia, e do universo da educação escolar. Muitos desafios. Muitas alegrias. Muitas realizações. Sou encantada por ser professora de geografia. Sou uma buscadora curiosa pela ciência. Os estudantes me motivam a seguir nesta busca. O mundo segue sua evolução. Os mapas da antiguidade são desenhos abstratos comparando-os com toda tecnologia atual.
O movimento de um observador consciente se expande cada vez mais para fora do planeta. Olhar-se de fora, perceber a trajetória cíclica, impulsiona o pensamento para o alto, e novos questionamentos provocam a curiosidade. Professora de geografia que aprendeu sobre as teorias que explicam o surgimento do Planeta Terra, o tempo geológico, o surgimento do homem e o tempo histórico, as relações entre as civilizações, todos estudos e descobertas relatadas pelos cientistas, astrônomos, matemáticos, físicos, filósofos, historiadores, geógrafos... tudo é muito grandioso. Seguir toda evolução vai além da capacidade racional.  
Diante disso minha curiosidade também se expande. A física quântica está trazendo outras teorias que colocam num degrau abaixo tudo o que já se confirmou sobre o que aprendemos. O questionamento agora é: Você já pensou que nosso universo pode ser apenas uma pequena parte de um enorme multiverso? Eu que preferia histórias da vida real, essa provocação me leva para a ideia de uma série de ficção científica de gosto duvidoso. Mas não é não. O livro Ponto de mutação, de Fritjof Capra, foi o primeiro que li sobre essa mudança de paradigma. E na verdade é uma teoria científica que está ganhando cada vez mais força.
Atualmente, por intermédio da internet temos acesso aos novos físicos teóricos que, baseados na física quântica e em outros princípios como a teoria das cordas, propõe novos olhares para o universo. Eles acham que há vários universos desconectados, chamados de bolhas, os quais formam um todo, denominado de multiverso. Essa situação e a quantidade de energia escura que o nosso universo tem, torna a teoria dos multiversos mais provável. Se a teoria do multiverso for real essa quantidade de energia não só se torna explicável como é inevitável.
Ou seja, se a teoria do multiverso prega que o universo em que vivemos não é o único que existe, e tudo o que existe no planeta Terra está em sincronia, o universo “eu” pode ser apenar um entre um número infinito de universos que compõe o multiverso “eus”? Sigo investigando, registrando e os convido a fazer o mesmo. Vamos expandir a consciência? Até imagino que você esteja duvidando da minha lucidez, mas embora a ideia realmente pareça algo saído da mais barata ficção científica, há uma física bastante razoável por trás dela. 

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