Sou professora de
geografia desde 2005. Antes disso trabalhei em outras atividades. Desde o
primeiro emprego, como digitadora em uma empresa de processamento de dados, foram
várias outras experiências em corretora de valores, banco comercial, empresas
de publicidade, de turismo, de confecções, de cosméticos, tanto na parte
comercial e quanto na administrativa. Sempre buscando aliar o trabalho aos
cursos de formação pelos quais passei. Iniciei curso de administração de
empresas. Mudei de cidade, mudei de curso. Iniciei outro curso: Turismo e
Hotelaria. Consegui aproveitar os estudos do curso anterior.
Estou revivendo as
memórias da década de 1990, período de muitas mudanças na economia do país.
Hoje consigo entender melhor esse período e as situações vividas por mim e por
tantos outros. Foi uma década que desestabilizou uma grande parte da população
brasileira. Muitas empresas no intuito de reduzir despesas optaram por demissões
em massa. E os que tentaram se tornar pequenos empreendedores levaram a pior
quando os bancos cancelaram todas linhas de crédito. Entre tantos altos e
baixos aqueles que antes tinham oportunidades de trabalho ao sair de uma
empresa, neste momento foi se afunilando e a exigência cada vez era maior. Já
não haviam mais oportunidades para pessoas sem formação superior.
Foi então que
surgiu a decisão de voltar para a universidade e a opção pelo curso de geografia.
Essa decisão aconteceu após um curso técnico de guia de turismo, num encontro
apaixonante com um livro didático de geografia do ensino fundamental. Quando me
deparei com todos os conteúdos que a geografia estaria abordando na escola fez
brilhar o meu olho. Em uma reflexão entre eu mudar de cidade novamente e concluir
o curso de Turismo e Hotelaria e o curso de geografia oferecido na universidade
da cidade onde eu residia, optei por permanecer na cidade e cursar geografia,
que neste período, início dos anos 2000 oferecia uma grade curricular com ênfase
em turismo. Fechou. Consegui aproveitar vários componentes curriculares e conclui
o curso em menos tempo.
E deu super certo.
Este tempo que ganhei me deu oportunidade de fazer o concurso para professora da
rede pública estadual de Santa Catarina. Passei no concurso e estou na mesma
escola ensinando e aprendendo conteúdos da geografia, da sociologia, e do
universo da educação escolar. Muitos desafios. Muitas alegrias. Muitas
realizações. Sou encantada por ser professora de geografia. Sou uma buscadora
curiosa pela ciência. Os estudantes me motivam a seguir nesta busca. O mundo
segue sua evolução. Os mapas da antiguidade são desenhos abstratos comparando-os
com toda tecnologia atual.
O movimento de um
observador consciente se expande cada vez mais para fora do planeta. Olhar-se
de fora, perceber a trajetória cíclica, impulsiona o pensamento para o alto, e novos
questionamentos provocam a curiosidade. Professora de geografia que aprendeu
sobre as teorias que explicam o surgimento do Planeta Terra, o tempo geológico,
o surgimento do homem e o tempo histórico, as relações entre as civilizações, todos
estudos e descobertas relatadas pelos cientistas, astrônomos, matemáticos,
físicos, filósofos, historiadores, geógrafos... tudo é muito grandioso. Seguir
toda evolução vai além da capacidade racional.
Diante disso minha
curiosidade também se expande. A física quântica está trazendo outras teorias
que colocam num degrau abaixo tudo o que já se confirmou sobre o que aprendemos.
O questionamento agora é: Você já pensou que nosso universo pode ser apenas uma
pequena parte de um enorme multiverso? Eu que preferia histórias da vida real,
essa provocação me leva para a ideia de uma série de ficção científica de gosto
duvidoso. Mas não é não. O livro Ponto de mutação, de Fritjof Capra, foi o
primeiro que li sobre essa mudança de paradigma. E na verdade é uma teoria
científica que está ganhando cada vez mais força.
Atualmente, por intermédio
da internet temos acesso aos novos físicos teóricos que, baseados na física
quântica e em outros princípios como a teoria das cordas, propõe novos olhares
para o universo. Eles acham que há vários universos desconectados, chamados de
bolhas, os quais formam um todo, denominado de multiverso. Essa situação e a quantidade
de energia escura que o nosso universo tem, torna a teoria dos multiversos mais
provável. Se a teoria do multiverso for real essa quantidade de energia não só
se torna explicável como é inevitável.
Ou seja, se a
teoria do multiverso prega que o universo em que vivemos não é o único que
existe, e tudo o que existe no planeta Terra está em sincronia, o universo “eu”
pode ser apenar um entre um número infinito de universos que compõe o
multiverso “eus”? Sigo investigando, registrando e os convido a fazer o mesmo.
Vamos expandir a consciência? Até imagino que você esteja duvidando da minha
lucidez, mas embora a ideia realmente pareça algo saído da mais barata ficção
científica, há uma física bastante razoável por trás dela.
Nenhum comentário:
Postar um comentário