domingo, 13 de abril de 2008

Quem escreve e quem lê o amor.

Eu não sei por que ainda insisto em falar de amor. Mas amar é inerente aos seres sensíveis. Como deixar de ser, de uma hora para outra? Se a busca constante da minha vida foi nesta direção. Amor. Os fins são os fins, e os meios não podem ser justificados, simplesmente, por acertos e erros. Quem pode se achar juiz das relações de vida de outra vida?

Quem pode entender a escrita de uma alma se a sua própria alma está atribulada e cheia de preconceitos? Os preconceitos são todos os jeitos de olhar o outro sem realmente compreender a dimensão e os outros jeitos de vida. Quem são os que se preocupam em superar-se e ir além dos próprios limites de entendimento para não julgar nem rotular pessoas? Ou então, a partir de sua própria vida se auto-intitularem profetas a ponto de dizer que por terem agido assim vão arder no fogo do inferno.

Um texto é universal e imprime em outros, não exatamente os sentimentos, os desejos, ou as atitudes de quem escreve, mas, aquilo que o leitor assimila a partir de sua capacidade intelectual e suas experiências vividas. Como as pessoas interpretam textos e palavras conforme o seu comportamento e conduta na vida podem estar fazendo julgamentos totalmente contrários ao que está escrito.

Uma carta pode dizer verdades de um momento vivido por quem escreve. Mas quem lê, está em outro momento e pode interpretar de forma totalmente desconexa. Em uma relação afetiva entre homem e mulher gera muitas interrogações. Algumas portas entreabrem por que os fantasmas do passado são somente de um, o outro não conviveu com os mesmos fantasmas. Ao escrever, sobre a grosseria de homens estúpidos e soberbos que se acham no direito de comprar a dignidade de pessoas, pode dar vazão ao uso de muitos óculos, menos a verdadeira lente que faz entender isso como os donos de empresas que exploram o trabalhador ou trabalhadora.

Outras cartas escritas podem ser divulgadas a uma nação inteira para explicar a existência de uma relação familiar perfeita e harmônica, no entanto as atitudes e os indícios levam para outras interpretações. A cobertura intensa da imprensa sobre a morte de uma filha querida tornou-se o maior acontecimento jornalístico atual. Profissionais de todas as áreas estão aparecendo: Policiais, promotores, peritos, porteiros, pedreiros... Todos estão sendo ouvidos pela sociedade chocada que já escolheram o responsável por este ato de total desequilíbrio mental e físico.

O que passa na cabeça de todas estas pessoas? Como olhar a vida do outro e tirar conclusões sobre o que é certo e errado? Pré-dizer o futuro... Onde está a verdade? "A verdade é substituída pelo silêncio e o silêncio é uma mentira." Ainda insisto em falar de amor por que este é o caminho que mais vale à pena. Só não entendo por que a grande maioria foge dele? Por que é tão bom receber e há tanto egoísmo em dar? Esta avareza emocional dos seres humanos intoxica o físico, maltrata o coração. E quem não entende quando há verdadeiro amor é por que em si reside muita mágoa e dor.

A existência silenciosa do amor são flores.

As flores são verdadeiras.

As flores do silêncio decidirão.

Um comentário:

Alexandre Machado disse...

Raquel,

Desculpa na demora em te dar retorno... Estou com 6 turmas, mais a UAB, NEAD e o Mídias, em que estou focado no projeto da pós.

Li o primeiro texto teu... és uma poetisa...

Só fiquei pensando no que escreveste sobre o silêncio... sempre relacionei com verdade e nunca com mentira...

mas... a visão do poeta é diferente...

Abraço, Parabéns e continuarei lendo..

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