No livro, Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire afirma que o pensar certo é dialógico e não polêmico. Escrever é uma forma de dialogar, sobre um determinado assunto; ou, de “inserir-se como sujeito inacabado num permanente processo social de busca.” Ao escrever, questionam-se as próprias atitudes, e lendo, novos questionamentos são elaborados.
Informação é poder? Fica evidente que a acelerada evolução nas tecnologias de comunicação e informação provocou profundas mudanças na maneira como os seres humanos vivem, pensam e trabalham. Porém a informação crua é inútil. É necessário aprender a ler criticamente.
A educação através dos meios de comunicação é uma ótima maneira de informar e formar os cidadãos, numa sociedade que o conhecimento tem cada vez mais valor. No entanto, o mesmo valor não esta sendo atribuído à qualidade das informações, que não acompanham a evolução quantitativa, pois deixam de fora contexto e as causas.
Por exemplo: uma pessoa faz a divulgação de um evento que dá possibilidade de certificação. O certificado valoriza o currículo, no entanto, no evento, não vai haver controle de freqüência. Imediatamente um alerta do divulgador: "pessoal, mas o que vale é o conhecimento, não o controle da presença".
Qual é o conhecimento a que ele se refere? Aquele adquirido ao participar do evento, assimilando o que é trazido pelos palestrantes? Ou o "conhecimento" de pessoas influentes que apadrinham não pelo que consta no intelecto, mas pelo número de certificados "adquiridos" ao longo de sua jornada acadêmica?
Realmente conhecer pessoas é importantíssimo. Mas qual é o tipo de relação que se estabelece? Será que é muito difícil firmar relações no mundo das idéias? Quanto tempo falta para isso acontecer? Para a pessoa acordar e a sociedade despertar?
Noutro contexto, a última reunião da OMC - Organização Mundial do Comércio, onde não houve acordo com os países do sul, na liberação das taxas para exportação de produtos agropecuários. Qual é o motivo desta queda de braço dos países desenvolvidos?
Uma revisada nos dados estatísticos, e verifica-se que na década de 80, mais precisamente 83 a 85, o governo brasileiro, buscou políticas que garantissem saldos comerciais crescentes, para cobrir os custos da dívida externa, através do setor agrícola e nos ramos agroindustrial processadores, o que representou em torno de 75% dos juros brutos da dívida externa brasileira.
Esta informação, provavelmente, faz parte das políticas econômicas dos países ricos. Havendo liberação comercial neste setor, podem sofrer queda na comercialização dos seus produtos; e os países subdesenvolvidos correm os riscos de não mais precisarem da agiotagem internacional. Ou não?
A informação de qualidade sobre um determinado tema, é que permite ao leitor formar sua opinião, a partir do seu nível intelectual, aprofundando a compreensão do mundo, e com subsídios para atuar na sua realidade para melhorá-la. Já a qualidade da informação depende da ética, dentro da qual, implica também, por parte de quem informa - jornalistas e meios de comunicação - assumir uma postura política, caso contrário, vai prevalecer à desinformação e a deformação da sociedade que os sustenta.
Este talvez, seja o melhor caminho para a construção de uma sociedade justa e democrática, no qual, os meios de comunicação podem contribuir, partindo de uma leitura e cobertura dos fatos, elaboradas e éticas, sem usar discursos, em nome do bem público, que só servem para prejudicar determinados grupos.
Referências – Paulo Freire – Pedagogia da Autonomia, Pedrinho Guareschi, Uma nova comunicação é possível, e Sociologia Crítica, Fernando Rossetti, Gilberto Dimenstein (Folha de São Paulo), José Graziano da Silva. - A nova dinâmica da agricultura brasileira, cap. 4.
Informação é poder? Fica evidente que a acelerada evolução nas tecnologias de comunicação e informação provocou profundas mudanças na maneira como os seres humanos vivem, pensam e trabalham. Porém a informação crua é inútil. É necessário aprender a ler criticamente.
A educação através dos meios de comunicação é uma ótima maneira de informar e formar os cidadãos, numa sociedade que o conhecimento tem cada vez mais valor. No entanto, o mesmo valor não esta sendo atribuído à qualidade das informações, que não acompanham a evolução quantitativa, pois deixam de fora contexto e as causas.
Por exemplo: uma pessoa faz a divulgação de um evento que dá possibilidade de certificação. O certificado valoriza o currículo, no entanto, no evento, não vai haver controle de freqüência. Imediatamente um alerta do divulgador: "pessoal, mas o que vale é o conhecimento, não o controle da presença".
Qual é o conhecimento a que ele se refere? Aquele adquirido ao participar do evento, assimilando o que é trazido pelos palestrantes? Ou o "conhecimento" de pessoas influentes que apadrinham não pelo que consta no intelecto, mas pelo número de certificados "adquiridos" ao longo de sua jornada acadêmica?
Realmente conhecer pessoas é importantíssimo. Mas qual é o tipo de relação que se estabelece? Será que é muito difícil firmar relações no mundo das idéias? Quanto tempo falta para isso acontecer? Para a pessoa acordar e a sociedade despertar?
Noutro contexto, a última reunião da OMC - Organização Mundial do Comércio, onde não houve acordo com os países do sul, na liberação das taxas para exportação de produtos agropecuários. Qual é o motivo desta queda de braço dos países desenvolvidos?
Uma revisada nos dados estatísticos, e verifica-se que na década de 80, mais precisamente 83 a 85, o governo brasileiro, buscou políticas que garantissem saldos comerciais crescentes, para cobrir os custos da dívida externa, através do setor agrícola e nos ramos agroindustrial processadores, o que representou em torno de 75% dos juros brutos da dívida externa brasileira.
Esta informação, provavelmente, faz parte das políticas econômicas dos países ricos. Havendo liberação comercial neste setor, podem sofrer queda na comercialização dos seus produtos; e os países subdesenvolvidos correm os riscos de não mais precisarem da agiotagem internacional. Ou não?
A informação de qualidade sobre um determinado tema, é que permite ao leitor formar sua opinião, a partir do seu nível intelectual, aprofundando a compreensão do mundo, e com subsídios para atuar na sua realidade para melhorá-la. Já a qualidade da informação depende da ética, dentro da qual, implica também, por parte de quem informa - jornalistas e meios de comunicação - assumir uma postura política, caso contrário, vai prevalecer à desinformação e a deformação da sociedade que os sustenta.
Este talvez, seja o melhor caminho para a construção de uma sociedade justa e democrática, no qual, os meios de comunicação podem contribuir, partindo de uma leitura e cobertura dos fatos, elaboradas e éticas, sem usar discursos, em nome do bem público, que só servem para prejudicar determinados grupos.
Referências – Paulo Freire – Pedagogia da Autonomia, Pedrinho Guareschi, Uma nova comunicação é possível, e Sociologia Crítica, Fernando Rossetti, Gilberto Dimenstein (Folha de São Paulo), José Graziano da Silva. - A nova dinâmica da agricultura brasileira, cap. 4.
Um comentário:
Raquel
Geografia é uma disciplina interessante. Foi minha matéria favorita do ginásio, claro, isto se deve à professora, notava-se a paixão dela por lecionar.
De lá pra cá, muita coisa mudou. Tecnologias, internet.
Ultimamente tenho me perguntado: qual o futuro do livro de papel?
Como bibliocária de Biblioteca Pública, percebo um desnorteamento da população. A globalização da informação. Alunos perdidos chegam na biblioteca querendo pesquisar na internet temas melhor explorados em livros, e vice-versa, perdeu-se a noção que ambos são apenas suportes da informação.
Obrigada pela mensagem.
Para acessar o Borboletras é só clicar no meu nome aí em cima.
Bom navegar por aqui.
Abraços!
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