quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

“A paciência é amarga, mas seus frutos doces”

Fazer parte da sociedade, auxiliando-a a buscar seus direitos e deveres é bandeira da sociedade civil, porém, será que os mais diversos grupos sociais têm a mesma meta ou preocupação? Com o evento da globalização, representantes de alguns países tentaram universalizar o idioma, a moeda e a cultura, isso gerou espanto e reação em populações locais, o que levou as pessoas a se preocuparem mais com o lugar no qual estavam inseridas. Uma forma de manter as raízes e buscar a inserção no mercado mundial são os meios de comunicação.
Porém o que se percebe em muitos lugares é que a mídia local não recebe o devido valor, pois ainda buscam os grupos midiáticos mais poderosos. Acreditam na utopia de que estes grupos midiáticos estão tentando suprir as necessidades da população com a programação local. Os conteúdos dos veículos de comunicação não têm como meta a cidadania, eles só entram em pauta porque a tendência à valorização do local hoje dá lucro. Assim, cabe à sociedade local estimular veículos midiáticos por parte da comunidade e não tapar os olhos para as estratégias dos conglomerados que tiram de cena a produção e os assuntos que realmente interessam a todos os cidadãos.
Isso é o que ocorre em muitas cidades do interior do Brasil. Em Sarandi/PR, por exemplo, em plena “campanha de incentivo ao Comércio e Mídias, a ACIS sai com esta: Está programando um jornal com apoio da Prefeitura Municipal em parceria com O Diário de Maringá. “Fico Triste por saber que nem a ACIS, nem a Prefeitura tem conhecimento de que em nossa cidade tem vários jornais e jornais Bons, que poderiam estar formando esta parceria, ou quem sabe fazer um jornal coletivo em conjunto de todos os excelentes jornais que temos aqui no nosso município.
AVANTE ACIS, valorizar a mídia e o comércio local. Se as instituições de nosso município não valorizam as mídias escritas, faladas e televisionadas, quem irá valorizar? Olhando de minha janela, acredito que está na hora de valorizarmos mais os talentos de nossa cidade, nada contra o jornal O Diário, pois o mesmo é um jornal de grande credibilidade, mas, aqui em Sarandi, temos jornais com grandes talentos que presta serviços a população. Não seria Hora de valorizar estes jornais. Fica aqui o meu desabafo.”
(...) “A "falta de visão" dos “gestores público-empresariais” da nossa cidade ainda não entenderam a grande capacidade crescente da abrangência e divulgabilidade da nossa mídia integrada local. Só que, esses acontecimentos, nem tão pouco serão elemento desanimador diante dos profícuos trabalhos informativos que vem desempenhando ao longo destes meses. É salutar e prudente sempre estarmos melhorando, revendo processos, encontrando oportunidades nos desalentos como esse. (...)
(...) Isto é comum num mundo regado de interesses e soberbas cujo principal motor capitalista é o “lucro”. Mas, havemos de entender que nossas capacidades instaladas ainda são iniciantes e que precisamos aprimorar muito a qualidade de nossas produções midiáticas locais que certamente alcançarão.
(“...) “A paciência é amarga, mas seus frutos doces” e como bons aprendizes que são, convertam esta provisória derrota em oportunidades através do realinhamento de vossos propósitos com o que Sarandi tem de melhor: a vontade de resgatar sua dignidade.”
Diante destes desabafos fica evidente que o modo como os sujeitos aprendem a realidade vivida sempre esteve acompanhado da necessidade de comunicação. A conscientização pelos indivíduos de seu patrimônio cultural torna-se fundamental ao desenvolvimento de uma cidadania participativa, a partir da vivência dos sujeitos com as manifestações e expressões culturais as quais fazem parte de seu repertório passado e presente.
Dito isto, me solidarizo com as pessoas do jornal Gazeta do Arroio, que recebem muitos afagos da população local, mas em outros momentos, pela falta da cultura do elogio, e pelo excesso de egos, recebem disparos de ignorância de quem não entende a postura jornalística e nem prestigiam o trabalho árduo realizado para colocar um jornal na rua. Tais pessoas desconhecem o talento que é preciso para criar todas as páginas de um jornal, e estão longe de perceber o tempo empregado, a criatividade, a dedicação, o suor e o carinho que ficam impressos no periódico semanal que chega à comunidade arroio silvense, e por intermédio da internet, em muitos outros cantos do mundo.

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