Dando sequência a
reflexão da edição anterior, entro agora na questão. Quais são os perigos do cibermodelo?
O cibermodelo está relacionado à Cibernética que é
o estudo interdisciplinar da estrutura dos sistemas reguladores, desde suas
origens e na sua evolução na segunda metade do século XX, a Cibernética
igualmente aplicável aos sistemas físicos e sociais. Daí pode se entender por
que nem todos veem o futuro com otimismo e as preocupações de muitos empresários
com o "darwinismo tecnológico", onde aqueles que não se
adaptam não conseguirão sobreviver.
O que mais preocupa e na questão da
desigualdade é a dos valores, pois no jogo do desenvolvimento tecnológico,
sempre haverá perdedores. “Há um risco real de que a elite tecnocrática veja
todos as mudanças que vêm como uma justificativa de seus valores", disse à
BBC Elizabeth Garbee, pesquisadora da Escola para o Futuro da Inovação na
Sociedade da Universidade Estatal do Arizona (ASU). A pesquisadora alerta que
essa ideologia “limita muito as perspectivas que são trazidas à mesa na hora de
tomar decisões (políticas), o que por sua vez aumenta a desigualdade que vemos
no mundo hoje". Outro pesquisador, Ritter, considera que manter o status
quo não é uma opção, precisamos de um debate fundamental sobre a forma e os
objetivos desta nova economia e que deve haver um "debate
democrático" em relação às mudanças tecnológicas.
Outros consideram que não se trata de uma quarta revolução, pois mesmo
que haja muitas mudanças profundas ainda é muito recente, o conceito foi usado
pela primeira vez em 1940 em um documento de uma revista de Harvard
intitulado A Última Oportunidade dos Estados Unidos,
que trazia um futuro sombrio para avanço da tecnologia e seu uso representa uma
"preguiça intelectual", diz Garbee.
Ainda tem aqueles mais pragmáticos, que alertam sobre o aumento da
desigualdade na distribuição de renda e trará consigo todo tipo de dilemas de
segurança geopolítica. O mesmo Fórum Econômico Mundial reconhece que "os
benefícios da abertura estão em risco" por causa de medidas
protecionistas, especialmente barreiras não tarifárias do comércio mundial que
foram exacerbadas desde a crise financeira de 2007: um desafio que a quarta revolução
deverá enfrentar se quiser entregar o que promete.
"O entusiasmo não é infundado, essas tecnologias representam
avanços assombrosos. Mas o entusiasmo não é desculpa para a ingenuidade e a
história está infestada de exemplos de como a tecnologia passa por cima dos
marcos sociais, éticos e políticos que precisamos para fazer bom uso
dela", diz Garbee.
Partindo desse alerta, do avanço assombroso das tecnologias entramos no
debate sobre a produção do lixo eletrônico. Como equacionar a produção
exacerbada de produtos eletrônicos, o descarte e a reciclagem? Como equacionar
a questão do lixo eletrônico com o meio ambiente? Precisamos conscientizar.
Precisamos achar formas de preservar nosso meio de contaminações desnecessárias
e prejudiciais à vida.
O lixo eletrônico (e-lixo) ou tecnológico, como
o próprio nome indica, é aquele proveniente de materiais eletrônicos. Ele
também é conhecido pela sigla RAEE (Resíduos de Aparelhos Eletroeletrônicos). Com
o avanço da tecnologia no mundo moderno, há um excesso de lixo eletrônico os
quais podem causar diversos impactos negativos no meio ambiente. O lixo
eletrônico é produzido por materiais de origem inorgânica, por exemplo, cobre,
alumínio, metais pesados (mercúrio, cádmio, berílio e chumbo). Eles podem
comprometer o meio
ambiente visto que são compostos por elementos muito poluentes os
quais são absorvidos pelo solo e pelos lençóis freáticos comprometendo o
equilíbrio ecológico. Além de poluir o ambiente, o contato com esses produtos
pode acarretar em diversas doenças para os animais e os seres humanos.
Como proceder na reciclagem do lixo eletrônico? Estatísticas
apontam que cerca de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidos
anualmente em todo o mundo, sendo que 10 milhões são reciclados na China. No
entanto, vale notar que esse processo pode ser realizado pela exploração de
pessoas, até mesmo de crianças e idosos. Um exemplo notório dessa exploração
bem como do excesso de lixo eletrônico produzido no mundo é a cidade de Guiyu,
na China, donde milhares de pessoas trabalham separando esses resíduos.
Esse processo pode ser altamente perigoso para os seres humanos que o
realizam visto os elementos presentes nesse tipo de lixo, ou seja, metais pesados
e radioativos. Estudos apontam que o solo e os cursos de água da região já
estão contaminados pelos produtos eletrônicos. Com o aumento da globalização e
da tecnologia, novos aparelhos eletrônicos são lançados em curto espaço de
tempo, o que leva as pessoas a trocarem seus aparelhos mesmo que ainda estejam
funcionando.
FONTE de pesquisa e
reflexão: https://www.bbc.com/portuguese/geral-37658309, https://www.todamateria.com.br/lixo-eletronico/
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