sexta-feira, 27 de setembro de 2019

EducAtivAção (Educar – ativar – ação) e o Ativismo quântico


Desde que passei a circular no campo da educação, atuando como professora e também sendo estudante em muitos cursos de formação continuada, o estudo, a observação, a reflexão e a ação fazem parte do cotidiano. Isso me inspirou a criar o termo EducAtivAção, que tanto serve para a minha vivência como estudante, como para a prática de ensino nas salas de aula.
Na minha pesquisa para escrever a dissertação de mestrado a metodologia utilizada foi com abordagem histórico-crítica e com enfoque no materialismo histórico com o intuito de fomentar outros debates e discussões. Na perspectiva histórico-crítica, a pesquisa deve ser vista como um campo dinâmico, crítico-dialético, em que o pesquisador constrói e reconstrói pontos de vista e novas atitudes, segundo OZGA, 2000.
Durante os dois anos do curso, imersa na proposta de investigação pude observar como ocorre a (des)integração do sistema de educação. O tempo de escola de uma criança inicia cada vez mais cedo. As famílias deixam os filhos aos cuidados de outras pessoas com meses de vida. Aqui é o primeiro passo para a desintegração.
O atual sistema de educação está dividido em níveis, desde a educação infantil, o ensino fundamental, fases iniciais e finais, depois passa para o ensino médio. O próximo nível é o ensino técnico ou graduação. Não temos como fugir da história individual, tampouco da história dos sujeitos envolvidos. Sou professora de geografia, atuo na rede estadual de educação básica, em uma escola localizada na região oeste de Santa Catarina e mestre em educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). Inserida nesta realidade está a proposta de compartilhar inquietações, dúvidas e incertezas que certamente são as mesmas de muitos estudantes do ensino médio.
São essas inquietações que me motivam a buscar novos estudos e novas propostas para uma vida pessoal e emocional equilibrada, para dar conta dos desafios diários de ser professora. No ensino médio, etapa final da “adolescência”, onde começam as dúvidas em relação ao futuro profissional, para a maioria, incerto e duvidoso, muito mais agora neste período de transição planetária e de transição paradigmática da ciência.
Conforme os novos horizontes apontados pela física quântica, na forma de seu famoso “efeito do observador” (como o ato de ver algo, por parte do observador, transforma possibilidades quânticas em experiências concretas na consciência dele mesmo), está nos forçando a mudar de paradigma, passando do paradigma da primazia da matéria para o da primazia da consciência”. (Amit Goswami)
Amit escreve na apresentação do seu livro O ativista quântico: O novo paradigma é abrangente; trata-se de uma ciência da espiritualidade que inclui a materialidade. Ativismo quântico é a ideia de transformarmos a nós mesmos e nossas sociedades segundo as mensagens transformadoras da física quântica e do novo paradigma.
Ao finalizar minha pesquisa no curso de mestrado, com fundamentação teórica no materialismo histórico, me senti numa encruzilhada. Como atuar na educação básica, numa sociedade altamente tecnológica, com seres humanos tão cheios de sentimentos, emoções, perspectivas e motivações voltadas para o consumo de bens materiais, e tendo que conviver com muitas outras pessoas, por horas a fio, em ambientes quadrados (sala de aula)?
Volto ao que Amit escreveu: “A ciência materialista, sem enfrentar desafios nas cinco últimas décadas, causou danos. Podemos alegar que nossas instituições sociais – capitalismo, democracia, educação liberal, instituições de saúde e de cura – estão enraizadas no idealismo ou, mesmo, na espiritualidade. Mas, atualmente, muito poucas dessas instituições podem ser chamadas de humanísticas, menos ainda de espirituais”.
E para compor a reflexão sobre a (des)integração do sistema de educação, mais uma observação de Amit: “O materialismo alterou tanto suas fisionomias que suas raízes espirituais quase não podem ser reconhecidas. Para nos mantermos vivos, dependemos de instituições que se valem das forças da separação, que, cada vez mais, estão se tornando o vento predominante da cultura mundial”.
As inquietações são constantes e procuro compartilhar para que mais pessoas se sintam convidadas a refletir, se sintam cutucadas e se for preciso romper com os paradigmas que já não se bastam, nem garantem o futuro mais atrativo e saudável da atual e das novas gerações.


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