Na edição anterior abordei a valorização do magistério com base na
avaliação da OCDE e nas ações do governo anterior em relação a isso. Agora
temos outro governo e outra equipe gestora na secretaria do estado. Segundo as
notícias divulgadas no site da SED, nas redes sociais e as que nos chegam na
escola, quais são as novidades?
Neste novo momento da educação catarinense a palavra-chave é educação
inovadora, recebendo o título de Minha Nova Escola. Um programa lançado há
um mês pelo Governo de Santa Catarina, que prevê R$ 1,2 bilhão em investimentos
na educação, e que, conforme noticiado, já está se tornando realidade em
unidades de ensino de todas as regiões catarinenses. “Até o momento, 456 unidades
de ensino já receberam equipamentos de tecnologia, de um total de 611. São
dispositivos como tablets, notebooks, computadores e lousas digitais”. Nas
escolas que atuo ainda não recebemos nenhum equipamento citado. Podem estar a
caminho, pois entre a divulgação e a distribuição para todas as escolas requer
tempo e logística.
Eis aí uma resposta aos meus questionamentos sobre a utilização da
tecnologia como um caminho para a qualidade da educação. Certamente que sim,
pois o uso das tecnologias melhora a comunicação, agiliza o preenchimento de
documentos importantes, oportuniza a autonomia de todos envolvidos, melhora a
qualidade das aulas com o uso de recursos e informações em tempo real. Tudo de
bom para quem sabe como usar.
Levando em
consideração o plano de carreira instituído em 2015, outro questionamento levantado
quanto a valorização financeira para quem sempre buscou formação continuada e
pós-graduação, (especialização, mestrado e doutorado) e também quanto a
motivação do professor para cursar uma pós-graduação, mesmo com bolsa de estudos,
se o retorno financeiro no salário é irrisório.
Uma resposta pode
ser encontrada em outra notícia divulgada no site. “R$ 94,7 milhões serão
investidos em licenciaturas e pós-graduação para estimular a formação de
educadores em Santa Catarina, com bolsas concedidas pelo programa Uniedu. Entre
as novidades estão licenciaturas voltadas para comunidades quilombolas,
indígenas, além de duas especializações com foco inovador. Nas demais licenciaturas
estão cursos de Inglês, Química e Física”.
Ainda segundo o
site “As inscrições para obtenção de bolsas de pós-graduação, do programa
Bolsas Universitárias de Santa Catarina (UNIEDU), da Secretaria de Estado da
Educação (SED), encerraram-se no último dia 21 de agosto com 936 inscritos em
todo o Estado. Foram 194 inscrições para Especialização, sendo que estão
disponíveis 100 bolsas; outras 448 inscrições para Mestrado, com 183 bolsas
disponíveis; e 294 inscrições para Doutorado, com disponibilidade de 83 bolsas.
Os projetos de pesquisa anexados pelos candidatos agora passam pelo processo de
homologação, em que será verificado se as informações prestadas na inscrição
estão de acordo com a documentação exigida”. Os números demonstram que há muito
mais interessados do que bolsas oferecidas. Então parabéns aos professores que
buscam melhorar sua performance com cursos de pós-graduação e formação
continuada.
As ações voltadas para a qualificação do docente da rede estadual, conforme
ressaltado no site, são iniciativas que preparam o educador para a nova
educação que se apresenta em Santa Catarina, com o ensino médio integral, a
adoção de um novo currículo base, e uma escola mais inovadora, que dá ao aluno
uma formação contextualizada com a realidade. Os investimentos nestas formações
para educadores já somam R$ 4,8 milhões e com o programa Minha Nova Escola, do
Governo do Estado, prevê R$ 99,5 milhões de investimentos para cursos de
qualificação e formação.
Esse programa está
justificado no texto que destaca a importância do professor. “Dos muitos caminhos que levam a uma educação de qualidade, o papel do
professor continua sendo central no processo de ensino e aprendizagem.
Pesquisas apontam que o educador é determinante para o desempenho do
estudante. Um desses estudos foi divulgado em 2013 pela Universidade Stanford e
revelou que, enquanto o estudante com um docente despreparado aprende
metade ou menos do que deveria no ano, aquele que tem bons professores aprende
o equivalente a um ano a mais. Também de nada adianta uma escola bem equipada
se o profissional não estiver preparado para usar a tecnologia da melhor
maneira possível”.
Esse texto reflete e deixa claro que há reconhecimento do papel do
professor como peça fundamental para uma educação de qualidade. Então, pensando na
qualificação do docente da rede estadual, no programa Minha Nova Escola, o
Governo do Estado, vai efetivar esse reconhecimento de que maneira? Com
convicção, o reconhecimento e valorização dos professores só será
reconhecimento real quando fizerem uma análise apurada do plano de carreira
para resolver as distorções salariais. É um absurdo a falta de coerência e a
discrepância que existe entre os valores dos vencimentos dos que atuam no mesmo
cargo.
Se o caminho que
leva à educação de qualidade, o professor é o centro do processo, neste mesmo
viés, há aqueles que se dedicaram ao aperfeiçoamento profissional, porém o
vencimento fica aquém daqueles que nunca saíram da sua zona de conforto. Há
também uma comparação que demonstra a desvalorização do professor e pode ser
percebida entre os servidores públicos do estado de áreas distintas. Qual é o
valor de um servidor que possui pós-graduação em outra área e a do servidor da
educação com a mesma pós-graduação? Será que os atuais e futuros professores da
rede pública de educação podem contar com os novos gestores para a efetiva
valorização (melhores salários) do professor que atua em sala de aula? Os dados
da educação catarinense estão na palma da mão e quem quiser pode acessar no
site http://www.sed.sc.gov.br/ .
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