sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Refletindo sobre Interdisciplinaridade.

Estou sempre a pensar na minha prática pedagógica e observo as atitudes de colegas que estão a mais tempo atuando como professores-educadores. Na maioria das vezes me pergunto o que fazer de diferente para dar certo e para que os alunos sintam-se motivados quanto ao aprendizado da geografia. Porém não é só a geografia o meu foco para ensinar. E aqui cabe a intenção que titulo este texto. Vários são conceitos e reflexões de outros pensadores realizados neste sentido que compartilho com os leitores agora.

O professor titular de Filosofia da Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Consultor do Instituto Ayrton Senna (IAS), Eduardo O. C. Chaves parte da seguinte questão: O que é um Projeto Interdisciplinar? Eu também me pergunto o que é um projeto interdisciplinar e concordo com suas colocações iniciais. “Não tem como dividir o conhecimento em compartimentos”. Compartilho com a idéia de integralidade. Impossível ver um ser humano olhando somente para o cérebro, ou para o corpo, ou para o coração. Todos formam o todo.

Acredito que, não é só na transmissão do conhecimento que podemos classificar como artificial, pois, raramente um problema ou uma solução se encaixa unicamente dentro de um limite. Por isso, quando nos propomos a dar aula de uma determinada disciplina não podemos lançar mão de todas as outras, nem tão pouco nos identificarmos como senhores absolutos do conhecimento.

Acredito também que se tratamos um ser humano por completo, devemos ser professores interdisciplinares, em todas as nuanças que se apresentam. E quanto aos projetos que “são inerentes à condição humana, desejosa de recriar, reinventar, reiniciar. Em termos de práticas pedagógicas, ao projeto estão ligadas formas de ensinar e formas de aprender, introduzindo novos conceitos, novas formas de pensar, de agir e de se relacionar, afetando todos os sujeitos do processo educativo.

Também encontrei nas reflexões de Thereza Cristina Bordoni, que interdisciplinaridade é um termo sem significado único, possuindo diferentes interpretações, mas em todas elas está implícita uma nova postura diante do conhecimento, uma mudança de atitude em busca da unidade do pensamento. Desta forma a interdisciplinaridade difere da concepção de pluri ou multidisciplinaridade, as quais apenas justapõem conteúdos.

Ela não se refere à interdisciplinaridade como uma teoria geral e absoluta do conhecimento, nem a compreende como uma ciência aplicada, mas sim como o estudo do desenvolvimento de um processo dinâmico, integrador e, sobretudo, dialógico. O ponto de partida e de chegada de uma prática interdisciplinar está na ação. Não se trata de propor a eliminação de disciplinas, mas sim da criação de movimentos que propiciem o estabelecimento de relações entre as mesmas, tendo como ponto de convergência a ação que se desenvolve num trabalho cooperativo e reflexivo.

E como complemento final, ainda da mesma autora, “(...) alunos e professores - sujeitos de sua própria ação - se engajam num processo de investigação, re-descoberta e construção coletiva de conhecimento, que ignora a divisão do conhecimento em disciplinas. Ao compartilhar idéias, ações e reflexões, cada participante é ao mesmo tempo "ator" e "autor" do processo. A interdisciplinaridade favorecerá que as ações se traduzam na intenção educativa de ampliar a capacidade do aluno de: expressar-se através de múltiplas linguagens e novas tecnologias; posicionar-se diante da informação; interagir, de forma crítica e ativa, com o meio físico e social.”

Um comentário:

ÂNGELO disse...

Olá Raquel, vim visitar tambem o seu blog, Rubem Alves, meu filósofo predileto diz que os que amam a Educação são seus amigos conspiradores...estamos sempre querendo o melhor pela Educação...conspirando para que ela de frutos para o futuro...

O GOSTO POR APRENDER E ENSINAR

                                                                                                    Os trabalhos apresentados na obra O gost...