segunda-feira, 20 de abril de 2009

E por falar em felicidade...2

Como um professor pode ser feliz diante das incoerências aplicadas a cada dia que passa por nossos superiores? A mais recente foi esta:
No mês de março os trabalhadores em educação tiveram descontado no seu contracheque o famigerado imposto sindical por conta da decisão política do governo federal de descontar dos servidores públicos, e também porque o governo do Estado fez um acordo com a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil para descontar tal imposto de todos os servidores estaduais.
Tal fato não soou bem aos ouvidos dos servidores da educação estadual. A reclamação é geral, ainda mais depois de recebermos uma correspondência justificando que era um cumprimento de Lei Federal.
A ironia nisto tudo é que uma Lei Federal é cumprida na hora de tirar do trabalhador, porém na hora de beneficiar, como por exemplo, o piso salarial de R$ 950,00 (Novecentos e cinqüenta reais) tal Lei, não pode ser cumprida. E aos que já recolhem imposto sindical, como é que fica? É legal a cobrança de dois valores de contribuição sindical? Aqui ilustro com uma música... É ILEGAL É IMORAL OU ENGORDA.

Prosseguindo...
Ouve-se altos brados com relação à melhoria da educação, as metas que o Brasil busca para equiparar-se aos países de primeiro mundo. Será que com estas medidas que desmotivam qualquer profissional da área, há realmente a preocupação de melhorar a educação no país? E quanto aos problemas enfrentados, por muitos professores, em relação a falta de equipamentos, materiais, recursos pedagógicos, necessários à realização de projetos de ensino-aprendizagem que oportunizem aulas mais agradáveis e criativas proporcionando conhecimento científico aos alunos?
O que dizer quanto à falta de recursos mínimos em áreas afastadas dos centros urbanos? Há lugares que não possuem quadro negro, nem professor, nem transporte. O que dizer sobre a merenda que chega aos seus destinos, após muitos dias, sobre o lombo de um burro? Ai quanta tristeza! Isso é para acabar com a expectativa dos índices de educação.
Acima disso tudo, há uma grande camada de representantes no Legislativo, todos inflados em seus egos, cometendo as maiores gafes ao serem questionados por humoristas da televisão. (CQC – Rede Bandeirantes segunda-feira). Em suas respostas demonstram que desconhecem as Leis, o nome dos ministros atuantes nas pastas, e nem sabem tão pouco, quais são as pastas existentes.
É humilhante para quem é trabalhador da educação identificar tantos deputados mal educados. Estes são os filhos da educação brasileira? Com base nestes acontecimentos, não basta somente aumentar o IDEB, é preciso derrubar esta couraça maldita da falta de cultura política e contaminar um maior número de pessoas que possam ser corajosas o suficiente a ponto de dizer NÃO a falta de honestidade, a falta de inteligência e que estejam sustentados por uma fé inabalável em justiça.
Não ouso usar estas palavras apenas para fazer criticas ao sistema, mas, por entender que os nossos jovens precisam de pessoas corajosas que os façam enxergar uma luz no fim do túnel, e que possam sonhar e fazer planos para um futuro de felicidade.
Toda criança em idade escolar deve estar na escola? Pois então, é exatamente na escola que os jovens começam a sonhar. E como estimular os sonhos de uma criança se a própria criança já morreu dentro do professor? Se não há mais nada que os impulsione em sua profissão? Muito pessimismo? Não, isso é o que percebo na voz embargada de colegas próximos e de outros que vivem uma realidade bem distante da minha, quando dão seus depoimentos na imprensa.

Com este cenário apresentado, será que é possível para um trabalhador em educação sentir-se feliz?

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