quinta-feira, 4 de março de 2010

Incomodar e incomodar-se para buscar uma educação de qualidade?


No primeiro dia do ano letivo, (08/02/2010) fomos recebidos com uma palestra motivacional onde a palavra chave do palestrante para a classe de professores foi “INCOMODAR”. Realmente estou “incomodada” com algumas decisões tomadas para este ano letivo. Sinto-me no direito e dever, de colocar em debate tais questões, com o intuito de contribuir para que haja educação de qualidade aos nossos alunos.
Há três anos ocorreu mudança na grade curricular do ensino médio: Diminuíram a carga horária das disciplinas de geografia, história, artes e retiraram a disciplina de estudos regionais, para aumentar a carga horária das disciplinas de português, matemática e sociologia.
Então... Por que os alunos continuam apresentando muitas dificuldades nestas áreas, ainda? (na escrita, na leitura, na produção textual, na vida em sociedade, e no raciocínio lógico e matemático). A mudança na grade curricular foi uma alternativa positiva? Algumas questões para refletir:

· Não há professores habilitados disponíveis no quadro de servidores para assumir a disciplina de sociologia;
· Professores de Matemática e Português recebem cursos e investimentos do governo - o GESTAR - com o objetivo de melhorarem seu desempenho em suas áreas e não assumem as aulas de português e matemática?
· Professores que são habilitados para dar aula de língua estrangeira, não fazem o curso GESTAR, e obtém direito, por possuir maior tempo de serviço, para dar aulas de português?
· Professores de matemática escolhem aula de sociologia para completar carga horária por que possuem maior tempo de serviço no quadro de servidores da escola?

Penso que, conforme, A NORMATIVA Nº002 2009 DA DISTRIBUIÇÃO DE AULAS AO PROFESSOR EFETIVO, se um dos requisitos básicos para entrar no quadro de servidores em educação é a habilitação em sua disciplina ou área, por que estão havendo tais procedimentos? São procedimentos que evitam o desperdício e o excesso de gastos financeiros? Contribuem efetivamente para a oferta de ensino de qualidade aos alunos – nossa principal e maior atenção e razão de ser?
Para dar continuidade a minha reflexão, retiro citações do material recebido na primeira reunião da escola para professores, coordenado pela equipe pedagógica e educacional. “O discurso, quando colocado em prática, leva à confiança e à valorização da justiça, do respeito e da moral.” (Ives de La Traille) “A garotada aprende com a forma de seus professores lidarem com as contrariedades que aparecem em sala de aula e reaplica esses comportamentos” (Suzana Moreira) “A autoridade e a confiança dependem de conquistas diárias. Daí a importância do bom exemplo.” (COMPORTAMENTO atitudes coerentes - Revista Nova Escola). E sobre ética no trabalho: “Seja honesto em qualquer situação”, “Ser ético significa, muitas vezes, perder dinheiro, status e benefícios”, “Aja de acordo com seus princípios e assuma decisões, mesmo que isso implique em ficar contra a maioria”.
E continuo questionando: As decisões tomadas são de quem se preocupa com a Educação como uma questão de Estado e não como um assunto político que esconde interesses ideológicos e eleitorais? Se tais procedimentos são “viáveis” administrativamente, será que eles estão de acordo com a educação de qualidade, desejada e anunciada em todos os níveis da estrutura organizacional do sistema de educação do Estado de SC?
Após compartilhar tais inquietações, sei que vou trabalhar com dedicação e comprometimento no ensino de qualidade que os nossos alunos merecem e precisam, dentro da ética profissional que jurei ao concluir a faculdade de Geografia.

“Educar é construir o futuro.”

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