terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Qual é o significado da Cruz sob a perspectiva metafísica?


Quem acompanha os escritos desta coluna já deve ter percebido que este é um espaço de diferentes temas a serem abordados. Os seres humanos de natureza curiosa podem ir além da capacidade racional de discernir. Nem sempre o que nos chega para reflexão é recheado de imagens e percepções conclusivas. As inquietações surgem pelo pensamento, que provoca uma emoção sendo que esta, determina uma ação ou apenas uma contemplação. Tenho me dedicado, por curiosidade e por buscar o autoconhecimento, a estudos que promovem uma revisão da visão de mundo. Será que aquilo que eu pensava, sentia e que me colocava em movimento era deveras inadequado?
Devido aos vários canais de difusão do conhecimento que acessamos hoje é que temos a possibilidade de ampliar o nosso tempo de estudo sem estar vinculado aos meios tradicionais de repasse do conhecimento, (famílias, igrejas, escolas, universidades). É muito conteúdo disponibilizado gratuitamente, e também a um baixo custo. As ideias se espalham rapidamente. A informação é instantânea. Hoje mais do que em outros tempos, é preciso estar atento a si mesmo, e aos conceitos ensinados.
A reflexão de hoje é a partir do texto do livro O META-HUMANO, o caminho para o novo estado de consciência, do professor Horácio Frazão. Como entender o significado de meta-humano? Entender o que significa meta-humano perpassa pelo entendimento do verdadeiro sentido místico e espiritual por trás do sistema da cruz, do símbolo da cruz.
Professor Horácio escreve: “No momento em que vivemos há a possibilidade de provo­car a descontinuidade evolutiva, e isso implica em produzir a inte­gração do fator ser ao elemento humano. O aspecto humano, sem a dimensão do ser, resume-se a instinto, reação emocional e intelec­to. Já quando falamos do ser, consideramos uma dimensão muito maior, que engloba lucidez, paz e amor.
Para amar é preciso estar em paz, para ser feliz é preciso estar em paz, para ser criativo é preciso estar em paz e para provocar o colap­so da onda de possibilidades em realidade é preciso estar em paz. Paz, como definição, é a ausência de conflito, isto é, o ser, a presen­ça, a dimensão na qual nos sentimos integrados a todas as coisas.
Estamos funcionando muito pelo aspecto humano e pouco pelo ser. Ainda não integramos a dimensão do ser com o humano para resultar no ser humano, mas, quando concretizamos esse binômio, a junção entre ser e humano, já não somos mais humanos, passa­mos a ser meta-humanos, algo além do humano. O curioso que esta condição que denominamos aqui como meta-humano é uma con­dição de maior pureza e natureza.
Ser meta-humano independe de um momento no tempo; esta condição pode se dar a qualquer tempo e a qualquer momento. Há 2.500 anos tivemos um meta-humano. Era um momento retrógrado, muito precário em termos de tecnologia e evolução e, ainda assim, tivemos um meta-humano.
Ser é a dimensão vertical, transpessoal; e humano é a dimensão horizontal, pessoal. Logo, ao trazer a dimensão vertical em união com a horizontal você tem a cruz. O ponto de intersecção, o ponto de cruzamento dessas duas dimensões representa o ponto no qual é desligada toda atividade oculta e subterrânea de negatividade em você. Esse ponto de intersecção significa, portanto, a morte de um processo conhecido como ego.
A cruz representa a extinção do ego; por isso é associada à ideia de morte. Num cemitério, o que se vê em cima das tumbas? A cruz. Mas, em um sentido místico, a cruz é exatamente o sinal de que você cumpriu com o propósito do nascimento no corpo, que é mor­rer para renascer de verdade. Nascemos no corpo para morrer espi­ritualmente, para nos tornarmos meta-humanos”.
Quando pensamos, sentimos e agimos em concordância com as leis universais, nos colocamos em uma situação favorável, com isso percebemos que podemos ir além de algumas crenças, sair de uma visão cartesiana para uma visão quântica. Para isso somos todos convidados a expandir a consciência e se entregar nas mãos do divino criador e criarmos uma nova realidade para si e para o mundo que vivemos.


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