A “Proposição de
novos rumos para a qualidade da educação em Santa Catarina, visão do CEE
Conselho Estadual de Educação, sobre a avaliação da OCDE* é um documento de
2012, porém o movimento iniciou-se em 2007 com o intuito de promover estudos
com especialistas da OCDE de caráter avaliativo para apontar deficiências e
potencialidades da educação de Santa Catarina. As tratativas ocorreram nos anos
posteriores, e em 2010 a OCDE retorna com o relatório final.
No que se refere à formação do professor e os novos rumos para a
qualidade da educação em Santa Catarina as recomendações que merecem destaque: “A
SED deveria emitir um documento de referência sobre a formação docente tendo em
vista a constatação de baixo status social, absenteísmo**, muitos professores
horistas e baixa qualidade de muitos cursos de formação docente; o currículo é
pesado demais e não há disponibilidade para atividades de iniciativa local.
Isto pode ser traduzido no que se diz: “menos é mais”. É melhor relacionar
menos conteúdos no currículo, mas ter a certeza de que o ensino é pertinente.
Além dessas seguem outras orientações: “Santa Catarina participará do PISA 2012 (juntamente com mais 67 países), é imperativo que a SED e o CEE mudem o foco da atenção, atuando para que os processos gerem efetivos resultados, buscando formas efetivas de melhorar a aprendizagem dos alunos, que é a meta principal; em relação à educação profissional e tecnológica, destaca-se a necessidade de mais cuidado com a orientação vocacional; em relação à educação superior, é necessário melhorar a garantia da qualidade, que parece estar mais preocupada com as questões burocráticas do que com a melhoria dos resultados e de sua relevância, além de mais atenção que deveria ser dada, também, à internacionalização; Santa Catarina deveria desenvolver uma política abrangente e uma estrutura de gestão baseadas na capacidade de algumas instituições de pesquisa, desenvolvimento e inovação para avaliar e monitorar o resultado das iniciativas nessa área.
Além dessas seguem outras orientações: “Santa Catarina participará do PISA 2012 (juntamente com mais 67 países), é imperativo que a SED e o CEE mudem o foco da atenção, atuando para que os processos gerem efetivos resultados, buscando formas efetivas de melhorar a aprendizagem dos alunos, que é a meta principal; em relação à educação profissional e tecnológica, destaca-se a necessidade de mais cuidado com a orientação vocacional; em relação à educação superior, é necessário melhorar a garantia da qualidade, que parece estar mais preocupada com as questões burocráticas do que com a melhoria dos resultados e de sua relevância, além de mais atenção que deveria ser dada, também, à internacionalização; Santa Catarina deveria desenvolver uma política abrangente e uma estrutura de gestão baseadas na capacidade de algumas instituições de pesquisa, desenvolvimento e inovação para avaliar e monitorar o resultado das iniciativas nessa área.
Agora
vou destacar algumas constatações quanto ao quadro de professores focadas na
formação de professores e gestores: a sistemática de ingresso dos candidatos
aos cursos de licenciatura não é adequada nem contribui para um processo focado
na formação de professores e gestores para o exercício do magistério; a
formação inicial, assim entendidos todos os cursos de licenciatura, não é
desenvolvida com o foco na escola, no aluno e na aprendizagem; a formação
continuada, assim entendidos todos os cursos de aperfeiçoamento,
especialização, mestrado e doutorado ou outros afins, que sucedem à primeira graduação,
levados a efeito em serviço ou não, por sua vez, não vem sendo desenvolvida com
base em programas elaborados à luz da avaliação de desempenho dos professores,
dos processos de ensino e dos resultados da aprendizagem constatados nas
escolas; as ações de formação continuada para professores e gestores são desconexas
e vêm sendo desenvolvidas sem avaliação correspondente e, por extensão, seus
resultados são duvidosos. Não há qualidade da educação sem qualidade dos professores.
Depois das
constatações elencadas vieram os princípios e diretrizes, descritos assim: A
formação de professores e de gestores educacionais, necessária para as novas
demandas da educação básica e profissional, deve orientar-se pelos seguintes
parâmetros: incentivo e motivação para a carreira do magistério; centralidade
da formação em competências e habilidades relacionadas aos processos
investigativos da área em que o professor irá atuar, associada à estreita
convivência e imersão na comunidade escolar e nas práticas de ensino e
aprendizagem; indissociabilidade entre conteúdos curriculares, reflexão e
práticas referidas a contextos e vivências reais; pertinência dos conteúdos
curriculares e das práticas pedagógicas das licenciaturas com os conteúdos e
práticas pedagógicas desenvolvidos nos diversos segmentos de ensino da educação
básica e profissional; coerência dos
processos formativos com o perfil requerido dos egressos e com as demandas da
realidade educacional.
Diante disso, para
superar os problemas constatados as recomendações para superar os problemas, a
Comissão propõe: a) criação de parâmetros e estratégias de motivação
profissional e salarial atrativos para candidatos à formação para o magistério;
b) adoção de estratégias de seleção de candidatos ao magistério, por meio de
instrumentos que avaliem condições, competências e habilidades específicas para
o exercício do magistério; c) definição do perfil requerido dos professores que
concluem os cursos de licenciatura correspondentes aos diversos segmentos de
ensino – educação infantil, anos iniciais e anos finais do ensino fundamental,
ensino médio, ensino técnico-profissional, educação especial, educação rural,
educação indígena e alfabetização e educação de jovens e adultos, com base na
realidade e demandas da educação básica e profissional; d) elaboração de
currículo-base comum às licenciaturas para a formação inicial dos professores e
gestores educacionais.
Muitas vezes compartilhei
com os pares algumas reflexões neste sentido, mesmo desconhecendo tal
documento, o que me deixa menos apreensiva. No entanto, por outro lado, fiquei
surpresa com o teor da abordagem deste documento pois a Lei 668/2015 não
contempla o que foi orientado pela OCDE. Em muitas pautas ocorreu exatamente o
contrário. Por que mesmo foi chamado um grupo de avaliadores externos? Qual o
objetivo desta avaliação, constatações e orientações? Se havia interesse em
melhorar a qualidade da educação com base nas propostas deste documento, por
que criaram a Lei 668/2015? O que significa formação continuada? Qual é a
valorização financeira, os incentivos e a motivação para a carreira do
magistério?
FONTE: Proposição de novos rumos para a qualidade da educação em
Santa Catarina
http://www.cee.sc.gov.br/images/stories/proposio_de_novos_rumos__ocde.pdf
http://www.cee.sc.gov.br/images/stories/proposio_de_novos_rumos__ocde.pdf
*OCDE
- Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
**Absenteísmo: ou absentismo é um padrão habitual
de ausências no processo de trabalho, dever ou obrigação, seja por falta ou
atraso, falta de motivação ou devido a algum motivo interveniente. É usado
também para designar a soma dos períodos de ausência de um funcionário de seu
ambiente de trabalho.
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